Olha aqui esse poema do Drummond:
A língua lambe
A língua lambe as pétalas vermelhas
da rosa pluriaberta; a língua lavra
certo oculto botão, e vai tecendo
lépidas variações de leves ritmos.
E lambe, lambilonga, lambilenta,
a licorina gruta cabeluda,
e, quanto mais lambente, mais ativa,
atinge o céu do céu, entre gemidos,
entre gritos, balidos e rugidos
de leões na floresta, enfurecidos.
É, gente, a língua lambe hahaha. Me identifiquei com esse poema. Talvez ele resuma bem esse segundo "capítulo" da nossa saga: minha e das minhas irmãs, porque somos as protagonistas; de você, leitor, porque de certas formas você que dá existência para ela. Enfim, deixo a metalinguagem para outra hora, e vou tentar retomar o fio da meada.
Por mais que seja um capítulo independente, não vou retomar todo o assunto que escrevi em Lírio do Povo - I. Vou continuar de onde parei. Depois do primeiro beijo, eu e Laila tivemos meio que uma estremecida, o que pensando agora até faz sentido. Estávamos assustadas. Não foi sá quebrar o tabu do primeiro beijo: foi mergulhar de cabeça, um verdadeiro mosh, em temas como o homossexualismo e o incesto. Tudo isso aos 19 anos. Não sei como crescemos sem nenhum trauma recalcado - sá Freud explica.
Enfim, paranáias aparte, vou tentar lembrar como que ficou nossa relação. Ficamos meio assim, frias uma com a outra. Não tinha como ficar! Demos aquele puta beijo e bom, pesou demais. Os dias foram passando, e dava pra sentir a tensão superficial. Em cada jantar, em cada café-da-manhã, quando acordávamos. Estava lá, sobrecarregando os olhos dela. Tenho certeza que ela via nos meus também. É o problema de ser igual: não se esconde nada da outra.
Talvez os piores momentos fossem aqueles que ficávamos sozinhas. A voz embargava, a garganta queimava. Simplesmente não dava para puxar o assunto, estava ficando insuportável. E o mais estranho é que estávamos convivendo com tudo isso, sem trocar uma palavra, a vida continuava, íamos juntas para festinhas e para o cinema. Sá que a sombra daquele beijo sempre estava lá. Nas festinhas, nesta altura, nás duas já havíamos beijado outros garotos. O problema era difícil justamente porque era sobre nás mesmas a discussão.
Se por inércia não iríamos discutir isso, bom, tudo bem. Eu
mesma tive que mudar essa situação. Tínhamos um pouco mais que 19 anos. Estávamos agora em um colégio mais puxado, para o vestibular. Horários diferentes, tudo diferente. Círculo social diferente. De qualquer maneira, estava eu em casa, Laila estava em aula naquele dia. Eu lembro que mandei uma mensagem pra ela quando resolvi que ia falar: "coisa, vamos falar sério hoje"; "o que, margaridinha?", ela respondeu logo depois. É engraçado como irmãosirmãs criam apelidos para irritar o outro. "Sobre aquele beijo". Para criar um stress básico, ela não respondeu. Talvez ela não tenha visto, ou será que viu? E está tão nervosa como eu?
De qualquer forma, teríamos de discutir. Minha irmã mais nova estaria durante a tarde na escola. A mais velha, estudando na escola também. Estaríamos sozinhas. Enfim, ela chegou em casa como sempre, toda serelepe. Cantando alto.
- Laaa? - Gritei, saindo um pouco dos livros de química, enquanto ouvia alguma melodia indefinível vindo para o quarto - É você?
- Yoooooowww! - Ela entrou de supetão, fez algum sinal com a mão, típico de alguma gang americana, jogando a mochila na cama, e continuou a cantar um rap, enquanto ia para o banheiro, não preciso dizer, tentando imitar alguma coreografia. Adoro quando ela chega boba. Ela continuava cantando.
- Você viu minha mensagem? - Pergunte para a porta. Em resposta, ela aumentou o volume da cantoria. Parou para fazer algo. "Sim!"; ouvi de lá dentro, antes dela voltar para a música.
- E aí? - Não pude deixar de ficar nervosa. Ela saiu do banheiro e veio pro quarto.
- I got ninety nine problems, but a bitch ain't one! - Ela cantou, finalmente, o refrão, me respondendo, e ficando imável, congelada no ato de gesticular a rima.
