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MINHA VIDA, DORMINDO COM CARLA

28 de junho de 1965, segunda-feira.

Não era normal chover tanto em junho, mas aquele ano tinha sido diferente de todos os junhos que me lembrava. No domingo o sol sá apareceu pertinho da hora da missa e de noite pareceu que São Pedro tinha se esquecido a torneira aberta. Choveu com relâmpago e muito trovão zumbando o mundo.

Sabia que Carlinha deveria estar morrendo de medo, era uma das poucas ocasiões em que ela demonstrava ter medo e não eram dos raios singrando o céu escuro, eram os trovões que atazanavam a coragem e fazia perder o sono.

Eu não me importava muito com isso, até gostava de ouvir o rufar das caixas do céu. Mas naquela noite era diferente, parecia que os anjos batucavam os bumbos com força e raiva, não parava um sá instante. A chuva forte batia nas telhas e uma espécie de chuvisco descia pelas frestas me incomodando o sono.Cedo mamãe tinha entrado no quarto pra ver se não tinha goteira.

– Juninho... – ela chamou baixinho – Tem goteira na tua cama?

Não tinha, sá o respingar anormal pela forças do vento espreitando a chuva pelas telhas quase centenárias.

– Tem não mãe... O pai já dormiu?

– Aquele galego já tá no terceiro sono... – se encostou na beliche – E você, porque ainda não ferrou no sono?

Gostava de ficar ouvindo o barulho da água, o zumbar dos trovões e o riscar dos raios alumiando a escuridão.

– Tô com sono não mãe... – respondi me virando pra ela – A Carlinha deve de tá com medo...

Mamãe sabia do pavor que Carla tinha de trovões.

– Parece que pegou no sono antes de piorar a chuva... – senti a mão macia e deliciosa dela passando em minha cabeça – Vai dormir filho, tá tarde...

Não conseguia, não com todo aquele barulho de festa no céu.

– Gosto de ouvir chuva forte... – falei fazendo carinho em seu rosto – Esses pinguinho das telha é bonzinho...

Ficamos parados nos olhando na escuridão, a lamparina que ela tinha deixado no corredor tinha apagado por uma lufada mais forte de vento entrado pela fresta da porta e sá via o vulto emoldurado pelo breu escuro, vez por outra um relâmpago alumiava seu rosto.

– A senhora parece uma anja... – falei baixinho.

Mamãe sorriu, vi que sorria por causa de um raio.

– E você meu machinho gostoso...

A mão desceu e entrou em meu pijama, eu estava mole e não pensava naquelas coisas.

– Vai dormir Juninho... Tua irmã... – ela parou notando que estava ficando duro – Tua irmã já dormiu...

Ficou fazendo massagem, um gostinho gostoso entrou dentro de mim e eu solucei.

– Tu ta ficando grandinho... – segurou com carinho – Deixa eu ver esse negácio...

Baixou meu pijama e encostou o rosto, senti o bafo quente diferente do ar frio da noite de chuva. Fechei os olhos quando ela botou dentro da boca e deu uma chupadinha.

Nunca antes ela tinha feito aquilo, mas não achei estranho e gostei de sentir sua boca molhada engolindo meu piru. Era muito diferente da boca nervosa de Carla.

– Teu pai não quis brincar comigo hoje... – ela falou e voltou a botar a boca, ficou chupando, passando as língua.

Eu respirava agoniado sentindo uma coisa gostosa brincando dentro de mim.

– Não fala pra ninguém que eu fiz isso viu? – ela botou meu piru para dentro do pijama – Mas deu vontade de chupar um pouquinho...

Riu e beijou a ponta de meu nariz, senti o cheiro de meu piru saindo de sua boca.

– Vai dormir Juninho... Amanhã a gente conversa...

Saiu.

– Juninho eu tô com medo... – Carla empurrou o colchão da beliche com o pé – Vem dormir comigo, vem?

Olhei para baixo, ela estava cobertas da cabeça aos pés.

– Tu não tava dormindo? – perguntei assustado sem saber se ela tinha visto o que mamãe tinha feito.

– Tava não... Tô com medo dos trovões... Vem dormir comigo, vem?

Desci no beliche e entrei debaixo do cobertor de lã crua, meu piru ainda estava duro e sentia ainda o calorzinho da boca de mamãe.

– O que mamãe tava falando contigo? – perguntou se aninhando em meu corpo.

Respirei aliviado, ela parecia não ter notado ou escutado nada.

– Nada não, sá tava dizendo que o papai dormiu cedo... – passei o braço por detrás de seu corpo – Veio ver se não tinha goteira...

Ficamos calados ouvindo o barulho do temporal, vez por outra sentia seu corpo ficar rijo quando um trovão mais forte batucava nas paredes.

– Tu gosta muito de mim Juninho? – ela perguntou entre um e outro zoar do trovão.

– Tu sabe que sim... Gosto de mais até de tu...

Ela passou a perna por cima de mim e sentiu que eu estava duro.

– Quando eu crescer eu vou casar contigo... – ela falou baixinho no meu ouvido – E a gente vai ter dois filho...

Sempre falou isso, desde que me lembro sempre dizia que iríamos casar e que teríamos dois filhos: Junho Junior e Carla Junhia.

– E a gente vai morar numa casa na beira de um riacho – completei nosso sonho – E vamos ter uma criação de bode, galinha pra comer e peru pra ceia de natal...

Carla riu baixinho das coisas que a gente tinha conversado a vida toda.

– Tu gosta da minha periquita? – falou baixinho – Teu piru tá durinho... Tu não quer bincar?

Estava danado de vontade, mas não tinha ido dormir com ela sá pra isso, queria sentir o calor do seu corpo e fugir os respingados da chuva.

– Vamos brincar de meter? – ela levantou a cabeça e me olhou – Tu tá durinho da silva...

Ela sentou na cama e tirou o pijama, também tirei o meu e joguei a manta no chão. Parecia que ela tinha se esquecido dos trovões, e os relâmpagos deixava eu ver ela nua, esperando que eu tirasse meu pijama.

– Dessa vez eu quero ficar em cima... – pegou meu piru – Tu deixa eu ficar em cima?

Deixei e ela passou a perna sobre meu corpo. A chuva parecia ter piorado, o vento zunia nas frestas da janela, os raios cada vez mais fortes seguidos por turbilhões de zoada dos trovões como querendo fazer a gente deixar de ouvir as batucadas de nossos corações acelera-dos. Ela se ajeitou segurando meu piru até eu sentir o toque macio do xiri melado.

– Senta devagar... – sempre tive medo de quebrar meu talo.

Ela me olhou e sorriu. Botou no buraquinho e começou a descer, ia entrando bem devagar e sentimos o gosto gostoso de nossos sexos unidos.