Por vezes o ser humano é tomado por desejos inesperados. E quando tenta negar, acabam transformando-se em verdadeiros pesadelos que exigem a imediata e completa satisfação. O erático é uma força perigosa porque não precisa de porquês. Ele chega, instala-se sem cerimônia e pede, pede e pede. Simplesmente reclama o seu desejo e não há como varrê-lo para as camadas mais profundas da consciência, sob perigo de uma explosão sem aviso. E quando assim, coloca por terra quaisquer razões, nos subjugando e fazendo seu humilde escravo.
Assim são os fetiches, essas preferências extremamente restritas, até exáticas, que dominam e direcionam o desejo humano. E de seios vultosos, coxas roliças e pés delicados, imagens que davam o tom de meus sonhos sexuais, fui-me voltando para um lado assustador a um homem respeitável. Toda imagem social tem suas fraquezas e alguma boa dose de hipocrisia, isto não é novidade. Como alguns dizem, quando negamos insistentemente algo é porque este significa algo de profundo que não pode ser dito. Talvez aquela fosse minha situação, que me perturbara como raras vezes.
O ato de subjulgar uma mulher, colocá-la de joelhos e exigir a sua mais completa devoção ao pênis é uma imagem provocante para qualquer heterossexual. Excitam a maciez da boca feminina, a delicadeza dos lábios envolvendo um árgão tão grosseiro e despudorado, uma língua fina e rápida acariciando, por vezes sem jeito, uma glande que parece prestes a explodir em orgasmo. O boquete é um ato de força, submissão e contraste, daí a permanente obsessão de homens nesta questão erática.
Como um rapaz de aparência agradável e alguma sorte, a experimentação sexual não era mais um terreno inexplorado no alto dos meus 22 anos. De um lance, porém, imagens desprezadas antes, em qualquer material erático, tomaram conta da minha atenção sexual. A pornografia é farta em blowjobs, cumshots, glory holes. No entanto, desconfio que vários buscam algo que não pode ser admitido ao ver aquelas fotos e filmes: um pau duro e pulsante, explorado até o limite por uma boca faminta, beijado e lambido em toda a sua extensão, até o ponto de uma explosão quente e melada que é ansiada pela garganta de uma mulher submissa. Pênis anônimos, nas suas variadas formas e tamanhos, começaram a povoar meus desejos, em um misto de medo e curiosidade. As cabeças proeminentes, as veias dos corpos, o comprimento e a grossura, medidas que davam o tom de um desejo inexplicável. Um erotismo inadmissível havia se instalado em meus pensamentos. E o esforço de esquecê-lo era, obviamente, inútil.
A masturbação repleta de imaginações era insuficiente. A admiração discreta de fotos e vídeos não aplacavam, mas despertavam mais formas de explorar aquele desejo. A curiosidade tranformara-se em desejo, o desejo em necessidade. Tive de buscar o objeto que me perturbava na vida real, uma presença concreta, firme, quente, absolutamente disponível para a minha exploração. O indivíduo respeitável ocultava uma puta faminta pela dominação do seu macho.
A Internet era o meu bálsamo, a casca que podia ocultar identidades e permitir a mais impublicável das minhas buscas. Chats, sites de relacionamento, grupos de discussão, descobertas virtuais, provocações, fotos pessoais. Acreditei que manter tudo na esfera virtual aplacaria o desejo, na esperança de que aquilo, afinal, tinha algo de real. Até que alguém aparecera disposto a ser um professor para o mais inexperiente dos alunos: César, 35 anos, porte forte, moreno e casado. Mais simpático do que qualquer outro, sem pressas, sem loucuras. Compreendia minha situação e disponibilizava-se, sem qualquer obrigação, a me mostrar o caminho das pedras. O desejo, antes anônimo, tomava corpo real. E as fotos, discretas mas terrivelmente excitantes que recebia, escondiam um tesouro pronto para ser desbravado.
Naquela noite de verão, depois de duas semanas de trocas de e-mails, estava subjulgado à insanidade do desejo. Era possível. Me esperava. E a fome se manisfetava de forma intensa. Nem fotos, nem palavras provocativas. A fome exigia a satisfação completa, concreta e total. Caminhei até o seu bairro, parei em frente ao endereço, as pernas mais do que bambas. Aquilo era uma loucura, era inadmissível. Eu não podia estar fazendo aquilo. Mas a fome contorcia todo o meu corpo, e sentia a garganta seca em busca de algo absolutamente novo. Fui até o seu apartamento, onde estava sozinho pois todos os outros estavam viajando. Era a noite possível, e por ser possível era aterrorizante. à porta, um homem que não me chamaria a atenção no meu estado anterior, de uma heterossexualidade impassível. Mas à quele momento era o que eu mais queria. Não sei se ele exatamente, mas o que escondia dentro da calça. Ele era apenas o veículo que possibilitaria minha satisfação. Era um desejo sem rosto, sem interesses, era um desejo masculino, sem vergonha e sem pudor. Apenas aquele objeto, que em breve seria exposto, agraciado e alvo da minha obstinada devoção.