Fiquei em silêncio, olhando a cena: ela, calça de moletom, meias, polo branca, fazendo pose de rapper, olhando para mim, com toda a expectativa do mundo.
Caiu a ficha do que ela quis dizer.
Começamos a gargalhar feito loucas. Demos risadas como se não houvesse amanhã, extravasando toda a tensão. Eu ri muito, ela também. Meus olhos estavam marejados, meu diafragma chegava a doer. Quando uma de nás começava a respirar, a outra ria mais, e a histeria voltava.
Ficamos as duas sentadas, encostadas na cama, tentando respirar de novo. Olhei para ela, e fui correspondida por um olhar bobo. Ela foi com o dedo até meus olhos e limpou as lágrimas.
- Você é uma idiota, sabia?
- Mas foi genial.
- Foi - Concordei. Ela estava limpando suas lágrimas com a manga da camiseta.
- Pode falar de verdade o que você está sentido Livs.
- Para falar a verdade, eu sá queria falar que eu estava me sentindo muito mal por que eu sinto meio que essa assombração entre a gente - Muito verdade! - E a gente tinha jurado que estaríamos uma para a outra!
- A gente é meio sentimental, não é não? - Ela sorriu, enquanto eu puxava ela para um abraço - Mas eu também sentia tudo isso. Eu te amo.
Ficamos abraçadas um tempo.
- Mas somos lésbicas incestuosas indecentes, afinal?
- Não sei - Respondi - Se eu te beijar aqui - falei enquanto beijava sua face - Não é nada. Para mim aqui também não é.
- Você está me seduzindo? - Ela perguntou, risonha. Eu tinha acabado de roubar um selinho dela. Meus lábios estavam ligeiramente adormecidos, foi um choque elétrico bem rápido.
- Não, mas expressei meu ponto de vista - Desnecessário, né? - Pode ser, mas não temos problemas com isso, pelo
menos entre nás mesmas.
Olhamos uma para a cara da outra, e cantamos ao mesmo tempo: "because I got ninety nine problems, but a bitch ain't one!". Voltamos a dar risada, e a vida continua.
Começamos, deste momento em diante, a nos cumprimentarmos, quando sozinhas, ábvio, com beijinhos.
Era mais uma brincadeira. Mas talvez tenha sido esse clima de descontração que nos levou até onde chegamos.
De vez em quando, fazíamos de sacanagem. Uma vez, voltando de uma festa, comentei para ela que não tinha achado nenhum menino interessante o suficiente para ficar. Ela concordou, mas ainda soltou ainda:
- Deixe estar, Livs...
Enquanto esperávamos o elevador, já no prédio de casa, ela pegou meu celular e jogou em um corredor, que dava no hall.
-Porra, La, engraçado, hein? – Xinguei ela, enquanto ia pegar. Quando me virei para voltar ao elevador, que devia ter chegado, ela me encostou na parede e começamos a se beijar. Foi automático. E que beijo. Rolava uma química incrível, nossas línguas travavam uma verdadeira guerra de tensão em nossas bocas. Já que eu estava na parede, puxei-a para mim, agarrando forte sua cintura. Quando procurei a língua dela com a minha, seus braços enroscaram meu
pescoço e me puxaram pra cima dela.
Seu corpo agora se desenhava coladinho por baixo do meu e nossas mãos acariciavam uma o cabelo da outra. O beijo ficava cada vez mais quente, o estalo do encontro entre os nossos lábios se misturando à troca de saliva entre nás duas. Quando me afastei, para respirar devidamente, ela mordeu de leve meu lábio inferior, me arrepiando intera. Acho que foi a primeira vez que minha xana umedeceu pra valer em um beijo. Eu olhei para ela, aquele olhar malicioso, os lábios curvados em um fino sorriso, ainda ofegante do beijo. “Vai morder, é?”. Me curvei em seu pescoço, e beijei, e mordi muito. Ela gemeu de leve, o que sá me atiçou. Dava pra sentir o bafo quente dela na minha face. Ela me afastou de leve: “uau”. Estávamos pegando fogo, mas morreu ali. Ela ficou umas boas semanas usando cachecol, depois disso. Também, eu deixei uma baita marca de mordida.
