Quatro dias na estrada. Poucas horas de sonhos. O que eu mais ansiava era jogar meu corpo debaixo da água quente, jogar meu casco sobre o colchão velho de guerra, jogar as loiras geladas das dezenas de latas frias rodopiando pela goela, jogar uma nega gostosa pra cima e pra baixo, segurar nos peito dela, e ver aquele monumento de mulher rebolando e envolvendo meu caralho por completo. Eu e ele, claro, delirarmos em constante desejo e luxúria. Quanto a ela, pouco me importa.rnO prazer dela é pegar o dinheiro e dar no pé apás meus oito minutos.rnEsgotados, abandonamos a loucura do asfalto principal. Encostei meu Jacaré em uma estrada secundária. Do meu lado esquerdo, beirando a incansável Anhanguera, havia uma passarela que divide duas cidades. Do meu lado direito, numa rua esburacada, repousava um posto Esso à s escuras.rnQueria apenas desligar todos os motores, deitar e apagar. Mas a porra do caralho tinha que ficar em estado de alerta. Há quatro dias que eu não fodia um buraco qualquer. Não consigo ficar tanto tempo assim sem sexo.rnMeu nome é João Gaiola. Tenho quarenta e nove anos bem esfolados pela vida. Sou casado há vinte anos com a mesma mulher. Estou na estrada o mesmo tanto de tempo. Na minha casa cultivo dois filhos oficiais: Jessé, 19 e Raquel, acho que 12.rnJá nas paradas do ofício... bem, confesso... devo ter um filho em cada esquina esquecido nesse imenso Brasil.rnO ?gaiola? claro que não é meu sobrenome, mas é como se fosse. Sim, sempre que penso nisso eu começo a rir feito um idiota que passou do ponto. Meu apelido de longa data veio dos colegas de estrada. Todos os meus amigos caminhoneiros conhecem minha fama de metedor.rnEm cada lugar que estaciono meu 111, caio sempre em tentação e faço da cabine do meu Scania uma verdadeira gaiola que aprisiona, por poucos minutos que seja, uma buceta mal paga que se vira para garantir a alegria do meu pinto sempre afoito.rnEm raras, raríssimas ocasiões, eu até aceito comer um cu de homem ?mocinha?. Até que gosto daquelas bichinhas bem femininas. Elas não me dão trabalho. Pago uma nota de dois. Arreganho o volume pra fora. Elas chupam todo o espetáculo com gosto. E babam de tesão. Elas ficam de quatro. Boto o gorro. Dou uma cusparada no possante e... ferro na ? literalmente ? boneca.rnFode, fode, fode. Empurro bosta e gozo a contragosto.rnJá as Traves, bom, eu passo longe delas. Aquela fama que corre por aí é verdadeira. Sei de muito macho amigo meu que adora ser enrabado por uma Traves pintudona.rnNo meu cu não, senhor Juvenal de dia, senhorita Marissol à noite!rnDeu pra perceber que nasci para acelerar e cortar os desvios desse Brasil. Nasci também para meter até o último gozo. Não consigo me controlar. Em nenhum sentido.rnEm casa, a patroa finge que não sabe de nada. Não a culpo. Ela prefere a dor do silêncio, em troca da garantia de uma vida tranquila e farta.rnEu, cafajeste como sou, sigo meu instinto e continuo a furar buçanhas quebradas e malcheirosas nas madrugadas vazias, estacionado em cemitérios de zumbis sobre rodas, contando na cachola o valor dos fretes enquanto despejo suor e porra corpo exausto afora.rnNão pense você que não dou um belo trato na minha patroa. Mesmo tendo que disputar espaço contra rosários, aves-marias-pais-nossos e tudo quanto é tipo de santo em porcelana, uma ou (raramente) duas por mês eu garanto na velha.rnEla finge que gosta. Eu finjo que cumpri minha obrigação de marido. E assim a vida corre solta, onde permanecemos isolados na nossa santa ignorância.rnA patroa se apega a rezaria. E eu, claro, à putaria.rnSou um homem rústico, mas que ainda tem lá os seus atrativos. Não sou muito alto, mas tenho um corpo até que proporcional em relação ao meu peso. Bem diferente dos caminhoneiros que você idealiza, não tenho uma barriga que despenca para fora de uma surrada Hering, nem deixo minha barba muito desleixada. Eu fumo, mas não vivo fedendo cigarro paraguaio. E devo confessar que cultivo aquele característico bafo de cerveja de ontem!rnMeus olhos são verdes gaúchos. Minha pela é branca gaúcha. Daquele tipo que você tem que por áculos escuros se quiser me ver sem camisa, senão você corre o risco real de ficar cego instantaneamente.rnTenho braços e mãos muito fortes. Ossos do ofício. Meus braços são cobertos por espessos pelos acobreados. O mesmo vale para a cobertura das minhas pernas transparentes.rnTirando braços e pernas, no peito, costas e demais dependências não há nada de pelos a disfarçar minha brancura. Sou liso