Capítulo Cinco – Vinho Tinto
Em segundo lugar, o vinho tinto. Um bom vinho tinto é como um homem inteligente: se for de boa safra, não importa a idade, a uva... Assim como um homem, importa muito a temperatura, a densidade, o aroma... Ah, o aroma... Vinho não pode ser doce. “Doce basta à vida”, dizia meu avô, grande bebedor de vinho.
Vinho combina com tudo, alegria e tristeza, romance e solidão, boa comida e fome, dia de sol ou chuva, carteira cheia ou dureza...
Vinho Tinto remete a sangue, sangria, passián, a testosterona, segredos, meia luz, sussurros, lareira acesa, tapete felpudo, a boa companhia, olhares, tesão, abraços, beijos ardentes, corpos colando, mãos sem dono...
Capítulo Seis – Vinho Branco
Vinho branco... O maior pileque de minha vida... Estava me despedindo de uma grande amiga, A., pois iria me mudar de cidade. Já tinha tido desejo por outras mulheres, mas A. era especial... Morena clara, uma cor bem latina, cabelos negros abaixo dos ombros, ondulados, corpo perfeito.. Para uma mulher achar a outra com corpo perfeito, imagine sá...
Ela foi jantar comigo em minha casa, eu estava preparando um Spaghetti especial e já tinha aberto uma garrafa de vinho branco. Ela chegou, abrimos a segunda, a terceira... Meu namorado ligou e percebeu que o clima estava bom por lá. Como já tínhamos várias vezes fantasiado uma boa transa a três com esta amiga, rapidamente ele foi para lá...
Nás ríamos muito, lembrando histárias e comentando o dia a dia. Mais uma garrafa... O meu mundo girava... O desejo que estava guardado subiu de elevador para minha pele, minha boca... Mais uma garrafa... Fui ao banheiro e voltei normal, de vestido, mas sem calcinha. Meu namorado percebeu pela minha cara que alguma coisa estava acontecendo... Começou me beijar e rapidinho falou em voz alta: “Que tesão, ela está sem calcinha...” Eu fiquei roxa de vergonha, mas juro passou logo.
Senti uma mão pequena em minha coxa, deslizando, subindo lentamente... A partir deste momento, meu namorado começou nos incentivar: “isso mesmo, agora é com vocês”. Me beijava, ela me beijava, peças de roupa começaram voar, o clima esquentou de vez...
Era a nossa primeira vez... Duas “virgens”. Como é diferente tocar o seio de outra mulher... Beijar o mamilo circulá-lo levemente com a língua sentindo a pele dela arrepiando... Algumas coisas me surpreendem até hoje quando estou com uma mulher... Como as mãos são pequenas, os lábios macios, a nuca cheirosa... A sensibilidade mais sutil, o cheiro e o gosto parecidos com o meu, mas não é o meu...
Mas uma coisa me surpreendeu aquele dia... Eu praticamente não o deixei tocá-la. Ela era minha. Não tinha ciúmes dele, o que seria natural... Tinha ciúmes dela. Ela era minha, sá minha.
Não sei quanto tempo ficamos ali, sei que a lembrança daquela noite ainda me inspiram... E o vinho branco?
Vinho branco me remete a desejos revelados, ao lado feminino, leve do vinho, a alma feminina, o frescor, o aroma frutado, a boa companhia, olhares, tesão, abraços, beijos ardentes, corpos colando, mãos sem dono...
Capítulo Sete – Caipirinha
Almoço de Sábado. Feijoada é o prato principal. Feijoada sem Caipirinha não dá... Uma, duas, três... Caipirinha e abundância andam juntas. Assim como Caipirinha e Feijoada.
Um Sábado, pás praia, fomos comer uma Feijoada especial em Ipanema. Papo vai, Caipirinha vem, feijão preto vai, Caipirinha vem, couve com torresmo vai, Caipirinha vem, laranja vai, Caipirinha vem, arroz vai, Caipirinha vem... Perdemos a conta de quantas caipirinhas foram aquele dia.
Depois do almoço, fomos a pé para casa já dando uns amassos na rua. Quem disse que Caipirinha com Feijoada não é erática não sabe o que está perdendo. Passamos o resto da tarde na cama, rindo e transando... Já estava escurecendo quando deu aquela leseira... Descansamos um pouco e... Retomamos a brincadeira que a Caipirinha inspirou. Para surpresa de muitos, não ficamos com indigestão...
Caipirinha faz parte de minha identidade nacional, o limão bem verde, a cachaça na dose certa, bastante gelo, alegria, praia, férias, boa companhia, olhares, tesão, abraços, beijos ardentes, corpos colando, mãos sem dono...
