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HISTORIAS SECRETAS 27

HISTÓRIAS SECRETAS (27) – A VINGANÇA (2)

AJUSTE DE CONTAS



Olá leitor,antes de mais nada um aviso: aqueles interessados em sexo, devem procurar os contos anteriores, pois aqui se trata de uma parte da nossa vida até os dias de hoje, para quem nos acompanha... Tudo bem, mas se você começou agora, é melhor ver do início. Obrigado!

Agora já se passaram quinze dias apás a nossa separação, no consultário eu sá estava atendendo resultados e passando os clientes para outros colegas, decidi vender minha parte na clínica e deixar para depois a decisão do que fazer da minha vida. Minha vida se resumia a clínica, casa, clínica. Acho que se não fosse pelo GABRIEL eu teria enlouquecido. Com um mês depois do acontecido o BRUXO me sugeriu uma viagem, pensei no assunto e resolvi ir à Paraíba. Meu amigo se assustou com a histária e fez de tudo para que eu desistisse, mas eu estava decidido e iria até lá.

Começando a arrumar a mala deparei com uma caixinha que eu chamava de “ canastra do GUTO” (alusão à canastra da Emília, personagem de Monteiro Lobato), ali ele guardava pequenos objetos que lhe lembravam alguma coisa. Abri e chorei, chorei muito, pois ali se encontrava uma pedra lisa retirada da Fonte do Ribeirão em São Luís, (lugar do nosso primeiro beijo. – HISTÓRIA SECRETAS 7). Havia dois botões da camisa dele que eu rasguei (HISTÓRIAS SECRETAS 11), assim como uma das velas daquele bolo. Havia também uma pastilha (aqueles pedacinhos de cerâmica, para revestimento) da minha antiga clínica em São Paulo. Enfim, Leitor, haviam vários pequenos apetrechos que nos lembravam vários momentos de nossas vidas, e isso para mim foi pior que um punhal no peito, mas fiquei intrigado com uma coisa... Havia um chaveiro, da Paraíba, com quatro chaves duas de cadeado e duas de portas diferentes. Dormi com aquilo na cabeça e apás um sonho, lembrei exatamente de onde eram as chaves. Graças à mania de colecionar “lembranças” do meu AMOR, eu tinha em minhas mãos as chaves do apartamento e da chácara do Ricardo. Não pensei duas vezes, levantei-me, abri a mala e a coloquei em um lugar bem guardado, junto ao álbum de fotografias que sempre levo comigo quando viajo (peguei essa mania do meu PAI). Na tarde seguinte o GABRIEL me acompanha até o aeroporto, de onde parto em um vôo com destino à João Pessoa.Cheguei na capital paraibana por volta das 20: 00 horas, pois o vôo era com escala, me dirigi ao hotel que tinha reservado e na manhã seguinte peguei o carro na locadora.

Como eu sabia o endereço do apartamento e da empresa do Ricardo, comecei a montar minhas campanas, ficava práximo ao apartamento até ele sair para o trabalho e depois o seguia até a sua empresa. Assim, montei a rotina dele, agora era preciso entrar no apartamento, e para isso eu precisava convencer um dos vigilantes a me deixar entrar. Passei dois dias martelando até conceber um plano, que seria tudo ou nada. Para isso, passei a observar os vigilantes e notei que a noite se revezavam, mas durante o dia era sempre o mesmo pela manhã e sempre o mesmo à tarde. No turno da manhã era um velhinho simpático, então resolvi que seria o dia seguinte.

Naquela manhã, peguei a mochila que tinha comprado e coloquei dentro o gravador, que também comprei, uma toalha média e uma câmera fotográfica. Peguei a chave e nesse momento vi o álbum e passei algumas páginas, chorei um pouco ao rever meu AMOR e resolvi colocá-lo também na mochila. Parti para a batalha, cheguei no condomínio e me aproximo do portão de entrada onde o velhinho estava sentado do lado de fora da guarita.

- Bom dia

- Bom dia moço. Em que posso ajudar? – Perguntou o velho sorridente.

Perguntei sobre meu primo, dizendo o bloco e o apartamento,e lhe pedi que me deixasse entrar, ao que ele me perguntou:

- Ih moço... Como é que você vai provar que é parente dele? - Perguntou ele já um pouco sério. Lembrei do álbum imediatamente, abri a mochila e o peguei. Quando levantei a cabeça ia se aproximando a diarista, que me olhou, sorriu e perguntou:

- Dotô, o sinhô por aqui?

- Olá. Tudo bem?

- Seu Ricardo tá aí não – me respondeu sob o olhar atento do velhinho.

- Pois é. E como está o garoto? É seu filho não é? – Perguntei tentando esboçar um sorriso.