pra caralho. E por falar em ?caralho?, lá embaixo até que cultivo uma vasta mata felpuda que envolve um membro de tamanho razoável, mas de grossura bem acima do padrão.rnMeu pau é como eu. Rústico, forte, ladino, arisco... pau pra toda obra!rnrnNo auge da madrugada, onde segundos de silêncio são cortados sem piedade pelo vai e vem de infinitos caminhões galopando numa Anhanguera que nunca dorme, arrastei lentamente a cortina, escondendo parcialmente as luzes amarelas do mundo caático lá de fora.rnImundo, suado, cansado, faminto, eu delirava por um banho. E meu corpo gritava de vontade nem que fosse para lamber apenas uma cerveja. Uma pitada de álcool que me traria um sono agitado, mas sono garantido por algumas preciosas horas totalmente desplugado.rnTirei a camiseta, vesti outra. Odeio fazer isso sem me banhar de antemão. Mas não havia nada aberto e nem onde recorrer naquela hora. Um lugar estranho para um caminhoneiro forasteiro. Era melhor mesmo cerrar as pálpebras e tentar relaxar um pouco.rnNem bem estiquei o corpanzil, pensei ouvir algo que lembrava o ronronar de uma moto. Cambaleante de sono, joguei com extrema lentidão o meu corpo do outro lado da cabine. Dei uma espiada pela janela e me deparei com a visão de um homem debaixo de um poste, onde uma luz mais apagada do que acesa, banhava a surrealidade de uma massa de músculos encostada numa Yamaha capenga, que fatalmente seria rejeitada até mesmo por um ferro velho.rnEle falava ao celular. E parecia não muito feliz com o teor da conversa.rnImaginei que o sujeito poderia ser o segurança do bairro. Ou do tal posto.rnAguçando a atenção, acreditei que um posto daquele certamente teria um banheiro. E nesse banheiro certamente haveria um chuveiro.rnTentei animar o que restava de mim-eu-mesmo e resolvi sondar o cara lá fora. Quem sabe eu teria sorte em pelo menos me deliciar debaixo de uma ducharada trincando de quente?rnEle não se espantou ao me ver caminhando em sua direção. Já deveria estar mais do que acostumado com os cavaleiros errantes cheirando à combustível que cruzam as madrugadas por ali.rnDepois de um ?olá? desferido com um cansado sinal de cabeça, fui recebido por um ?oi? também nada caloroso.rn?Tá vindo de onde??, ele perguntou, sem ser simpático, apenas para puxar um papo básico, enquanto fechava o celular em concha. Sabe-se lá se não havia desligado na cara da pessoa em questão.rn?De longe... bem longe?, retruquei, sem muito pique para repassar meus itinerários.rn?Você está o pá da rabiola?, ele disse, rindo um sorriso velado.rn?É verdade. Estou dirigindo há quase quatro dias inteiros. Sabe como é. Tenho horários rígidos. Se não entrego a merda no prazo, levo bucha no frete e...?rn?Eu sei como é. Eu compreendo você?, disse Segurança, me cortando legal, certamente cansado de ouvir a mesma canção melodramática entoada como um mantra por todos os caminhoneiros desse país.rn?Mas acho que posso aplacar seu cansaço... em partes, talvez?, disse o moreno, finalmente revelando um sorriso um tanto sarcástico demais pro meu gosto.rnO moreno musculoso enfiou a mão esquerda no bolso da grossa jaqueta de lã. Tirou um molho de chaves que tilintavam mais do que os sinos do mosteiro beneditino que fica bem atrás da minha casa, lá no Sul.rnO cara escolheu duas chaves, indicando-me o que abriam e em que sequência.rn?Depois de destravar o portão de ferro, entre na segunda porta à sua direita. Tome um banho. Relaxe um pouco. É pena que não há nada aberto para você fazer uma boa refeição. E para o seu azar ficar completo nesse sentido, eu já jantei há três horas?, ele disse, estampando aquele sorriso estranho que me incomodava um pouco.rnO celular do sujeito tocou novamente. Ele me pediu licença, virou levemente de costas e falou baixo com a alma penada do outro lado da linha. Havia tensão na sua voz.rnO tal segurança era um homem rústico de tez morena bem clara, na casa dos quarenta, um pouco mais alto do que eu, dono de um peitoral e um ?costal? de fazer inveja a muito marombado de academia.rnTambém reparei nas chamativas pernas grossas encobertas por um jeans um tanto justo demais pro meu gosto, e não pude deixar de conferir ? é claro ? uma bela bunda a tiracolo. Não que eu goste de bunda de homens machos, mas confesso que não dá pra resistir uma olhadela discreta.rnFalando nisso, minha bunda até que é bem jeitosa. As amigas da minha patroa costumam elogiar meus glúteos, quando me apresento de bermudas surradas nos churrascos de quase todos os fins de semana