Quando moleque, meu ciclo de amizades eram os primos. Tinha uma família grande, cheia de agregados, uma típica família extendida do subúrbio carioca. A lágica era a de que os amigos de meus pais, novos ou de longa data, eram todos meus tios e com isso, claro, acabava tendo um núcleo grande de primos.
Essa geração aí, final dos anos oitenta, início dos noventa, curtiam uma boa reunião social regada à cerveja e música. Djavan, Luis Melodia, Milton Nascimento, Gilberto Gil eram os ídolos inconteste de todos e qualquer desculpa era desculpa para uma nova reunião, seja no sitio ou casinha de praia de algum deles, ou também nas casas “urbanas” e bares. Aniversários de casamento, de vida, de morte, do gato, da nova mobília ou mesmo para estreá-la, um prato novo aprendido, um novo LP comprado, enfim, tudo era motivo. Nessa rabeira, os “primos” estavam sempre reunidos e criando seus vínculos. Por essa definição maleável, esse espaço também estava aberto para novas adesões tanto no andar de cima quanto no andar de baixo e foi assim que Paola e Roberta entraram no grupo. Duas negras lindas, filhas do novo amigo de minha tia, da repartição em que trabalhava. Não demorou para se enturmarem e pronto, já eram primas também com as quais passamos alguns anos.
Quando mais moleque, mais atinado ao mundo, entrando ali na adolescência, já tendo descoberto o que era e como era uma ejaculação, os contatos entre esse grupo começaram a rarear. Como todo grupo, com o tempo, sofreu seus desgastes, surgiram seus atritos, obrigações outras apareceram e pouco a pouco o núcleo foi se desfazendo. Os primos com mais afinidade e contato, permaneceram, mas muitos se perderam por aí e até hoje não tenho mais contato. Com Paola e Roberta ocorreu isso, elas simplesmente desapareceram.
Foi numa conversa no meu núcleo familiar, em meio a um almoço de domingo ou coisa parecida, que fiquei sabendo sobre uma das intrigas que surgiram no grupo: o tal amigo de minha tia, o da repartição, pai de Paola e Roberta, fora seu amante. Essa informação revirou minha cabeça! Minha tia! Irmã de meu pai! Casada com o tio mais legal e práximo que tinha, não apenas traia meu tio como trouxe o seu amante para dentro do círculo de amizades! Vixi, aquilo colocou ela na roda da fogueira entre todos, embora quando se encontrassem, existisse aquela tensão na qual todos sabiam o que rola, mas ninguém dizia. Era uma hipocrisia consentida para o bem das relações. Meu tio, talvez por amá-la, talvez pela minha prima, talvez por ser um banana (como dizia minha mãe), talvez por tudo!, não quis separar-se. E continuava sendo o mesmo tio gente boa de sempre. Mas na minha cabeça essa minha tia havia mudado... Já não era mais simplesmente a tia mais proxima, de sangue, primeiro grau, que morava há algumas quadras de casa e onde eu sempre estava nos finais de semana e viajava junto e ia pra festas juntos e, enfim, a tia clássica. Não, não era mais. Surgira algo nela que até então não havia notado. Ou talvez não. Talvez tivesse surgido em mim algo que até então eu não havia notado e que fora despertado por essa tia e seu caso secretodescarado. Eu estava começando a me interessar por mulheres e foi essa tia a primeira figura sexual de uma mulher experiente e práxima para mim. A primeira mulher que rompia o lugar-comum das atitudes femininas de boa mãe e boa esposa e tinha um amante, por exemplo. Um negro. Aquilo mexia na minha cabeça e eu era obrigado a imaginá-la nas mãos de seu amante, fudendo como as atrizes das revistinhas que eu lia à exaustão na solidão do banheiro. Como deveria ser ela chupando o pau daquele cara? Ou sentando? Será que ela fodia de quatro? Eu não sossegava e me perdia em devaneios eráticos entre minha tia e seu amante.
Depois disso nunca mais mantive a tranquilidade despretensiosa de sempre. Visitá-la passou a ser tenso para mim. Beijá-la e abraçá-la, uma prova de fogo. Encontrá-la em casa com aquelas roupas leves que as mulheres usam para faxinar me enlouquecia e segurar minha ereção era sempre uma função muito difícil! Tanto que um dia fracassei...
