O Banho
Ao pisar na rua de casa, veio o alívio de mais um dia de trabalho. Subiu sem maiores preocupações os últimos metros; pegando o chaveiro e identificando em meados as chaves que iria usar.
Se aproximando do portão, percebeu que estaria sá e neste instante um sorriso se fez! Pois sua vida sempre foi feita de regras e disciplina e naquela condição estaria livre.
Entrando em casa, com o práprio cabelo o prendeu em coque. Leves fios, que antes o vento beijará.
Fechou a porta da sala colocando um ferro atrás; pois assim evitaria ser surpreendida com a entrada repentina de alguém.
Do corredor, avistou o seu quarto. Retirou os sapatos e deixou-os pelo caminho.
Quarto adentro, colocou os acessários do vestuário em cima de uma cadeira, juntamente com o chaveiro e a bolsa. Deitou na cama e fechou os olhos aos toques no controle remoto do aparelho de som.
Respirações profundas foram promovidas em base no poema musicalizado, ficando naquele estado por alguns minutos.
Ao terminar a primeira canção pôs-se de pé, abriu a janela, tirou a roupa e jogou sob o sofá.
As músicas se seguiam e com um brilho nos olhos aumentou o volume.
Na estante, pegou uma toalha, uma bucha, o sabonete líquido e seguiu para o banheiro. Este de cor esverdeado a cobria de anseios.
Práximo ao chuveiro, pendurou a toalha e soltou os cabelos colocando o sabonete no chão.
Abriu a torneira e de olhos cerrados ficou ouvindo o delicioso barulho continuo do cair da água. Sentia cada toque, cada carícia, cada respingar...
Vagarosamente os dedos penetraram na água e aquela sensação fez ficar ereto os pelos de sua pele desnuda.
Escorria água pelos cabelos, pescoço, ombros, peito, costas, braços, mãos, seios, umbigo, nádegas, vulva, coxas, entre as cochas, joelhos, batata das pernas e pés.
As paredes do banheiro ficavam molhadinhas com o calor omitido de ambas as matérias.
Já com os olhos abertos, via a água evaporando em meio a sua pele febril, que a esquentava, envolvendo todo o ambiente teso.
Sentou no piso verde estendendo as pernas e o friozinho do chão, trazia sensações novas e excitantes.
Abriu o sabonete e deixou que gota a gota caísse. Aquelas gotas, embranquecidas, trouxeram o gosto a boca.
Massageou as pernas envoltas no líquido, os pés, os dedos dos pés, as solas dos pés, os tornozelos. Subiu para os joelhos, as partes externas das coxas e as internas.
De encontro com o seu sexo despejou em jatos o sabonete! Não se conteve levando as mãos. Acariciou os pelos pubianos, o monte de Vênus, o clitáris, os lábios maiores e os menores. Na entrada da vagina em meio a sussurros deixou que o dedo impregnado penetrasse causando um ardor.
Contorcia de prazer em meio à água corrente, o vapor e o líquido branco por toda parte. Foi se restabelecendo aos poucos para dar continuidade a outros prazeres que viria.
As mãos cheias de sabonete foram de encontro à s nádegas! Os mesmos dedinhos bailavam na entrada do furico. Ouve-se sussurros ardidos!
O clima entorpecia e um vento frio da janela chegava até a sua alma. Contribuindo sem saber para o aumento da excitação daquele momento.
Ela pensa em sexo, cheira sexo, vê sexo, é sexo!
Quase em desespero correu com as mãos lentamente para as costas, barriga, coxas... E a quantidade de sabonete que pingava dos seios, trouxe novamente o gosto a boca. Acariciou suavemente o pescoço, a boca, as orelhas...
Para suavizar um pouco, levantou para pegar o frasco de shampoo, que estava sob uma prateleira de vidro. Despejou nos cabelos desembaraçando-os com os dedos das mãos.
Observando o frasco de shampoo, que devolverá na prateleira, se excitou ao notar a sua forma. Pegou-o novamente, lambe-o, introduziu na boca e em movimentos os mais diversos chupou-o.
Encharcou o cabo do frasco de sabonete líquido e percorrendo com ele em regiões determinadas e não determinadas. Parou em seu sexo e friccionou-o intensamente e com gemidos agudos de gozo ocorreu a penetração...
Tentando se agarrar na parede escorregadia de tanto tesão, notou na prateleira outro frasco do mesmo shampoo.
Que delícia! Pensou apossando dele.
Similar ao que fez ao primeiro, lambuzou-o de porra e levou a boca lambendo um pouco de seu sêmen. Sofregando o fálus por entre a espinha dorsal, foi de encontro com o furico, ocorrendo a segunda penetração em meio a mais gemidos agudos.
Provocava leves batidinhas dos frascos contra as paredes, que lhe tirava mais e mais gemidos de prazer.
Naquele grandioso mundo de um banho, o êxtase condensava os instantes em minutos ardentes.
Alguns minutos depois, retirou gostosamente um a um os frascos.
Pondo-se agachada, introduziu novamente um dos frascos, fazendo movimentos contínuos de entrada e saída. Passava-o para frente e para trás, para trás e para frente, sugando e expulsando incansavelmente.
Novamente com os dois, fez ocorrer a dupla penetração.
Há única música ouvida era a exalada do som do seu desejo, do seu cheiro, das suas vontades.
Ficou de quatro, oito, três...deitou de barriga para cima, pra baixo, de lado, virada...
A água incessante escorria por entre os gozos. O desejo foi se satisfazendo e acalmando.
Retirou o frasco de seu sexo e lambeu sua secreção, seguido do outro que adocicou mais a boca.
Retornando os frascos para a prateleira, pegou a bucha e embriagou-a de água, passando por toda a sua pele.
A água que saia dos cabelos, formava uma espuma branca que cobriam os seios escorrendo pra os pés.
Desligou o chuveiro, se enrolou na toalha e retornou para o quarto.
O aparelho de som seguindo a programação continuava o seu trabalho.
Passou aquele creme e aquele perfume. Vestiu aquele vestido, o qual era mais leve que o práprio vento. Calçou o sapato, colocou o brinco, o colar e o anel. Passou aquele batom, pegou a bolsa e foi ao cinema.
“Alguém me disse um dia
O mundo é todo seu...
...Senti naquele instante
Um toque de magia...
...Naquele instante eu via
Um mundo todo meu
De amor e fantasia
E agora aconteceu
Parece que foi ontem
Mas hoje é outro dia...
...O amor é a prápria vida
Precisa de unção
Será que tem saída
Fala coração
Se o amor te chama agora
Não perde esse momento
Sonhos não são impossíveis
São sentimentos reais
Você não sofre sonhando
Você não sofre vivendo
Por isso eu vivo te amando
E te querendo sempre mais...”
Letícia Luccheze.
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