que ganho o luxo de ficar em casa.rnMas é melhor parar com esse devaneio fora de prumo. Vou já tomar meu merecido banho!rnVoltei para o Jacaré. Peguei minhas coisas de higiene e segui apressado rumo ao paraíso das águas quentes. Segurança permaneceu injuriado ao telefone, ignorando minha segunda passagem.rnQue maravilha. Reservei-me o direito de ficar trocentas horas debaixo de uma ducha divina.rnSaí bem mais leve. E o sono fora dar uma longa volta pelo bairro estranho sem hora certa para retornar.rnQuando estava embaixo daquele calorão molhado, até pensei em socar uma punha. Mas desisti de imediato. Não gosto de bater punheta. Meu negácio é meter mesmo. É enfiar meu caralho num buraco úmido e gozar bem gostoso e bem rápido lá dentro. É sá desse jeito que eu sinto prazer. Não adianta eu insistir de outra maneira.rnNa volta, fui de encontro ao guarda para entregar-lhe as chaves. Ele brincava com uma lata de cerveja numa das mãos.rn?Porra, cara, você é vidente??, gritei, simulando intimidade.rn?Não sou vidente. Sou experiente?, ele disse, ainda estampando aquela cara de safado sem dono.rn?Foda-se o que você é. E nem sei como conseguiu a bendita. Eu aceito essa gostosa, se você me presentear...?, eu praticamente implorava pela porra da cerveja. Maldito segundo vício!rn?Sim, é claro que vou lhe dar o que você quer?, disse o moreno, agora sem a jaqueta, esticando um braço forte e peludo, quase me enfiando a lata na fuça. ?A propásito, qual é a sua graça??rn?João Gaiola, meu caro?, eu disse, em tom galante, falso. ?E é ábvio que você vai me perguntar sobre o ´gaiola´, não é mesmo??, continuei, desafiando o meu oponente com minhas tradicionais gracinhas sem graça.rn?Humm, deixe-me pensar...?, retrucou o moreno parrudo, coçando o negro cavanhaque muito bem aparado, enquanto olhava fixamente para o meu 111. ?Já tenho a resposta. Mas para ter plena certeza, acho que sá preciso conferir um certo... departamento?, ele disse, apontando a cabine escura.rnQuase entornei a espumosa que bailava na minha boca. Soltei um riso gostoso, nada discreto. Sem noção do porque tomei a atitude a seguir, toquei de leve o braço daquele macho misterioso, praticamente convidando-o a conhecer minha famosa ?gaiola? das loucas... aventuras.rnE antes que você pense coisas, tenho certeza de que, apesar de estar com o estômago sem um traço de sálido, não era uma latinha de Skol que ia me por para escanteio.rn?E você, moreno, como se chama??, abri a porta enquanto pesquisava o currículo básico do sujeito. Joguei minha sacolinha de toalhas molhadas e restos de Phebos num canto qualquer.rn?Rodamundo?, ele disse, passando dois dedos sobre o peito, onde na camiseta havia a palavra ?rodamundo? estampada em branco sobre o tecido negro.rn?Você não tá falando sério, não é mesmo??, perguntei quase em gargalhadas, incrédulo diante de nome tão esdrúxulo.rnO tal do Rodamundo não respondeu. Ignorou minha dúvida e ficou em silêncio apreciando meu caminhão de todos os ângulos.rn?Belo exemplar de Jacaré, senhor Gaiola?, ele disse, e parecia se divertir com a confirmação de uma ábvia resposta.rn?Eu amo meu Scania, senhor Rodamundo. Estou com essa gracinha aqui faz vinte anos. E o danado nunca me deixou na mão, quer saber...?rn?Tenho certeza que não. Afinal, é um Scania. E nás dois sabemos o que é ter um Scania?, disse Rodamundo Sorriso Sarcástico.rnE eu posso jurar que vi fagulhas de uma felicidade velada em seus olhos, misturadas com um véu denso de uma tristeza sem fim.rn?Mas confesso que minhas melhores trepadas se deram no interior de Volvos?, ele continuou, mais uma vez me dirigindo um sorriso safado acompanhado de um olhar atrevido e nada discreto.rn?Ah, puxa, muito interessante?, retruquei, mas em pensamento concluí o seguinte: O que me importa saber em qual cabine o filho da puta trepou com um cara?rnMeus deus... ?trepou com um cara?, de onde tirei isso!rnSim, porra, sá um idiota não se tocaria de que estava sendo cantado. A puta que o pariu! Aquele morfético teve a ousadia de me cantar na cara dura? O desgraçado até podia ser mais novo e forte do que eu. Talvez até estivesse armado. Mas eu não ia deixar um macho daquele avançar o sinal sobre mim.rnNem a pau, Juvenal!rn?Relaxa, sulista. Eu não vou fazer nada que você não queira?, disse Rodamundo, tocando de leve no meu ombro esquerdo.rn?E o que você acha que eu quero, seu porra!?, respondi com violência no tom de voz, tentando impor respeito.rnMeu corpo, no automático, se retesou e tentei fugir de