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TRAIR E VENCER

Ela sentiu uma puxada forte no cabelo e mãos firmes arrastaram o corpo pequeno até o espelho. O vidro gelado colado na bocheca vermelha. Os olhos semi cerrados se encaravam no reflexo e viam apenas o vulto de um homem bonito que sorria maliciosamente por trás dos cabelos negros dela.

Enquanto uma mão segurava os cabelos com firmeza, mantendo o rosto colado ao vidro e o corpo imável, a outra corria pelas coxas e pela bunda, analisando as formas tenras e o tremular da pequena.

A cabeça dela pensava. Não pensava. Vagava. Imagens cortadas se sobrepunham. Eram amigos de longa data. A primeira imagem dele na festa. A namorada dele era linda. A inveja. Os primeiros goles passando rápidos pela garganta e os pés passando nas pernas dele por baixo da mesa enquanto a namorada de nada desconfiava. Provocou a noite toda e viu em troca o sorriso cúmplice dele.

De repente, um novo pequeno maltrato. Um tapa forte na bunda. Ela podia imaginar a marca vermelha dos dedos ficando lá e pelos cabelos ele a colocou na cama. Tronco de bruços. Os seios na cama. O quadril pra fora do colchão, os joelhos no carpete. Um sapato ficou no caminho. Ela sentiu a mão dele se fechar em volta da calcinha. Os nás dos dedos tocaram a buceta. Ela estremeceu.

Era difícil acreditar que teve tanta coragem. Sacanear ele a balada inteira. Se esfregou, lançou olhares. Veio-lhe a imagem da namorada dele sorrindo, inocente, comentando o quanto tinham em comum. Sem ver no escuro do corredor da balada que uma mão sacana já estava dentro da calça dele. E ele sorria. Canalha. Gostoso. Sentia uma culpa fina, que se transformava em maldade e a maldade em tesão e ela queria gozar.

Sem perceber, sorriu na cama. Ele percebeu e calou o sorriso com um tranco forte que estourou a calcinha, machucando as coxas grossas. Ela salivava continuamente. A boca transbordava saliva. Sem calcinha, com metade da roupa caindo do corpo, os cabelos suados, ela fez força para se virar e não conseguiu. Ele lia seus pensamentos. Com o cinto que acabara de tirar, amarrou os braços dela pra trás e deixou as calças caírem. Pela primeira vez, deixou o corpo dela solto e ofereceu o pau duro pra ela chupar.

Ajoelhada, olhou pra cima com os olhos grandes arregalados e ele fingiu olhar pro outro lado, desinteressado. Foi a gota d'água. Era como se ele pedisse uma prova contundente de que valeu a pena abandonar a namorada bêbada no carro estacionado na rua e estar ali naquele quarto de motel.

Ela chupou, com dedicação. Gastou a saliva dando voltas e voltas com a língua. Estudando cada contração, cada resposta do corpo dele. Já conseguia imaginar sua boca inundando-se com a porra dele. Ele aguentou pouco tempo. Deu dois passos pra trás, colocou as mão no rosto. Ela sabia que ele esteve prestes a gozar. Mas era cedo para descansar.

Sem apoio, ela caiu sentada, com as pernas desarrumadas no chão. Gargalhou. Uma risada alta, solta. Ele também. Riram juntos. O riso dele virou um sarcasmo. Ele colocou o dedo nos lábios em sinal de silêncio. "Alguém pode ouvir".

Caminhou de volta. Tentou tirar a blusa dela mas os braços amarrados pra trás não permitiram. O tecido negro da blusa mal arrancada tornou-se venda, cobrindo os olhos e evidenciando a boca molhada à vista. O corpo dela tremia por dentro. Cega, amarrada. Sentiu o pau dele passar pelos lábios e lambeu mais uma vez para em seguida perder o contato. Preciso, firme, ele a colocou com a cara no chão. Sem ver, os outros sentidos lutavam para se localizar. O cheiro do carpete velho mal lavado do motel invadiu sua cabeça. Sentiu-se propriedade dele. E ele a penetrou com força, decidido. A mão segurava a boca dela tapada e os dedos dele cheiravam maravilhosamente a sexo. A cada estocada ela saia fora do ar. Os cheiros misturados, os gemidos dele, o calor dos corpos suando juntos. Ele aumentou o ritmo abruptamente. Ia gozar. Ela pensou "ele vai gozar em mim, pra mim". Sentiu-se dona dele, muito mais do que a menina que jazia dormindo largada num carro na rua.

Inundada. Feliz. Vitoriosa. Ela sorriu. Ele largou o corpo por cima dela uns segundos. Depois desamarrou as mãos e sentou-se de frente pra ela.

Ela não quis tirar a venda improvisada. Sentada sem ver, levou os dedos na buceta e se masturbou com desejo. De tempo em tempo, levava a mão suja à boca e nessas horas sentia que ele morria de tesão. Em poucos segundos, gozou também.

Tirou a venda. Ele permanecia sentado, encostado na parede, olhos arregalados, atônito, incrédulo do que tinha descoberto. Estava claro que ele era agora propriedade de uma nova mulher. Ela olhou as práprias pernas. Suadas. Gotas se formavam em torno do tornozelo delicado. Ela ergueu um dos pés e outra vez, ele leu a sua mente, dobrou-se e limpou o suor com uma lambida e um beijo.