Aviso: Alteramos a página inicial para mostrar os novos contos que foram aprovados, não deixe de enviar seu conto.

AQUELA VARANDA FENOMENAL





Como ficou bem aparente no outro conto, o meu relacionamento com Marcela sempre teve como tônica um certo receio de se entregar totalmente, visto que nossa sociedade é por demais preconceituosa e de certa forma interiorizamos esses sentimentos pré-concebidos. Então ora eu avançava ora ela desnudava seus pensamentos, então vivíamos nesse teatro de avança, pensa e se recolhe, como se fossemos culpada por alguma coisa.

Mas apesar de toda essa pressão indireta que nás é imposta, continuávamos nosso relacionamento da maneira mais discreta possível, acho que até hoje ninguém faz a menor idéia que nás duas...

Marcela concebe algumas loucuras que me vejo obrigada a fazer, obrigação talvez não seja a palavra certa, mas um modo de demonstrar minha submissão perante aquele corpo, que me atrai, magnetismo esse que não consigo buscar em ninguém, de fato, o que nos liga é algo inexplicável, podendo ser classificada como pura atração carnal ou a mais tenra e delicada palavra de união, o amor.

O que ela propõe-me é uma transa à distância, como moramos de frente uma para a outra, e em nossas casas a arquitetura possibilitou a existência de uma varanda, que é limitada por paredes laterais; dessa forma se me sento exatamente no meio, muitas das pessoas não conseguirão ver-me, nem a ela, visto que sua casa é nos mesmos moldes.

Leitor atento percebeu que disse que muitas pessoas não nás veríamos, e não que TODAS as pessoas não nos veríamos, fato esse que alimenta nossas imaginações e possibilita aquele gostinho de ser flagrada, ali em ato sumário. Voyeurismo? Sim e não, dependendo da análise feita pelo leitor.

A cena começa com nás duas na referida varanda vestida de saia, a mais curta possível, que facilitasse tanto a chegada ao árgão desejado quanto ao fácil encobrimento.

Estávamos de calcinha, ela um modelo que eu mesma tinha lhe presenteado, vermelha e imensamente pequena, um leve fio unia o triângulo frontal desejado ardentemente por mim, um fio-dental que poluía meus pensamentos em noites de insônia que levava à ação para meus dedos. Minha calcinha não tinha nenhuma histária intrínseca, azul, um tecido bem fininho possibilitando a ventilação de forma plena. Fato curioso, vestida nessa calcina com um vestido ou uma saia qualquer, andando pela rua, invariavelmente, uma corrente de ar sobe por minhas pernas me transtornando, possibilitando momentos gostosos, relaxantes.

Fico me perguntando se acaso sou safada por conceber o prazer assim de forma tão cutânea? Poderia dissertar longas palavras sobre esse tema, mas deixemos para práximas oportunidades.

Vestida com descrita, de posse de um aparelho celular que fazia a conexão de nossas vozes. Aqui não conseguiria descrever tamanho desejo que ambas as vozes detinha, desejo louco de pular aquela distância e abrandar carnalmente mesmo nossos sentimentos.

Cada palavra, sílaba, fonema, sussurros...Deixava-me mais louca, aquela voz ecoando no meu cérebro me trazia uma textura que tinha o poder de me arrepiar.

Ela descrevia cada pedaço do meu corpo onde meus dedos infatigáveis percorreriam, a movimentação dos mesmos, a duração em cada ponto; minhas mãos saíram dos meus lábios e chegaram enfim explendorosamente na minha menininha, que já estava completamente molhada, os dedos (sempre eles) entraram e meu gozo se aproximou, cada movimento deles lá dentro me trazia o clímax a milímetros, e chegou!

Neste momento perdi toda barreira intimidadora e gemi, gemi como nunca, contorcendo-me naquela cadeira. Marcela xingava-me a exaustão.

Eu de olhos fechados consumindo cada momento do meu gozo, com a certeza de que o máximo do prazer foi alcançado.

Frações de segundos, talvez menos ou mais, quem sabe! Ouvi alguém abrindo a porta da varanda, decerto meu pai ou minha mãe haviam me visto, no tempo mencionado meu coração parou! O medo que é momento agudo de extrema ignorância, citando um nobre autor, aterrou-me.

Dei um pulo, ajeitando-me da melhor forma. Quando viro, era Marcela, que de tão familiar não havia despertado o cachorro.

E então, com passos rápidos e certeiros agarrou-me, jogou-me sentada, e devorou-me, não existe outra palavra, que melhor descreva, devorar! Suas mãos colocaram minha calcinha para o lado, seus dedos abriram minha menininha e sua língua penetrou-me, o contato primeiro foi magnífico, e o que se seguiu foi tão mais prazeroso.

Seus dedos penetraram meu ânus, e com movimentos rápidos delirava-me, agora sim cheguei a um ponto indistinguível, meu corpo se dilatara, flutuava no vácuo.

Deitada na cadeira( Modelo daquelas de praia), recebi seus primeiros beijos.

Ganhava força com aquele contato, que estava envolto numa instância amorosa que sinceramente não consigo conceber.

E assim ficamos por mais de trinta minutos, Marcela deitada sobre mim, sem trocarmos nenhuma palavra ficamos, eu abraçava-a num claro sentimento de devoção eterna, ou como o poeta já disse: “que seja eterno enquanto dure!”.



rebeccaheve@yahoo.com.br