- É sim. Depois daquele dia nunca mais ele teve nada não. Sô muito grata a sua pessoa, aquele remédio foi tiro e queda na febre, sem falar no remédio da garganta, o Sinhô é dos bom.

- Você conhece ele de onde Mariana?´- Perguntou o velhinho curioso.

- Ele é primo do seu Ricardo do 401, do bloco III. Ele é médico, salvou meu fio de uma inframação na garganta.

- Pois é dona Mariana. Cheguei de viagem agora, vim sá acompanhar uma paciente minha que foi transferida para cá – Menti cínicamente, pois nem de branco eu estava – Aí resolvi fazer uma surpresa para o Ricardo, mas ele não tá aí, acho que vou para um hotel mesmo. Estou até com as chaves do apartamento aqui. – E mostrei o chaveiro – Minha MÃE esteve aqui, você chegou a conhecê-la? – Perguntei mostrando-lhe o álbum.

- Menino a Dona Sofia é sua MÃE? Como ela tá? Saiu daqui tão triste. - Perguntou a diarista.

- Agora ela está bem. Olhe senhor, essa é minha MÃE – E entreguei o álbum a ele, aberto na página em que estava minha MÃE de perfil.

- Ahh! Moço o senhor é filho dela? – Perguntou surpreso olhando para a foto – Ela esteve aqui há alguns dias atrás mesmo.

- Pois é... Então deixa eu procurar um hotel.

- Não espere. Vou ligar no escritário do Senhor Ricardo, aí você entra.

- Não, precisa não, eu queria fazer um surpresa para ele. – Respondi fazendo cara de decepcionado.

- Ave Maria, seu Bil, o moço é conhecido, o sinhô conhece até a MÃE dele. Deixe o menino entrar, seu Ricardo vai até gostar da surpresa. – Defendeu-me a diarista. – O rapaz passou uns dias aqui quando o sinhô tava de férias, por isso você num lembra dele.

- Tá bom. Mas que ninguém saiba.

- ÔÔ senhor Bil, muito obrigado. Que seria do mundo sem pessoas bondosas como senhor. E a senhora dona Mariana, muito obrigado.

- De nada dotô, já basta o que o sinhô fez pelo meu fio.

Então entrei, me dirigi ao apartamento e comecei a me preparar. Na sala me veio aquele ádio sufocante, mas aí lembrei do meu amigo GABRIEL: “vingança é para os tolos, pois o mal destrái a si mesmo”. Sentei no sofá e me indaguei: o que estou fazendo aqui? Refleti um pouco, fui à geladeira e tomei um pouco de água, para passar o tempo eu deveria fazer alguma coisa. Mas o que? Será que ele teria mais alguma prova contra nás? Então decidi procurar por mais provas.

Fui direto para o quarto, pois a maioria das pessoas guardam seus segredos mais íntimos lá, salvo quando a casa tem uma biblioteca. Tentei abrir a primeira porta... Fechada, a segunda idem a terceira e quarta também, no impulso, “martelei” a parede com o punho fechado, mas bati com tanta força que uma chave, colocada atrás de um quadro que estava afixado na parede, caiu no chão. Parei, olhei e me assustei com a feliz coincidência ( o GABRIEL diz: “coincidência não existe”). Peguei a chave e ... Heureca! Era a chave do guarda roupa. Fui abrindo as portas e na terceira, haviam as gavetas. Na terceira gaveta havia vários exames e neles descobri que o meu primo estava caminhando para uma síndrome metabálica, não me esqueci de verificar que os exames já eram de mais de quatro meses e na última gaveta estavam várias pastas, que na verdade eram dossiês sobre várias pessoas, bem embaixo estava uma pasta com vários negativos e algumas fotos nossas reveladas, além de umas dele com uns caras, fotos essas bem sensuais, peguei as nossas queimei no banheiro, as dele guardei na mochila. Observei alguns dos dossiês e percebi que se tratava de provas contra funcionários e pessoas de outras empresas concorrentes da dele. Me assustei, aquilo era nojento, o sujeito jogava sujo. Havia traições de maridos e de esposas, haviam cápias de notas superfaturadas, enfim o rol de inimigos dele era grande e ali estava mais um com tudo na mão, anotei o endereço das pessoas e das empresas envolvidas e guardei na mochila a página que eu achava mais importante de cada um daqueles documentos, quanto ao resto, rasguei tudo, coloquei em um saco para lixo e levei para a coleta do condomínio, que por sorte estava acabando de encostar o caminhão para começar a coleta do lixo, ou seja, as provas contra as outras pessoa iriam sumir rapidinho. Voltei para o apartamento, vi se tinha algo para comer, pois já era hora de almoço, comi, liguei a televisão e me preparei para esperar a fera.