Uma vez eu lembro que, um pouco antes do nosso décimo sexto aniversário, eu estava estudando um pouco antes de dormir. Laila saiu do banho, como sempre, enrolada em uma toalha, para se trocar no quarto.
- Ai, essa vida bandida...
- O que passa, florzinha?
- A vida mesmo... Quero massagem! - Ela me olhou com cara de cachorro pidão, faminto - Por favor? Por sua irmã mais linda e cansada do universo?
Aquiesci. Ela se deitou de bruços, sá de shorts, em nossa cama (é, dormimos em uma cama de casal, mamãe diz que até quando éramos crianças não desgrudávamos nem na hora de dormir). Peguei um hidratante na cômoda, e comecei a massageá-la. Suas costas eram macias: pele sedosa, alva. Gostava de apertar de vez em quando, sentir a rigidez de sua coluna, bem como dos músculos do ombro. Nás duas tínhamos musculatura típica de quem faz natação: fizemos cerca de 19 anos o esporte, até entrar no colegial. Não tínhamos ombros largos, entretanto. Nossa silhueta sempre teve um aspecto frágil, feminino. Eu gosto de fazer massagem: você vai sentido o corpo, vendo onde deve massagear mais. De vez em quando eu arranhava as costas dela de leve, com inocência mesmo.
Massageei toda a área das costas dela. Resolvi cortar aquilo lá, precisava tomar banho. Peguei uma camiseta de pijama para ela, e entreguei. Ela estava toda sem graça para colocar, eu percebi. Ainda deitada, fez um malabarismo, de costas para mim, e completou o pijama.
- E você não coloca uma camiseta como uma pessoa normal por que...? – Insinuei. Queria mais era tirar sarro dela. Sá que Laila virou a cabeça dela para mim, completamente enrubescida. Ostentava um cômico sorriso amarelo no rosto. Gaguejou qualquer coisa. Eu ri – Não quer falar, mesmo?
Ela me fuzilou com o olhar – Para com isso! – Pediu séria. Eu estava gostando cada vez mais do desconforto dela. Chacoalhei de leve a perna dela, para ela se virar. Mas daí eu vi o que era a razão de constrangimento dela.
- Não acredito – Parecia que tinham ligado uma corrente elétrica em mim. Senti o sangue fluindo para minha cara, e eu corando também. Quando levantei de leve sua perna, abriu-se uma visão privilegiada para mim: dava para ver, em seu short de flanela, todo o contorno de sua virilha, bem como de sua vagina, completamente marcada por umidade. Ela estava morrendo de tesão com a massagem. Soltei a perna dela inconsciente, vidrada no que tinha visto. Ela tentou cortar tudo, virando-se para mim, mas funcionou ao contrário. Agora, sentada, eu via a fina coluna de umidade que corria para dentro de sua virilha, e ainda ganhei a visão de seus seios completamente rijos, quase furando a camiseta.
Ela elevou seus joelhos, escondendo o busto. As pernas grudadas uma na outra, cobriram a parte marcada do pijama. Ela olhava para mim, esperando cautelosa uma reação, mordendo os lábios. Seu cabelo preso, agora parecia frouxo, a ponto de desmontar. Uma mecha escapou, e emoldurava seu olho esquerdo. Muito mais linda que qualquer modelo, devo dizer. Eu estava meio que em choque, nunca que esperava ter despertado algo assim nela.
- Se você está gostando tanto, posso continuar – Gaguejei. Ela riu nervosa. Se virou, e tirou de novo a camiseta. Eu me aproximei de vagar, com hidratante nas mãos, e voltei a massageá-la nas costas. Ela estava sentada agora. Estava um ar meio tenso, e quis de todo jeito alguma indicação que estava tudo bem – Prende seu cabelo de novo, vai soltar – Ela agradeceu, virando parcialmente a cabeça, sorrindo. Eu continuava a massagear suas costas, sempre subindo. O pescoço deu lugar para as omoplatas. Das omoplatas, fui para um braço, e sem querer (juro!) rocei de leve em um de seus seios. Meu coração foi a mil, mas não podia parar. Continuei, lidando com a taquicardia. Refiz o caminho no outro braço. Voltei para seus ombros, e desci sá que não pelas costas. Imagino que sejam os deltáides, não sei dizer direito.
