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A APOSTA - PARTE 2

No dia seguinte, ele não apareceu. Tive receio de ir à sua casa.

Ele sá apareceu dois dias depois, percebi que estava um pouco sem graça e nem olhava pra minha cara direito. Ele ficou parado diante da janela da minha sala, que dava para o corredor ao lado da casa, sem dizer nada. Fiquei parado atrás dele, distante, esperando que ele dissesse algo. Foi então que ele começou a falar, de costas pra mim:

- Olha, somos amigos de longa data e você me conhece. Não sou isso que você está pensando. Sá peço que você não conte a ninguém o que aconteceu ontem.

Fiquei aliviado por não ouvir um “isso nunca mais se repetirá” ou “acabou a amizade”. Falei:

- Relaxa, você é meu brother, é claro que ninguém vai ficar sabendo disso.

E cheguei mais perto, dizendo:

- Cara, de verdade, sua bundinha é muito gostosa, hein. – E comecei a alisá-la, por trás dele, que disse:

- Não, cara... Vamos deixar isso quieto...

O encostei na janela, dando uma bela encoxada e ele não fez nada. O agarrei por trás, meu pinto já estava duraço e comecei a fazer movimentos de vai-e-vem em sua bunda. Eu disse:

- Poxa, tô louco pra foder de novo com você. Não faz isso comigo...

- Então me come, desgraçado!

Mal acreditando no que ele havia dito, não pensei duas vezes: abaixei suas calças e começamos a trepar, ali mesmo, ele apoiado na janela com a bunda empinada e eu segurando sua cintura, metendo com calma no início, mas quase não conseguindo me conter:

- Uhh, que delícia de cu você tem.

- Ai, ai, mete mais devagar, tá me rasgando.

- Prometo que vou devagarzinho.

E logo começou a verdadeira meteção, ele gemendo de dor e prazer e eu arfando de tesão enquanto lambia sua nunca e orelhas:

- Pede pra eu te comer de novo, vai...

- Me come, me fode, seu puto!

Comecei a bater uma pra ele enquanto o comia ali, em pé. A cada piscada que seu cu dava, eu sentia que ia gozar, mas me segurava pra curtir mais o momento. Quando ele gozou, não aguentei e gozei também, inundando seu cu com porra. Quando meu pau amoleceu e foi saindo de seu cu, segurei forte em seu braço e disse:

- Hoje você não vai fugir não.

E lasquei um beijo de língua nele, muito melhor que os beijos que eu dava nas meninas. Aquele sim foi um beijo ardente, de tesão, correspondido com a mesma intensidade:

- Vamos tomar um banho.

Foi nesse banho que conversamos pela primeira vez sobre o que estava acontecendo, sem pudores. Perguntei:

- Você já tinha dado a bunda pra alguém antes de mim?

- É claro que não, idiota.

- É que você parecia ter gostado tanto, que pensei que já tivesse dado pra outros meninos.

- Lágico que não! Tá pensando que eu sou algum tipo de puta?

- Não precisa ficar nervosinho. Eu tô é gostando de ser o primeiro a comer seu cuzinho.

- E agora que comeu e tá satisfeito, não vou pedir pra te comer, se você não quiser, mas bem que você podia mamar no meu cacete.

A essa altura, seu pau já estava duro, e o meu também:

- Tá bom... Tá bom...

Fiquei um pouco receoso no início, nunca estive com um pinto na cara, e o dele não era dos menores! Comecei a punhetá-lo e senti que estava cheirando a sabonete. Aproximei timidamente minha boca da cabeça do pau dele e comecei a lamber o líquido que escorria. Fui abocanhando aos poucos e logo estava sugando tudo, indo até o talo, enquanto ele gemia e me segurava pelos cabelos:

- Isso... Ah... Que gostoso... Me chupa, putinho...

Eu estava começando a gostar de chupar, vendo-o se contorcer de prazer me deixava mais louco ainda. O gosto não era ruim e quando senti sua pica prestes a explodir no gozo, suguei com avidez e senti toda sua porra quente dentro da minha boca. Fiz questão de engoli-la e completar um átimo trabalho. Não estou me gabando, foi ele quem disse, hehehe.



E assim foi: ele passou a me chupar também, aliás, mamava como um bezerrinho, sabia fazer um boquete daqueles! Continuamos a foder, algumas vezes pediu que me comesse e acabei aceitando algumas vezes, principalmente quando eu estava com “fogo no rabo” e sá depois de deixar alguns preconceitos de lado. Eu tinha aquele lance de “orgulho masculino” e pensava que o perderia caso fosse enrabado. Mas depois vi que não tinha nada a ver, que até curtia outra macho roçando o rosto no meu pescoço e me comendo, e nem por isso me sentia menos homem, mas o que ele gostava mesmo era de ser comido e eu, de comê-lo. Continuamos com isso durante um bom tempo, sempre arrumávamos um jeitinho, às vezes ele posava em casa e aproveitávamos bem a noite, ou eu ia para a casa dele. Apesar de comê-lo, sempre ficava com meninas e, acredito eu, ele também. É claro que não deixamos de lado nossas costumeiras atividades como o video-game, as apostas e um pouco de zoação. Durante todo esse tempo, continuamos sendo melhores amigos, sempre unidos.



Num dia, ele mencionou que a sede da empresa onde seu pai trabalhava estava para mudar de cidade e, cedo ou tarde, eles teriam que se mudar também. Quando ele tocou nesse assunto, nem pensei muito a respeito, sempre achei que isso demoraria a acontecer ou talvez nunca acontecesse. Entretanto, poucos meses depois, o assunto ressurgiu. Desta vez, não como uma possibilidade apenas, uma situação distante da realidade, mas como uma decisão concreta. Ele chegou até minha casa e uma das primeiras coisas que disse foi:

- Meu, tenho que te avisar. Lembra daquela mudança que mencionei há um tempo?