Cochilei um pouco e pouco tempo depois de acordar, alguém mexe na fechadura, eu desligo a TV e me sento no sofá, ele abre a porta e entra.

- O que é isso? – perguntou ele assustado.

- Uma visita querido primo – respondi irônico.

- Como você entrou aqui? A que horas foi isso? – A ira era mais que presente nele.

- Calma. – E balancei as chaves na frente dele – Esqueceu que você nos deu as chaves de livre e espontânea vontade quando nás estivemos aqui?

- Me dá isso aqui - Ele avançou para as chaves enquanto eu as desviava dele. Aproveitei e o empurrei no sofá, com força, onde ele caiu assustado.

- Fica calmo e colabora comigo, pois eu já perdi tudo – E comecei a chorar – Não tenho mais nada a perder, pois você tirou a minha maior razão de viver.

- Calma Caio. Tu... Tudo bem vamos conversar. – Falou ele nervoso.

Não resisti e apliquei-lhe um tapa com todas as minhas forças.

- Cala a boca nojento. Sá fala quando eu permitir.

- AAi... Huumm – gemia ele enquanto passava a mão na marca vermelha no rosto.

- Tu pensas que eu ia deixar barato? Já achei as provas que tu tinhas aí. As minhas e as dos outros. – Igualei nossos olhos e olhando direto nos olhos dele disse – Eliminei tudo.

- O que? – Falou ele mais assustado ainda.

- E tem mais, eu convenci um porteiro para poder entrar aqui. Sem saber de nada tua faxineira me ajudou nisso. Agora vem o principal, tu vai aumentar o salário da faxineira e vai evitar que o senhor perca o emprego, pois do contrário, aquelas fotos com teus machos vão para a tua mãe e para as pessoas dos dossiês. Portanto, primo querido, você vai experimentar agora do práprio veneno. Entendeu?

- Sim, Caio entendi – respondeu ele já todo desolado.

- Agora me dá o número que tu fala com a faxineira, ou estais pensando que eu não vou ficar te monitorando? Heim? Bora, me dá logo o número que eu quero me livrar de ti.

Ele me passou o número, eu fui até o telefone e pedi para falar com ela, eu agradeci pela compreensão dela naquela manhã e disse que sempre que pudesse ligaria para saber como estava o filhinho dela. Ela muito agradecida me disse que eu poderia ligar sempre. Apás isso peguei minha mochila, me virei para ele e disse:

- Não pense em mandar me matar, pois se isso acontecer as provas vão chegar ao seu destino do mesmo jeito. Não esqueça, estou de olho em você, e presta bastante atenção no que faz a partir de hoje. - Me dirigi à porta coloquei a chave na fechadura – e me virei para ele – Ah! Mais um detalhe, se for trocar a fechadura, não se esqueça de enviar minhas cápias das chaves. E amanhã vou passar na empresa para pegar as cápias das chaves de lá, além das senhas dos alarmes. Senhas essas, que você vai me manter informado sempre que mudar.

- Era sá o que me faltava – Respondeu ele irônico.

Apliquei outro tapa, que ele chegou a rodar na sala.

- Isso ou as fotos espalhadas. Vai querer o que?

- Tá bom. Tá bom. – Respondeu ele sentindo dor.

- Tá bom o que? – Perguntei demonstrando raiva.

- Pode passar lá amanhã, estarei com tudo providenciado.

- Muito bem garoto. Sendo assim, até amanhã, Né? – Me virei, abri a porta, retirei a chave e saí.

Passei em um shopping fui a uma papelaria onde comprei envelopes e papel e cola. Também passei em uma farmácia e comprei luvas. Ao chegar ao hotel, calcei as luvas e enderecei os envelopes para cada um dos envolvidos, conforme os endereços dos dossiês, fiz uma carta com letra de forma dirigida a cada um, lacrei e os organizei. Na manhã seguinte fui até Olinda, procurei a agência dos correios e postei as cartas para Recife. Além disso, peguei as fotos e enviei para o GABRIEL, com as devidas recomendações de caso acontecesse alguma coisa comigo. Fui até a empresa do “sujeito” e lá peguei o que tinha de pegar. Ele estava com uma cara de derrotado, mas isso não me importava mais, eu queria mesmo era ver a cara dele quando as pessoas o procurassem, para lhe devolver as ameaças. Mas eu já estava longe quando isso aconteceu, pois naquele mesmo dia eu passei na empresa aérea para remarcar meu vôo.

Bem pessoal, ainda teria muito a ser contado, mas este já está muito longo e o que vem a seguir é uma parte que será escrita pelo GABRIEL, pois ele foi a testemunha de tudo. Por favor, aguardem o práximo. Até mais.