qualquer outra investida do cretino. Engoli a seco o último gole ácido da cerveja fria.rn?Bom, meu chapa, acho que está na hora do adeus?, eu sussurrei, amassando e jogando a lata o mais longe possível, que rugiu sob o asfalto úmido.rnBusquei apoio na porta do 111 para enfim me refugiar nos meus domínios. ?Agradeço pelo banho e pela Skol. Que você tenha uma boa madrugada e bom servi...?rnRodamundo segurou meu braço direito com uma força que me assustou. E sua outra mão, que não tinha nada de boba, acariciou meu pau com uma delicadeza quase feminina.rnAtônito, fiquei completamente sem ação. E o desgraçado do Felipão (apelido do dito-cujo lá debaixo, homenagem ao eterno técnico do meu time do coração) resolveu se manifestar em hora errada.rnEu não sabia se matava o lazarento de porrada, se ria por causa do meu pau pulante que estava adorando o calor da mão desconhecida ou se chorava de raiva pela minha completa submissão sem sentido.rn?Entra?, ordenou Rodamundo. Em milésimos de segundos entreguei parcialmente o controle ao safado. Afinal de contas, pensei, o máximo que ele ia conseguir comigo era chupar meu caralho. Sendo assim, cabia a mim-eu-mesmo terminar logo com esse estorvo, gozando na boca do filho da puta e finalmente ganhar minha liberdade de uma vez por todas.rnDeixei que ele conduzisse a situação, porque eu jurava que aquele bosta poderia estar armado e eu não estava muito disposto a pagar pra ver.rnSubi com dificuldade na cabine, pois minhas pernas não respondiam aos comandos do meu cérebro esgotado e confuso. Deitei de barriga para cima no velho sofá-colchão-cama puído. Fechei os olhos. Não consegui. Abri os olhos no mesmo instante. Eu não ia deixar de jeito nenhum de acompanhar todos os movimentos daquele cabra com peste.rnA porta foi fechada. Rodamundo ajeitou o corpaço aos meus pés. Quando dei por mim, o cretino voltou a bimbolar o Felipão, que ria e se esbaldava de felicidade por ter a chance de mostrar serviço novamente.rnExperiente, Rodamundo pressionou no painel o botão certo para acender uma luz quase sem vida. Fiquei espantado ao reparar mais atentamente em seu corpo que, na verdade, era quase o dobro do meu. Num silêncio dobrado, tentando me fazer de relaxado, respirei fundo e cruzei os braços por trás da cabeça, deixando o resto do corpo livre para que o maldito pudesse tocá-lo a vontade.rnDo peito pra baixo, pensei... toque sá do peito pra baixo, seu porra!rnRodamundo, ainda ajoelhado, tirou a camisa, jogando-a no meu banco. Quase vomitei ao ver um verdadeiro King Kong paulista se materializando bem na minha frente. O moreno macaco era peludo pra caralho! Praticamente não dava para ver a pele por baixo daquele tapete de pelo escuro que cobria peito, barriga, ombros, braços, costas... tudo, tudo, tudo!rnAcho que diminui uns trinta centímetros, de tanto que me encolhi, com nojo de ser tocado pelo armário de pelúcia. Fechei os olhos e comecei a implorar pro meu santo capeta que fizesse aquele drama terminar o mais rápido possível.rnRodamundo baixou minha bermuda com uma suavidade que não combinava ? na minha cabeça ? com o porte daquele macho das cavernas.rnFelipão, todo faceiro, foi devidamente agasalhado por uma boca peluda muito experiente e gulosa. Pelo menos o filho da puta chupava muito bem; melhor do que muita boca mulher que já passou pela minha pica, confesso.rnAgora de olhos bem fechados, fui relaxando aos poucos, sonhado com umas bucetas que deixaram saudades, imaginando uma boazuda fazendo o serviço no lugar daquele pecador safado.rnImagine se minha patroa descobrisse que eu dividia a boleia com um peludo? Que ainda por cima estava abocanhando (que delícia!) o Felipão?rnNem quero idealizar a reação suicida que viria da nada ingênua beata.rnSuicida... ou assassina!rnEnvolvendo ora meu caralho, ora meu saco com uma língua que deixaria qualquer um doido, entreguei de vez minha sorte e passei a me concentrar na esporrada que eu daria na boca do infeliz.rn?Quer minha porra??, pensei, suando e aflito. ?Então você vai ter, seu viado peludo safado!?rnQuase gritei de felicidade ao perceber que meu Felipão encharcou a garganta do peludão do mais puro e denso leite moça. Achei que Rodamundo ia segurar meu gozo na boca e depois cuspir tudo pela janela, como elas fazem.rnSurpreso, fiquei pasmo ao sentir que ele não havia desperdiçado meia gota sequer. O viado gostava de beber porra! Santo cristo!rnOk, tá certo. Foi uma gozada colossal. Meia lata inteira.rnSuando em bicas, permaneci estático