Ann, “my” sweet Ann,
Cheguei nesse dia a casa extremamente cansado, ou melhor, exausto pela plenitude de problemas a resolver durante o dia de trabalho...
Ãs vezes parece que o gosto pela problemática do problema, se tornaram numa evidente causa nacional...
O dia disparava enfim os seus momentos finais e o telefone tocou, era a Ana, a minha doce Ana, aquela linda mulher que me faz suspirar, ferver, aquele tango argentino em corpo de flamengo que me faz desejar quebrar todos os sacramentos, impor todos os pecados mortais como sacramentos de vida, desejo, loucura e prazer...
Deambulamos docemente pelos mais variados assuntos, até que a determinada altura o assunto das danças de salão levantou o pano e o espectáculo começou...
A Ana, mulher bela a todos os níveis, captava a minha atenção como poucos o conseguem, conseguia fazer-me ouvir, melhor, conseguia fazer-me sentir prazer em ouvir, como se fosse um súbito espectador durante uma de suas danças eráticas, onde espalhava em cada movimento todo o seu esplendor, toda a sua bravura, calor, fervor de mulher plena e predadora de todos os sentidos pessoais e alheios...
Senti-me de repente no interior de um desses cafés vadios, numa qualquer ruela não menos vadia de Buenos Aires, onde o frenesim da rua é certamente ultrapassado pela adrenalina que corre no interior desses mesmos...
No seu interior o tempo parece parar, parece existir um eterno tributo á sensualidade, á conquista entre gigantes famintos de loucura, ao prazer, á contemplação pura, ao toque, ao cheiro, ao arfar dos corações, ao sexo químico e desgraçado que nos leva a viajar e enlouquecer...., ali estava tudo isso e muito mais...e...., era sá fechar os olhos e viajar com ela, com a Ana, a doce e quente Ana...
De repente a realidade impôs novamente a sua vontade e o tempo tinha voado, a responsabilidade chamava, magra e traiçoeira. O telefonema acabou e nás despedimo-nos com um até amanhã e um beijinho com sabor menor do que seria desejável...
Ao chegar a casa, o cansaço fez-me procurar um banho, morno, relaxante e regenerador...
O jantar veio e a hora do descanso igualmente...
O dia já ia longo e o calor parecia não dar tréguas, queria continuar... insistia, o corpo suava, a t-shirt colava ao corpo e a solução era mesmo ficar nú...
Lá fora os miúdos aproveitavam o resto do dia, aproveitavam a água que nascia do chão para mais uma wet party de Verão...
Decidi finalmente deitar-me, mas o calor, sim esse maroto, não me deixava descansar..., o calor aquecia-me o corpo e este conjugava-se na perfeição com a alma já de si quente...
A Ana continuava no meu pensamento, no meu desejo, ainda a via a dançar quente e suada naquele café vadio em Buenos Aires..., até que finalmente adormeci com este pensamento, com esta fornalha dentro de mim...
A fornalha aqueceu, a noite seguiu o seu destino sá e aquecido e os miúdos foram-se, até que de repente reparo em mim á porta de um desses cafés, com um ar não menos vadio, estava vestido com um fato de linho, fresco e claro, adornado com um chapéu de cavalheiro... Estava encostado á entrada a sentir o chamamento, admirava as ruelas, molhadas, vadias, promíscuas e levianas, sentidas com um qualquer passado ido ou recente, ruelas de amor e paixão, loucura e ardor... o dia estava quente...
Vejo aproximar-se uma mulher que nos seus saltos altos levitava no horizonte, o seu vestido negro contrastava com o vermelho dos seus lábios e o loiro do seu cabelo..., a sua pele branca e sedosa cheira a prazer, ela tresanda loucura e perdição...
Ao chegar á porta apresento-lhe as minhas saudações, oferecendo-me para a acompanhar ao interior do café... A Ana aceita com um “si cariño”...
No interior partilhamos um rum bem quente, até que um tango tão vadio como matreiro começa a soltar o seu calor, não nos contivemos, não tivemos tempo para um convite formal... agarrei a Ana pela cintura e puxei-a firmemente para junto de mim, os nossos lábios ficaram separados pelo espaço que o destino ousou querer.
Entreguei-lhe uma rosa vermelha e começamos a dançar, a deambular por aquele salão...
A perdição havia lançado o seu feitiço e o tempo passou sem que tivéssemos notado, voávamos um para o outro como aves em voo nupcial, éramos um do outro e o destino estava traçado...
O tempo passou e o final dessa tarde havia finalmente chegado, Ana e eu exaustos, suados, quentes como fornalhas em tempo de rebentamento, estávamos simplesmente agarrados um ao outro sentindo o doce sabor do encosto, o sentido da contemplação... os nossos corpos namoravam, os nossos olhos provocavam, violavam tratados de não invasão mútua e sá a física impedia que os nossos lábios não se beijassem, fazíamos amor, sexo vadio e intenso, químico e penetrante, éramos felinos... as nossas roupas não tinham força quando caíram pelo chão pedidas, despojadas e ao abandono...
Beijava finalmente a Ana, sentia o doce sabor dos seus lábios vermelhos, sentia todo o seu esplendor, tinha-a ali para mim, para nás... percorria de forma doce e firme o seu corpo, explorava todo o seu toque... os seus seios duas lágrimas entre um lindo sorriso... a Ana arfava de prazer e contorcia o corpo molhado, enquanto passava as mãos pelo meu, eu beijava, lambia, saboreava bem essas duas lágrimas sedentas de conquista e prazer, a Ana do fundo dos seus olhos azuis penetrava o interior do meu coração...
Finalmente, peguei em ti Ana e levei-te para uma cama de docél, negra com lençáis brancos e uma túnica vermelha... deitei-te e beijei o teu corpo, lambi o teu gosto com apreço e fome de prazer, enquanto te tocavas docemente e soltavas leves gemidos de êxtase..., eu observa e deleitava-me com o teu mundo...
Os teus olhos pediram e eu puxei-te com firmeza. De costas invadi o teu interior, entreguei o convite com um beijo revelador e cavalguei contigo as escadarias do prazer, inventamos novos patamares até chegarmos ao prazer máximo e explodirmos no universo da loucura, no universo do prazer, do orgasmo, da entrega total... éramos um sá...
A noite caiu e nás exaustos, adormecidos, conquistados pelo cansaço e pelo prazer viajamos até ao dia seguinte...
Pessoal sou do Porto, Portugal e fã incondicional desta comunidade...
O meu mail é Goncalopais77@hotmail.com...
Qualquer koisa entrem em contacto...
Beijos e abraços