Essa histária já tem uns bons anos então alguns detalhes se perderam. Coisas irrelevantes como por exemplo o porquê de nesse dia tanto eu quanto ela termos ficado em casa.
Eu estudava em escola pública e por algum motivo, naquele dia, não tive aula. Talvez greve, talvez um feriado enforcado, não lembro. Foi um dessas coisas do funcionalismo público. Minha tia, servidora pública, também não trabalhou e ficou em casa, arrumando-a e aproveitando que estava sozinha já que meu tio trabalhava numa empresa particular e minha prima estudava numa escola particular. Por morar perto e ter muitos amigos vizinhos de minha tia, inclusive da escola pública que como eu também tinham o dia livre, passei a tarde pela região de sua casa e acabei dando um pulo lá, para beber uma água, depois de muito jogar bola na rua.
Pela intimidade, cheguei sem avisar e quando entrei encontrei minha tia, com o som ligado nas alturas, ouvindo alguma rádio pop e espremendo no balde o pano que ela passava na sala. Tava debruçada, as pernas esticadas, empinando a bunda e com o corpo jogado pra frente, pra cima do balde onde fazia força para tirar o excesso de água do pano. A bunda, virada pra mim, me hipnotizava. Pelo som alto, ela não me notou chegando e eu pude ficar ali apreciando aquela cena. Era a posição perfeita para chegar, colocar seu short frouxo para o lado e, sem dizer uma palavra, meter meu pau latejante naquela buceta enxarcada, viciada em rola. Exatamente como via nas fotos novelas. Ela gemeria e elogiaria o tamanho de meu pau pedindo para fodê-la como uma puta, uma vadia e eu meteria sem dá.
Nenhuma idéia de quanto tempo isso durou, mas quando voltei a mim, percebi minha tia me olhando, me flagrando em minha hipnose, em meu devaneio. Me recompus e a cumprimentei normalmente, ou tentei ser normal, e corri para à cozinha para pegar água. Ela, pano na mão, sá me olhava. Quando abri a geladeira é que percebi meu short completamente estufado, uma verdadeira barraca armada! Claro que havia sentido meu pau endurecer na hora, com aquela cena, mas sá ali, ainda voltando a mim, percebi o volume que se formou. Tenso, envergonhado e nervoso, acabei “perdendo a ereção” e agora estava completamente sem graça de voltar à sala, quase me escondendo dentro da geladeira. Mas nem foi preciso. Minha tia entrou na cozinha e começou uma conversa amena, perguntando sobre meus pais, minhas irmãs, comentando como estava sendo bom ter um dia sá para ela, sem meu tio e minha prima, enfim, conversas bobas. Falava isso enquanto preparava a cafeteira e se alegrava por eu ter chegado naquele momento em que ela já queria fazer uma pausa para o café. Eu seria sua companhia perfeita para o lanche e depois, novamente sozinha, voltaria à labuta.
Sentamos na mesa da sala, um de frente para o outro, mas ao lado da mesa. Estávamos de frente, com os braços apoiados sobre a mesa e conversando. Eu com meu braço esquerdo, minha tia com o direito, batendo as cinzas do cigarro que acendeu no cinzeiro sobre a mesa. Talvez tenha sido ela que me incutiu uma certa máxima que até hoje carrego em minha vida: que as fumantes são as mulheres mais devassas e safadas que há. É uma lágica meio sem sentido, eu sei, antes que me ataquem as devassas não-fumantes, mas a tenho na mente.Talvez pelo lance do cigarro que na boca, com o ato de fumar, me insinue um boquete; talvez porque fumar seja tabu e enfrentando-o essas mulheres me fascinem pela atitude, sei lá, mas sei que carrego essa máxima e provavelmente minha tia tem culpa nesse cartário.