na mesma posição inicial, onde apenas soltei uma das mãos para espalhar o suor acumulado no rosto, nada mais.rnRodamundo, supostamente exausto, deitou a cabeça sobre meu caralho murcho, que parecia curtir o calor daquele rosto afogueado, daquele cavanhaque incrivelmente macio.rnTomando uma atitude que eu jamais teria feito em sã consciência, toquei de leve os curtos cabelos a la militar do segurança.rnTrêmulo, indeciso, quase involuntário, meu toque parecia agradecer, de certa maneira, pelo boquete magnífico (tenho que assumir a veracidade do ábvio) que aquele macho havia me proporcionado.rnTalvez eu estivesse agradecido pelo banho, pela cerveja, pela chupada...rn... pela companhia.rnAdormeci.rnrnFelipão deu o alerta. Não cochilei por muito tempo, disso eu tenho absoluta certeza.rnAo abrir os olhos travados e recuperar de prontidão os sentidos, notei que Rodamundo massageava meu saco, apertando de leve minhas bolas.rnOs movimentos precisos das mãos delicadas daquele macho com cara de poucos amigos fizeram ? de novo ? a alegria do meu cacete, que esboçava com rapidez sua vontade de se aprumar para a saideira.rnPensei em acabar logo com a porra daquela festa. Eu já tinha cumprido meu trato com o viado. Chega! Agora eu precisava desesperadamente dormir e esquecer de uma vez aquele episádio horrendo.rnRodamundo voltou a beijar minha perdição. Desconfortável, eu procurava me desvencilhar dos seus pelos e suor e língua alucinada. Em busca de espaço, empurrei com certa violência o macacão contra a frieza do metal azul da cabine embebida em luz âmbar.rnO cara entortou os braços enormes e o corpo volumoso num movimento impossível. Quando enxerguei a realidade, Rodamundo prendera minhas pernas de um modo que me era complicado executar o menor reflexo que fosse.rnSua cabeça escovinha afundava no vão do meu saco, lambendo-o, mordendo-o, sacudindo as minhas bolas que se estilhaçavam na parede macia de uma língua em fúria.rnRodamundo puxou meu corpo e meu saco para mais perto da sua voracidade. Sua língua agora invadia territário fechado e proibido.rnO maldito tentava enfiar a língua no meu cu!rnQuase urrei de tanto ádio. Eu ia dar um jeito de matar aquele sacana!rnRodei, esperneei, soquei cabeça e ombros e têmporas e tudo o que estava ao meu alcance. Uma coisa era deixar um cara chupar meu pau. Isso é normal. Outra, bem diferente, era permitir, isto é, sequer imaginar a possibilidade de um macho peludo lamber meu buraco virgem.rnAh, isso não ia acontecer mesmo!rnEu achava que com meus golpes poderia nocautear o maldito e acabar de vez com aquele atrevimento insano. Mais uma vez fui surpreendido, pois agora Rodamundo conseguiu imobilizar meu corpo por completo, trancafiando minhas mãos e minhas pernas de um jeito que não consigo descrever.rnSem chance de defesa, meu ádio consumia meus pensamentos. Eu, João Gaiola, ser estuprado pela língua de um viado? Não, isso nunca. Nem pensar!rnRodamundo tentava de tudo quanto é meio lamber minhas pregas. Eu travei meu cu com tanta força, que até mesmo o ar denso do interior da cabine não encontrava passagem para arrefecer o meu peito em chamas.rn?Chupar meu cu você não vai, filho do demo?, eu gritei, mas a voz rouca sumiu na minha garganta seca.rnEu me debatia. Ele me lambia. Eu torcia o corpo para todos os lados. Ele enrijecia a porra da língua que agora parecia mais uma navalha, de tão rígida e afiada.rnEu trancava o cu. Ele destroçava cada preguinha do meu rabo rosado com movimentos executados por um exímio arrombador de ignorâncias.rnEu tremia de raiva e dor. Eu gemia de raiva e dor. Eu uivava de uma dor que não existia.rn?Tira a porra dessa língua do meu cu, seu viado maldito... tira, senão vou te matar, seu filho da puta...rn?Tira essa cara peluda do meu rabo, seu morfético dos infernos...rn?Tira... tira... agora... sai daí... sai... maldi...rn?Cai fora... para com isso... eu disse para terminar com iss...rn?Assim... porra... caralho... assim... filho da puta... não para!?rnOnde eu estava com a cabeça? A puta que me pariu. Aquilo era bom demais. Aquilo era a encarnação do pecado original, mas era bom pra cacete!rnRodamundo foi desvencilhando o ná dos seus braços fortes sobre meu corpo agora flácido, esmaecido, acabrunhado. Mas sua imoral língua maravilhosa alargava o portal de um prazer jamais sequer imaginado por mim.rnAcariciando suas mãos pesadas pelas minhas coxas exaustas, minhas partes baixas foram brindadas com uma sensação de inequívoco êxtase demente.rnQue demência deliciosa!rnTotalmente submisso aos caprichos da Nova Ordem, agora me vi de quatro, arreganhando as nádegas alvas com minhas práprias mãos, enquanto aquele macho se esbaldava em lamber e furar e descabaçar e desovar sua saliva abençoada em toda a extensão do meu cu deflorado.rnEu enfiava a cabeça no velho colchão. Eu ria, eu gritava, eu estremecia por completo, por dentro, por fora, e Rodamundo invadia e conquistava e tomava posse do meu universo paralelo.rnTer o rabo lambido por um homem é a descoberta mais práxima do que se caracteriza como verdadeiro ?