Convidou-me para entrar, como um amigo qualquer sem cerimônias. O nervosismo quase me fazia tremer, mas acomodei-me e fiquei esperando alguma palavra. Situação novíssima, e por isso estranha. Conversamos um pouco sobre nossas vidas, projetos, quase uma troca formal de palavras que as pessoas fazem em um primeiro contato. Mas colocava-me calmo, e subitamente senti uma grande tranquilidade, quase uma confiança sem exigências. A tensão que antes dominava todo o meu corpo transferiu-se para o que realmente interessava. Por trás das palavras normais, quase neutras, ansiava pelo motivo que me fizera vir ali. Ele sentiu a mudança de ânimos e me ofereceu uma bebida, convidando-me para assistir um filme. A temática era sugestível. Uma série de atrizes pornô que se submetiam a chupar um, dois, três homens em várias formas de gang bang. Ele queria realmente me derrubar.
Sentamo-nos um ao lado do outro, um pouco afastados, enquanto bebíamos um pouco de vodca gelada. Loiras e morenas, seios siliconados, bumbuns irrestíveis. Misturados à quela série de paus anônimos, grandes, cabeçudos, em ereções firmes que preenchiam as bocas das modelos até o limite. Dois minutos bastaram para olhar para o lado e perceber o volume sob a calça jeans de César. Acho que ele estava esperando por aquele momento, pois abriu o zíper e deixou mostrar o tecido da cueca esticado por um pênis entumescido.
Hipnotizado, não falei nada. E num movimento impensado estiquei o braço e comecei a acariciar aquele membro. Quente, terrivelmente quente. Era o mais estranho dos contatos sexuais que tivera até então, e talvez por isso estava tonto de medo e tesão. Toquei, por cima da cueca, desde a glande até as bolas, num caminho lento e deliciosamente longo. Era realmente o que havia prometido: um amplo campo, com mais de dezenove centímetros, para as minhas brincadeiras.
Repentinamente me vi ajoelhado, baixei suas calças, não pensava em mais nada. É todo seu, faça o que quiser, era o seu convite provocativo. Beijei por cima da cueca, queria aproveitar cada momento, cada sensação que aquele pênis poderia proporcionar. Sentia o calor pulsante do membro duro, ainda oculto pelo tecido. Beijos lentos e molhados por sobre a glande enquanto acariciava, sem jeito, os testículos. Os estímulos da boca já refletiam sobre a minha excitação, pois estava explodindo de desejo. Era hora de brincar de verdade.
Pedi para levantar e tirar a cueca, deixando-me de joelhos a sua frente. E quando revelou aquele tesouro não vi mais nada. Segurei com força e lambi lentamente a cabeça grande e vermelha. Um gosto forte, agressivo até, que finalmente começava a matar a minha fome. Os meus beijos haviam deixado a glande deliciosamente lubrificada, e o gosto e o cheiro de macho me inebriavam. Percorri da cabeça até a base do seu pau, de forma lenta, sentindo cada veia pressionando os meus lábios. Desci até as bolas, e ali beijava com delicadeza cada uma, enquanto masturbava sem pressa aquele pênis imenso. Chupava uma, chupava outra, e cada vez que percorria com os dedos a glande César suspirava profundamente. Dizia que eu era um aluno aplicado e que tinha uma habilidade que ele adoraria explorar. Respondi envolvendo o seu pau o mais profundamente que conseguia. Queria engolir, queria sentir aquele membro pulsando dentro da minha boca. Movimentava a língua com dificuldade porque ele me preenchia como uma vagabunda no cio. Até que segurou a minha cabeça e falou com delicadeza:
-Relaxa.
Olhei para ele e vi que podia relaxar a garganta, permitindo sentir mais e mais daquele pau delicioso. Fiz o que pediu e ele empurrou mais ainda. Quase engasguei com a cabeça imensa tocando a minha garganta, mas ele queria mais. E, mesmo com algum desconforto, queria satisfazer completamente o meu macho. Movimentei para a frente e para trás, primeiro devagar, depois acelerando. Pegava o jeito como uma verdadeira putinha. César estava fodendo a minha garganta como se eu fosse a mais liberal das atrizes pornô. E eu estava adorando aquele momento, quando ele avisou:
-Não dá mais pra aguentar... não... delícia de boca... isso...
A fome gritava e eu queria sentir, eu queria sentir inundar a minha garganta, a minha boca, os meus lábios, o meu rosto, o máximo que ele pudesse me oferecer. Concentrei minha atenção na sua glande, chupando com força e lambendo como se fosse um sorvete delicioso que não terminaria nunca. Sentia que estava práximo, e tentei aplicar o máximo do pouco que havia aprendido. Até que ele urrou e enfiou o pau com força na minha boca, mexendo com violência. Um, dois, três, quatro, cinco jatos de esperma quente inundaram, escorrendo boa parte sobre o meu queixo e peito. Era impossível engolir tudo como uma boa putinha, mas ele adorou. Disse que queria a ajuda da sua fêmea para se limpar. Tirou o pau da minha boca e ficou batendo, de leve, sobre o meu rosto, esfregando a cabeça nos meu rosto melado. O bom aluno tinha de ajudar o professor, afinal de contas. E, depois de tudo, ele me passou no teste, com a lembrança de que haveria muitos outros para me tornar a mais puta dos machos.