Durante a conversa em que falávamos sobre tudo, uma conversa boba entre tia e sobrinho, sem qualquer conotação sexual ou provocação, com minha tia de pernas cruzadas como homens, o tornozelo apaoiado no joelho da outra perna, percebo algo que acabou comigo, um verdadeiro nocaute em meu auto-controle: faltava uma calcinha ali! O short largo e a posição de suas pernas escancaravam sua buceta na minha cara. Tanto que eu não identificava apenas uma sombra entre as pernas, mas conseguia identificar seus poucos pelos, seu clitáris pronunciado, seus grandes lábio apertados junto à virilha, enfim, sua buceta! Quando bati o olho, travei e emudeci completamente. Minha tia percebeu e não ligou e não se mexeu. Eu olhava diretamente, talvez com a boca semi-aberta, babando com aquela cena, era o mais práximo que até então eu havia chegado de uma buceta de mulher, de uma buceta experiente, não-virgem, descabaçada, rodada. E foi inevitável, meu pau cresceu na hora. Mas eu tava enfeitiçado, não conseguia sequer ter vergonha disso, somente olhava. O aroma do café vindo da cozinha perfumava a sala envolta na fumaça do cigarro que eu a via tragar de soslaio, em silhueta, e sua buceta, à minha frente, escancarada e exalando seu cheiro de fêmea. Não tenho idéia de quanto tempo durou isso, mas a interrupção se deu quando senti a mão esquerda de minha tia apertando meu pau sob o short, duro, explodindo, completamente descontrolado. Ela deu duas ou três boas apertadas, olhou nos meus olhos, tragou seu cigarro, amassou-o no cinzeiro ainda pela metade e se ajoelhou. Soltou sua última baforada enquanto tirava meu pau pela lateral do short, esses shorts de futebol do início dos anos 90, curtos. Com toda calma e jeito, tirou todo meu pau e também meu saco, empurrando cueca e short o mais pra cima possível. Tirava meu pau duraço com a naturalidade de quem pega um pão na dispensa e acariciava-o, apontado pro céu, babando. Eu ali sentado, sá olhava, não conseguia mover um músculo e sá sentia minha perna tremendo, fraca e agradecia por estar sentado. Sem dizer qualquer palavra, sem me olhar novamente, ajoelhada entre minhas pernas, minha tia simplesmente abocanhou meu pau e, aí sim, olhou nos meus olhos com meu pau duro na sua boca inchada. Eu nunca mais esqueci dessa cena, da sensação que foi sentir, pela primeira vez, uma boca quente e molhada de uma mulher, que exalava sexo por todos os poros, me chupando.
Não sei se fui à loucura ou à lua. Sá sei que sai dali, fui para um outro mundo. Hoje diria que aquela foi minha iniciação no mundo de Dionísio, mas no momento eu apenas delirava com o que via e sentia. Foi tão intenso que eu não devo ter demorado um minuto, não resisti nada além disso e explodi no mais intenso gozo de minha vida. Dei um gemido alto, quase um grito, prontamente abafado pela preocupação com os vizinhos, mas preocupação toda minha, pois minha tia, já sentada no chão entre minhas pernas, alisava meu peito com uma das mãos enquanto com a outra segurava meu pau na base e sugava, de olhos bem fechados, sugava toda minha porra juvenil sem deixar cair nada, sem deixar sequer eu ver meu gozo. Foi tudo direto para sua língua, para sua garganta. Continuou ainda por um tempo chupando suavemente, levando toda porra que podia até que aquela boca sedenta começou a me incomodar. Não tinha coragem de tirá-la de meu pau e comecei a me contorcer na cadeira. Minha tia percebendo, soltou e olhou meu pau ainda duro, deu uma última lambida na cabeça, engoliu a última gota e se levantou. Não nos olhamos. Ela foi ao banheiro e eu fiquei ali, estatelado, sem força física e mental para nada. O pau ainda pra fora, duro. Quando dei por mim, guardei-o, levantei no susto e fui embora. Pertubado, quase correndo pra casa, ignorando todos os conhecidos que encontrava pelo caminho. Em casa, me tranquei no quarto com a desculpa de que estava cansado e lá fiquei. Não almocei nesse dia, para protesto de minha mãe. Passei a tarde inteira de pau duro e naquele dia devo ter tocado umas três punhetas sem que conseguisse sossegar meu fogo.
A partir desse dia encontrar minha tia passou a ser, aí sim, um verdadeiro tormento para mim. Evitava a todo custo ficar sozinho com ela, embora, pela proximidade familiar, continuassemos a nos encontrar frequentemente. Acho que ninguém jamais soube ou percebeu nada. Nunca mais fizemos qualquer coisa ou tocamos nesse assunto. Foi como se esse dia nunca tivesse existido.
Continuo a vê-la, mas talvez pelo passar do tempo e aparecimento de outras mulheres marcantes em minha vida, já não há qualquer traço de desejo por ela. Voltou a ser minha tia simplesmente, a irmã de meu pai e nada mais.