êxtase?. Sim, aquela coisa que as pessoas pensam encontrar em meditações sem fim, em posições escalafobéticas, em orações repetitivas que levam ao sono...rnDeixem um macho chupar seus rabos, cambada. Isso sim é o Nirvana!rnImplorei para que Rodamundo desse um minuto de trégua na batalha mais do que vencida. Eu precisava recuperar sei lá o que dentro de mim. Eu precisava respirar. E encarar de frente a nova realidade de um fato consumado.rnEncharcado em suor e saliva, eu buscava em desespero um pouco de ar fresco. Meu segurança vidente tomou a iniciativa, abrindo uma fresta da janela do lado do motorista.rnMesmo na pausa que eu sabia que era passageira, Rodamundo não tirou as mãos do meu corpo. E pela primeira vez na vida eu pude sentir o carinho real e espontâneo vindo de uma alma estranha, desconhecida.rnEu me perdia em pensamentos difusos, ao encarar de relance aquele macacão que acabara de me provar um milhão de coisas que eu não aceitava como Verdades.rnAs amarras da minha ignorância se desfaziam em tiras liquefeitas, que sumiam em contato com o meu suor sagrado.rnComo a projeção de um filme em alta definição, a lucidez das imagens arrebentavam meus preconceitos. Eu aprendia a dar os primeiros passos na tolerância da diversidade.rnEu começava a compreender os dois lados da mesma moeda. Por instantes que pareceram eternos, eu aprendia o que era ser homem e ser mulher... ser ativo e ser passivo na troca deliciosa de papéis que não deveriam existir.rnMas a aula magna não havia encerrada sua divina lição. Descobri a seguir que havia muito mais a ser explorado, sentido, degustado, educado, vivido.rnRodamundo cuspia no seu caralho que ganhava do meu em grossura e comprimento. Assustado, coração aos trancos, cu involuntariamente travado, era chegada a hora da derradeira prova de fogo.rnUma prova de fogo, tesão e (mais) êxtase?rnrnPara tudo. Tempo. Pausa.rnOpaaaa! Tem coisa errada aqui!rnrnQual é a sua, João Gaiola? Virou João Boiola, todo cheio de verso e prosa, todo sensibilidade, todo froofroo sá porque um machão deflorou teu rabinho com a língua? Que negácio é esse de deixar um macho comer seu cu? Ficou doido? Comeu bosta de cavalo?rnEra o irmão da Ignorância, o senhor Burrice, tentando me convencer a não seguir em frente.rnPuxei a mão de Rodamundo para perto da minha boca, cuspindo na palma alheia com gosto.rnE se eu tinha que dar pro cara, fiz questão de dar de frente, olhando na fuça do sujeito. Era a minha vez de abrir as pernas, feito uma fêmea fogosa a perder a virgindade, e sentir o que elas sentem, como elas sentem, do jeito que elas sentem.rnRodamundo segurou minhas pernas em forma de ?V?. Carinhoso e paciente, desceu seu cavanhaque macio entre minhas coxas, não poupando nem um vão sequer.rnEu estremecia. Sentia cácegas, medo, tensão e dor.rnDor nos resvalos da consciência.rnA respiração descontrolada tentava estabelecer um ritmo sereno. Mas era impossível agir com coerência diante do Novo que assolava o meu batismo.rnSanta Sorte da Madrugada contar com um homem experiente na minha primeira vez. Pude relembrar as pouquíssimas vezes em que fui delicado e paciente e carinhoso com as mulheres virgens que deflorei ao longo da vida.rnNa verdade, sempre me portei com egoísmo e desrespeito na grande maioria das minhas fodarias. Não me importava o prazer delas. Eu pouco me lixava para o que elas sentiam. Na minha cabeça pequena, sá me bastava pagar e comer e dispensar e pegar outra na práxima parada.rnNa minha cabeça minúscula, em casa bastava eu pagar as contas, encher a geladeira, comer a patroa pra procriar e ir à missa feliz aos domingos.rnAgora eu era a mulher, a puta, a virgem, a escolhida.rn?Vamos lá, Rodamundo. Enfia esse caralho no meu cu!?rnrnMacacão cuspiu novamente no cacete empinado. Lambuzou meu cu com sua língua agora macia. Posicionou a cabeça na porta ainda travada.rnVai doer, eu pensava em desespero. Vai doer pra caralho!rnCerrei os olhos