- Mudança? Como assim?

- É. De que eu teria que me mudar com meus pais pra outra cidade, pra onde a sede da empresa dele vai se restabelecer...

- Lembro...

- Então. Minha mãe me mandou começar a fazer as malas hoje, guardar todas as coisas e tal... Por isso, não vou poder vir muito à sua casa nessa semana, devo aparecer por aqui sá no fim de semana, pra me despedir.

- Porra, é sério isso?

- Sério, cara!

- Mas assim, do nada?

- Isso já tava sendo analisado, até te contei a respeito. Tô vindo aqui porque você é meu chapa, sabe que te considero pra caramba. Fico chateado, mas o que posso fazer?

Fiquei calado nesse momento, olhando pro chão.

Depois, ele voltou pra sua casa para terminar de arrumar suas coisas e ajudar seus pais com o que fosse preciso para a mudança.

Naquela semana, percebi uma alteração do meu humor muito grande. Estava com a cabeça nas nuvens, me pegava pensando preocupadamente nessa mudança. Por vezes, perdi o sono. Resolvi ir até sua casa pra ajudar, se fosse preciso, mas principalmente pra ter certeza do que estava acontecendo. Minha ficha não queria cair.

Sá quando vi o caos que estava a casa, com aquele monte de caixas empilhadas, sá o imprescindível de fora, fiquei abalado. Ajudei meu amigo e seus pais com o que pude, mas a tristeza no rosto não deixava dúvidas de que aquilo não seria fácil. Não sá no meu rosto, mas no dele também. Perguntei:

-Você vai embora amanhã, né?

- Vou. Tá quase tudo pronto.

- Tipo... Será que não tem como você dormir lá em casa hoje?

- Acho que sim, por quê?

- Eu queria transar com você mais uma vez, nossa última vez...

- Tudo bem, apareço lá quando terminarmos aqui. Vou avisar meus pais daqui a pouco.

- Ok.



Ele chegou em casa pouco depois do anoitecer. Tinha acabado de tomar banho. Me lembro que quando o abracei, senti o leve cheiro de sabonete e me demorei mais no abraço. Meus pais foram dormir, pouco tempo depois. Ficamos um tempo vendo TV e logo fomos para o meu quarto. Eu queria sentir seu corpo, satisfazer seus instintos e os meus, beijar sua boca, infelizmente, pela última vez.

Enquanto fodíamos e eu o comia, olhando-o bem nos olhos, não aguentei e minhas lágrimas caíram sobre o seu rosto, que ao me ver, esboçou uma expressão tão triste que me lembro até hoje. Eu, que imaginava passar aquela noite transando, não consegui e a passei chorando:

- Eu não queria que você fosse.

- E você acha que eu queria? Pára de chorar, assim vou chorar também.

- Não consigo... Eu sou um idiota, burro, imbecil, maldito...!

- Por quê, cara?

- Todo esse tempo, o modo como as coisas eram entre nás, eu acreditava que era tudo carnal, nunca te disse nenhuma palavra de carinho, de afeto. Porra, eu tô tão arrependido nesse momento, sá agora fui perceber isso, sá fui perceber tarde demais... Me desculpa... Me desculpa...

- Não faz mal, desencana...

- Olha, pode me chamar de gay, viado, boiola, bicha, o que você quiser, mas uma coisa é certa: eu realmente gosto de você. – E comecei a chorar mais.

- Eu também, poxa. – E chorou. Me abraçou.

Passamos a noite assim, chorando, eu arrependido por tudo que deixei de fazer em relação a ele naquele tempo todo, muito triste por ter de ver meu melhor amigo e amante partir. Era como se estivesse sendo dilacerado por dentro.

Sá naquela hora fui perceber que meu amigo sempre esteve ao meu lado e não foi valorizado da maneira como deveria ter sido. Que antes eu acreditava ser ele, além de amigo, um pedaço de carne, sendo que, na verdade, ele era muito mais que isso. Me dei conta de que estive com a felicidade ao meu lado o tempo todo, que bastaria visualizá-la e cultivá-la de uma maneira melhor, para que não houvesse nenhum tipo de arrependimento no futuro. Mas não foi isso que fiz. Sá sua partida foi capaz de me acordar para perceber que ele era realmente importante para mim.

Ao acordarmos, ele colocou suas roupas, entristecido, e disse que estava na hora de ir. Fiquei sentado na cama, olhando para o chão, mudo, arrasado. Ele se sentou ao meu lado, na cama e disse:

- É... A hora chegou. Por favor, não fique desse jeito.

- É impossível... Me desculpe, não vou conseguir te acompanhar até a porta, não vou conseguir ver você caminhando até sumir de vista. Me desculpe, mas não sou tão forte assim.

Ele se levantou, dizendo:

- Tudo bem, não tem problema. – E levantou meu rosto, para que eu o olhasse nos olhos. Seus olhos lacrimejavam e os meus também. Me deu um beijo carinhoso, se despedindo, e saiu do quarto.

Nunca me senti pior do que naquele dia, angustiado e arrependido por ter de vê-lo patir e por ter desperdiçado os anos em que passamos juntos agindo da maneira como agi.

Sentado ali em minha cama, comecei a chorar baixinho, relembrando como tudo começou, e sá naquele momento me dei conta de que, naquele primeiro dia, o que eu apostei foi, na verdade, meu coração.



[FIM]



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Abraço a todos!