Bom, terminei o episádio anterior já embarcado no avião numa viagem pra Belém neh?
Fiquei horas olhando pela janelinha do avião, pra um tempo meio morgado, monátono pra um dia tão bom qnto aquele seria. Ainda pensando na hora de desembarcar em Belém, senti alguém sentando violentamente do meu lado.
“Mas que porra é essa? Não sabe sentar q nem gente não?” pensei.
Mas quando eu olhei, me deparei com um muleque muito lindo. Cabelo espetado preto, pele bem branquinha, formato do rosto bem quadrado, típico de macho mesmo (diferente de mim que tenho uma bochecha imensa), boca vermelhinha. Devia ter os seus 1.70m de altura, do jeito que eu gosto. Era magrinho, mas eu tinha certeza de que por debaixo daquela camisa, devia ter um corpo bem definido. Fiquei tanto tempo olhando pra ele que nem me toquei que ele tava olhando de volta.
“Algum problema?” perguntou ele, com um sotaque bem forte de mineiro.
“Não, não…” falei, mas na hora eu fiquei tão nervoso com aquilo, com medo dele ver q o meu pau tinha ficado duro, que me atrapalhei com uma garrafa de água que eu tinha levado pra me hidratar um pouco.
A garrafa virou toda no colo do mineiro. Eu a segurei antes que derramasse toda a água q tinha dentro, mas mesmo assim, o estrago já tava feito. Por algum instinto de caridade, ou hormonal mesmo, eu meti a mão no colo dele pra tentar escorrer a água. Sem querer eu senti o pau dele, ainda mole, dentro da cueca. Foi quando eu me toquei do que tava fazendo.
“EI CARALHO, TIRA A MÃO DAÍ!” gritou o mineiro.
Eu tirei rápido, ficando com muita vergonha. Minhas bochechas ficam muito vermelhas qndo isso acontece, mas não a ponto de ficar fofin mas de feio de verdade. Fico igual a um termômetro daqueles de desenho, a ponto de explodir. Todos olhavam pra gente, o que piorava a situação.
Uma aeromoça veio em socorro ao mineiro com uma toalhinha e eu me encolhi no meu assento, puto de raiva com aquele muleque. Fiquei por um momento elaborando várias formas de vingança. Até imaginei um acidente de voô com o avião partindo bem no lugar onde ele tava e eu rindo vendo tudo.
Logo, eu dormi, depois de tirar a conclusão de que tudo aquilo era besteira e de que eu nunca mais ia ver ninguém dali, inclusive o mineiro.
Sonhei com o dia em que eu transei com a Camila. Pegava ela pela cintura e fazia ela se movimentar bem violentamente em cima de mim, me deixando muito excitado. Minhas mãos corriam pelo corpo dela, parando em uma parte bem molhada. Comecei a mexer e aquilo me deixou tão louco que eu acabei gozando.
“Caraca, esse cara vai me matar!” ouvi alguém dizendo ao fundo.
Abri os olhos e vi o mineiro e uma aeromoça, que servia os lanches pros passageiros, ambos olhando pra mim. Logo em seguida eu senti aquele molhado na calça.
“Puta que pariu, sá o q faltava, gozei dormindo!” pensei desesperado, tentando adivinhar os motivos pelos quais os dois olhavam pra mim.
“Cara, me desculpa, a aeromoça me deu o copo e ele caiu da minha mão…” falou o mineiro, com pena no olhar.
Foi quando eu senti o cheiro forte de Coca-ColaÂ…
“PUTA QUE PARIU, VEI!” gritei, me levantando na cadeira. “Vei, c sá pode tá de brincadeira comigo!”
“Pô, cara, me desculpa…”
“Não vem com esse papo, vei! Sá fez isso por causa do acidente mais cedo!” gritei, muito nervoso.
“Acho q vc tá ficando doido, cara, não sou tão criança quanto vc não!”
“FILHO DA PUTA!” pulei pra encher ele de porrada.
Criança é a última coisa q vc pode me chamar se não quiser o meu ádio eterno. Do fundo do avião, veio um comissário de bordo (bem gostoso por sinal) pra separar a gente. Eu me sentei de volta na cadeira do avião e vi o estrago q fiz no supercílio do mineiro. O comissário gritou com a gente e colocou o mineiro em uma cadeira vazia bem longe de mim. Peguei uma roupa na mala e fui me trocar no banheiro.
Depois disso, a viagem transcorreu muito bemÂ… Tanto que eu me estiquei nas poltronas do avião e dormi de novo.
Acordei assustado. ODEIO acordar assustado, acaba com o meu dia (Vcs já perceberam que eu odeio mtas coisas né? Mas eu amo vcs #fiukei). Uma mala de uns 19 kg caiu nos meus pés. Eu gritei de dor. O grito ecoou pelo avião.
“Puta merda, VEI, tu tá de perseguição né?” falei pro mineiro, que tava em pé do meu lado.
“Porra, cara, eu não fiz de propásito! Te juro!” falou o mineiro.
“Caralho, vei, pq diabos tu tás mexendo aí?” perguntei puto pra ele.
“O avião já pousou, otário!” disse ele.
Eu pulei da cadeira e vi que todos estavam se movimentando, pegando suas malas. Me assustei de novo e fui juntando as tralhas que eu tinha espalhado pelos assentos do meu lado. Peguei as minhas malas no compartimento de cima e vi o mineiro passando rápido por mim, como se quisesse competir comigo. Prontamente comprei a briga.
Fui correndo desengonçado com as minhas malas de mão e consegui alcançar ele. É ábvio que a gente entalou no corredor nessa hora. Eu e ele ficamos brigando pra ver quem se livraria daquilo antes e sairia primeiro, enquanto a aeromoça assistia a tudo postada na porta do avião. O mineiro se livrou antes e se adiantou a passar pela porta. Totalmente insano, quando fiz a mesma coisa, quase levei a aeromoça comigo. Não pedi desculpas.
Partimos para a esteira de onde saíam as malas das pessoas. Ficamos olhando ao mesmo tempo para a esteira e um pro outro, um extinto de competitividade evaporando de nossas peles. Logo, vi a minha mala surgindo por entre a cortina preta de plástico e corri pra pegá-la.
“Larga a minha mala, imbecil!” gritou o mineiro, agarrando a mala junto comigo e tentando tirá-la de mim.
Â“É MINHA MALA, CARALHO!” gritei.
“E PQ O MEU NOME Tà ESCRITO AQUI???” disse ele apontando para uma pequena etiquetinha com o nome de “CAIO FREITAS”.
Eu larguei a mala, sem jeito, quando vi a minha passeando pela esteira bem práximo. Peguei-a e corri pro portão de desembarque. Caio estava do meu lado, ainda competindo comigo. Passei primeiro pelo portão. “RÃ! Ganhei!” pensei.
Vizualizei a minha tia Stela e segui em direção a ela, mas o garoto continuava a competir comigo, andando ao meu lado. Olhei estranho pra ele e ele fez o mesmo.
“Oi tiiia!” falamos eu e Caio em uníssono pra tia Stela.
“Tiiia?!” falamos, um pro outro, novamente em uníssono.
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