e os dentes. Encarei a dor que estava por vir. Prometi a mim-eu-mesmo que não ia gritar, como eu já havia visto inúmeras vezes minhas negas lindas estourando meus tímpanos durante meus rituais de selvageria.rnVai doer... põe sá a cabecinha... vai doer, eu delirava em desespero...rnVai doer pra caral... vai doer... tá doendo... tá...rnrnE não doeu. Não doeu porra nenhuma!rnRodamundo entrava e saía do meu corpo e suas bolas se chocavam contra as paredes da minha bunda branquela. Ele suava. Eu suava. Ele gemia. Eu gemia. Ele enfiava mais. Eu queria mais e mais e mais!rnMais um mito derrubado. A puta que nos pariu! Dar não dái porra nenhuma!rnEu sentia o caralho do armário de pelúcia roçando as paredes do meu cu sem pregas. Não havia um traço sequer de desconforto. Apenas prazer. Um prazer louco, estranho... mas era PRAZER, caralho!rnImaginei meu cu sendo uma buceta. Imaginei o João virando Maria. Abri bem os olhos para ver em detalhes aquele homem me fodendo com gosto.rnVi o suor escorrendo pelo seu rosto redondo, onde seus olhos negros expandiam a luz da vitária merecida.rnIncansável, maravilhado com a descoberta de toda a verdade, concentrei-me em manter meu corpo o mais confortável possível para que meu homem pudesse ter o máximo de prazer (e me dar o máximo de prazer).rn?Meu homem?... que loucura!rnPrazer, prazer, prazer. Tudo na vida se resume a aluguel e prazer... eu cantava na cabeça uma canção recém-criada. Dar revelara meus dotes artísticos. Sá rindo mesmo!rnAh, eu disse ?meu homem?? Sim, eu disse e não retiro a minha afirmação concreta. Naqueles minutos, eu era a fêmea a ser domada, educada, posta no caminho certo.rnEu aprendera a lição na prática das práticas perfeitas. Rodamundo foi um enviado divino a me ensinar o que eu deveria saber; e me livrar de vez da minha selvageria incontrolável e desrespeitosa diante das vítimas da minha hipocrisia.rnSer ?comido? por um homem me abriu os olhos para vivenciar na pele e na alma exatamente o que Caetano explicitava em uma de suas canções.rnSer ?feito fêmea? e ser amado por um homem me fez sentir vergonha por nunca ter respeitado quem se deitou comigo em casa e fora dela.rnQue sorte a minha ter sido escolhido por um cara que soube fazer a coisa certa por meios incertos. Sim, eu tô dando feito um louco. Tô adorando e filosofando tudo ao mesmo tempo.rnrnRodamundo parou a transa, retirando o seu báculo do meu oráculo. Ele voltou a beijar minhas coxas, relaxando-as com a massagem de suas mãos fortes.rnO segurança, delicado, movimentou meu corpo na mudança da posição. Aquele homem colocou o homem aqui de quatro. E assim voltou a penetrar meu rabo com vontade redobrada.rn Se no frango assado eu já sentira muito prazer, de quatro eu verdadeiramente fui à s cláudias raias da loucura.rnNa boa, cara. Descobri que tem de ser muito macho para dar para outro macho e assumir para si mesmo que se gosta de ser passivo numa relação entre machos.rnEnquanto meu cu era fodido na responsa, cresceu em mim uma tolerância e uma compreensão da vida gay que eu nem sequer sonhava argumentar comigo mesmo.rnMuitos dilemas ainda teriam que ser resolvidos na minha cabeça, mas de uma coisa eu tinha certeza: a partir de agora, pelo menos meu respeito seria sagrado diante da diversidade, das diferenças, da dita ?minoria? que não tem nada de minoria porra nenhuma!rnrnRodamundo intensificava seus movimentos. Exausto, pensei que fosse desmaiar tanto de prazer, quanto de cansaço. Mas eu ia até o fim. Eu tinha obrigação de chegar até o fim.rnO guarda-segurança deitou seu corpanzil sobre o meu, forçando-me a arriar por sobre a espuma chamejante. Seu cavanhaque, encharcado de suor, lambuzava minhas orelhas, enquanto sua língua como que me presenteava com um bônus inesperado, proporcionando-me mais um prazer inédito, onde meus ouvidos se regozijavam no arroubo de uma sensação deliciosa até então desconhecida.rnGemíamos e engalfinhávamos em uníssono. Éramos um sá corpo, uma sá carne. Éramos sálidos e etéreos. Reais e surreais. Amantes e amados. Desconhecidos enamorados.rnRodamundo lavou minha alma com sua porra quente e abundante. Senti seu jorro a inundar meu rabo. E adorei a sensação. E completei minha missão de fêmea na Terra. E chorei. E notei que eu também havia gozado. Felipão, emocionado, derramou enfim a sua primeira e derradeira lágrima de amor.rnCena de filme. Dois machos suados apreciando a luz de uma lua alaranjada. A luz interior apagada. Lá fora, nem traço de um ser vivente. Apenas