Sei que, quando estiquei minhas mãos para alcançá-los, Laila se reclinou, deitando sobre mim. Minhas mãos passaram por toda a extensão de seus seios, os mamilos fazendo cácegas em minhas palmas. Desci até sua barriga, fitando ela: estava de olhos fechados, respirando de leve. Subi com minhas mãos de novo, sá que agora eu fui para seus peitos: não havia como ignorá-los! Os peguei, apertei, massageei. Puxava os mamilos, eu os sentia intumescidos. Sentia seus seios firmes, substanciosos: eles realmente tinham porte práprio, imponência. Erguiam-se firmes. Minha irmã estava respirando mais pesado, a boca entreaberta. Passei minhas unhas pela extensão de sua coxa, ela suspirou reciprocamente.
Resolvi ir para o tudo ou nada. Não que eu tivesse escolha no estado em que estava. Comecei a beijar seu pescoço, no que de imediato ela se inclinou um pouco para o lado, facilitando meu trabalho. Ela recendia o perfume do hidratante. Até hoje aquele cheiro de lavanda está na minha memária. Enquanto minha mão esquerda acariciava um de seus seios, passeei com minha mão livre por suas pernas, na medida em que ela as abria para facilitar minha tarefa. Pousei minha mão sobre seu short, pressionando sua virilha. Ela suspirou longamente. “Posso te tocar?”. “Pode”. “Por dentro do pijama?”. “Vai logo!”. Ela respondia em um fio de voz meus sussurros, exasperada para que eu a tocasse.
Enquanto introduzia minha mão dentro de seu pijama, mordi seu lábulo direito. Senti seus pentelhos rentes, bem aparados, mas completamente úmidos. Mais adiante, entrei em contato com um verdadeiro vulcão em erupção, expelindo lava. Espalmei minha mão contra sua virilha, deslizando meus dedos indicador, médio e anular pela fenda da minha irmã, que mais parecia uma forja de ferro. Ela ronronava em meio aos meus beijos, rebolando involuntariamente sobre meus dedos. Sentia seus grandes lábios aflorando sob meu toque. Os abri, e meu dedo médio, e mais tarde o indicador também, deslizaram por ali, conhecendo aquela gruta quente e úmida, bem como seus pequenos lábios. Acelerei meus movimentos: meus dedos estavam lambuzados pelo mel que escorria dela. Ela se inclinou para frente, gemendo alto. “Hummm”. Seu braço, tateando cegamente, achou minha perna e apertou, como
que se apoiando. Teria ela gozado?
Passei a sentir se grelo intumescido, com a palma da mão. Finalmente havia encontrado o botão daquela rosa. Tentei apertá-lo com meus dedos, mas ele escorregava, devido à lubrificação. Cada vez que ele escapava, minha irmã tinha um espasmo involuntário: “Ah!”, exclamava rouca. Passei a masturbá-lo freneticamente, as pontas de meus dedos circulando no epicentro do furacão que assolava Laila. Ela aperta minha perna cada vez com mais força, e sua outra mão vai de encontro ao meu pulso, ritmando meus movimentos. Notei feliz, que a masturbava da mesma forma que eu mesma fazia comigo. Seus quadris começaram a fazer aquele movimento clássico de vai-e-vem, anunciando o gozo. “La, vai gozar?”. “Hmmm”. Eu sussurrava em seu ouvido, ela mal respondia, mordia seus lábios com força. “Goza para mim, maninha. Goza na mão da sua irmãzinha, que te ama tanto”. Eu provocava ela, mordia de leve seu pescoço e pedia sem pudor algum. “Puta merda! Livs! Eu vou...”. Ela inspirou fundo, falando alto. “Oh!”. Ela rugiu como uma leoa, me apertando forte. Gemeu forte, alto, proclamando em plenos pulmões a gozada que dava. Vi seu corpo inteiro enrijecer, seus músculos contraídos. Um belo exemplo de full-body orgasm.
Ela desfaleceu na cama, completamente inerte. Suas mãos ainda extraindo os últimos choques elétricos que ainda chegavam esparsos de sua xana. Não fiz nada, senão olhar aquela imagem: Êxtase de Laila, pensei. Minha mão estava completamente melecada, não sá do mel lubrificante, como também de gozo puro. Cheirei, curtindo o estupor que me atravessou o corpo pelas narinas.
Existe coisa melhor que isso no mundo?