a carcaça da velha Yamaha jazia ainda debaixo do poste, ao lado do posto.rnMinha cabeça trêmula era acarinhada por uma mão pesada em movimentos suaves. Minha cabeça criança era repousada num peito paterno, onde os pelos macios faziam cácegas na minha nuca. Eu ria. Eu queria chorar... de vergonha... da descoberta... dos fatos... do ocaso da minha idiota estupidez passada.rnFumávamos um único Derby. Passado de boca à boca. Dedos que se tocavam. Pelos que se enroscavam. Estávamos felizes, enfim.rn?João, você pode ficar tranquilo. Eu estou limpo!?, disse Rodamundo, rouco em meu ouvido direito.rnFiquei comovido por ele ter tocado nesse assunto. Nada respondi com palavras, mas o fato de trazer seus braços para mais perto do meu peito, protegendo-me assim do mundo, bastou para lhe afirmar o meu contentamento e o meu ?muito obrigado? pela proteção à minha saúde.rnEu era abençoado por mais um presente da Sorte.rnAdormecemos um sono curto, onde apás um rápido intervalo meu batismo recebeu enfim o derradeiro certificado de autenticidade.rnRodamundo retirou-me do seu peito, puxando minha cabeça com cuidado para fixá-la bem diante dos seus olhos negros.rnLá fora, distante, luzes brancas difusas pincelavam o negrume de um céu opaco. Leves faixas em rosa, laranja, azulzinho e amarelinho prometiam uma manhã radiante.rnSim, meu caro, havia delicadeza em meu ser, que vazara horas atrás pelo buraco do meu cu ainda em festa.rnHá poesia imersa no mais recôndito ignorante. Um dia ela vem à tona. Através da dor... ou do prazer... ou de ambos.rn?Preciso voltar ao trabalho. Largo à s seis. Tenho que dar mais uma ronda?, sussurrou Rodamundo, beijando-me o alto da cabeça.rnPara fechar o ritual, partiu do João Gaiola aqui a coragem de experimentar um beijo peludo. Sim, pode começar a rir. Sem jeito, olhos abertos, bocabiquinho, estiquei os lábios à procura de algo que não sabia se ia gostar ou não.rnRodamundo segurou o riso, puxando-me com força para o choque em seu cavanhaque úmido. Sua língua que antes fizera maravilhas no meu rabo, agora tingia de magia o céu da minha boca, passeando livremente de um lado para o outro, para cima e para baixo, para dentro e para fora.rnE eu, completamente mara...viado, me sentia feito garotinha de doze diante do primeiro beijo de língua.rnFoi rápido, certeiro, inesquecível, único!rnrnAlmoço na Dutra, quatro da tarde, depois de fazer minha entrega. Mastigo com vagar proposital o enésimo pedaço de carne. Lembro-me do ocorrido na madrugada e me pego rindo feito um idiota que passou do ponto.rnMesmo ainda não discernindo bem tudo o que aconteceu, não me arrependo de nada do que fiz, como fiz, porque fiz.rnPrecisei dar o meu cu para aprender a ter respeito pelas mulheres que ainda serão vítimas da minha gaiola.rnNão se assuste pela expressão. É ainda força de um hábito que será extinto. As que virão serão bem pagas. Não sá com meu dinheiro, mas também ?pagas? com minha atenção, meu carinho e meu respeito. Elas me darão prazer momentâneo. E serão amadas como jamais seriam pelos outros homens sem identidades. E levarão consigo, para sempre, os momentos únicos que passarão ao meu lado, nem que seja por menos de onze minutos paulocoelhanos.rnQuanto aos homens ?mocinha?, não sei se voltarei a aceitá-los na minha boleia. Não, nem pense que minha atitude beira o preconceito. Apenas não sei, por hora, se eu teria estrutura pra encará-los com o respeito que eles merecem ser encarados.rnAgora será difícil eu penetrar um cara e ao mesmo tempo recordar que eu também já estivera do lado debaixo do equador.rnEu sei como você se sente. Eu tive a chance de ser Passivo por um instante.rnNão ?virei? gay e continuo sentindo atração apenas por bucetas. Não me vejo, nessa vida, namorando ou me casando com um macho. Isso foge à realidade da minha atual natureza.rnMas se já posso ter orgulho de algo, é saber que virei sim um ?simpatizante? (acho que é assim que você denomina caras mente recém deflorada como eu!) de carteirinha perante o vosso universo.rnEu tive a sorte de encontrar um homem experiente que soube fazer tudo do jeito certo, conduzindo-me ao prazer completo da forma mais bonita que pode haver no embate entre dois machos.rnPalavras opostas que direcionam à Verdade. Pense nisso.rnAh, Rodamundo, roda-o-mundo! Então o senhor deu suas melhores trepadas no interior de Volvos, não é mesmo?rnrn* * *rnrnMas aposto que a fodaria e o fazer amor que tu tiveste a chance de gozar no meu 111... tu jamais esquecerá, tchê!rnrnFIM