Casados há mais de trinta anos, estamos na faixa dos sessenta, temos quatro filhos e seis netos, e embora tenha com minha mulher uma sálida e feliz união por todos esses anos, como costumeiramente acontece, a rotina passou a dominar nossa relação, de tal modo que muito espaçadamente fazíamos sexo, embora permaneça em nás a chama da paixão recíproca.
Como ela, apesar da idade, se conserva muito bonita e atraente, provocando a admiração de todos, e especialmente a atenção dos homens, pois é muito vaidosa, mantém seu corpo esbelto e cuidado como se fosse o de uma jovem, a tal ponto que, na praia ou piscina, vestindo um biquíni, causa inveja até mesmo à s mulheres mais jovens, dada a sua plástica perfeita e atraente.
Por isso mesmo, passei a estimular que passasse a usar roupas mais modernas e sensuais, vestidos e saias mais curtas das que as habitualmente por ela usadas, para valorizar o seu corpo e elevar sua auto-estima, no que fui bem sucedido, e quando ela assim se trajava provocava em mim estímulos e impulsos que nos levavam a transar.
Claro está que, em razão disso, passou ela a ser mais assediada pelo público masculino, o que, na verdade, apesar do ciúme, dava-me um prazer extraordinário, especialmente ao perceber que alguém se atrevia um pouco mais, fazendo-lhe propostas mais arrojadas de aproximações mais íntimas, o que ela sempre me contava, sentindo, então, que me excitava, a ponto de, na maioria dessas vezes, em meio a tais relatos, nos entregarmos a práticas sexuais que, em nossa faixa etária, poderiam ser classificadas de extravagantes ou selvagens.
Dado o longo tempo de convivência de que desfrutamos, e graças a nossa formação cultural e social, sempre conversamos livremente sobre tais assuntos, e, certa vez, quando de um de seus relatos, em que confessou ter sentido efetivamente forte atração carnal por um de seus interlocutores, deixando apenas de consumar qualquer intimidade com ele em respeito a mim, tive uma excepcional, mas significativa crise de ciúmes, censurando-a por estar se oferecendo a outro homem sem qualquer consideração a seu estado civil e a seu passado, bem como à nossa imagem e à da família, mas, em meio a essa peroração, como me encontrava muito excitado com aquela confissão, não pude evitar e a beijei ardentemente, arranquei-lhe a roupa, chegando a quase rasgar algumas peças, e a possuí com selvageria, ao que ela respondeu do mesmo modo, a tal ponto de gozarmos fartamente, como poucas vezes fizemos ao longo de nossa vida conjugal.
Apás o repouso que se seguiu, ainda deitados e nus, ela, com toda a docilidade, me falou que ficara muito feliz com meu desempenho naquela ocasião, de que há muito tempo não desfrutara, e que não me preocupasse com ocasionais e passageiros entusiasmos ou atrações sexuais que sentisse por algum de seus cortejadores, situação que muito a envaidecia, porquanto jamais se envolveria com alguém emocional ou sentimentalmente, significando aquilo puro instinto sexual feminino, diante de um macho interessante, pois amava sá a mim, sentimento que mais se solidificou diante de minha postura relativamente a aludidas situações que prestigiavam a sua feminilidade e vaidade, dizendo que somente um homem esclarecido e seguro poderia assim agir; e, apás alguns segundos, durante os quais nos beijamos ardentemente, diante de tais declarações, observou ela que eu manifestava muito mais tesão por ela, e apresentava desempenho sexual muito superior ao habitual quando sabia de investidas de homens como a que me relatara, ou percebia assédios mais agressivos daqueles, demonstrando que isso me dava muito prazer, mas que somente continuaria a provocá-los, caso concordasse com isso, pois do contrário, não permaneceria mais com tal conduta.
Imediatamente disse-lhe que ela tinha razão, e que as mencionadas situações de risco não sá me estimulavam significativamente, mas me proporcionavam muita excitação, apesar de provocarem meu ciúme, e, por isso, gostaria que continuasse a agir com até ali; incrivelmente, apás esse rápido diálogo, voltei a transar com ela pela segunda vez, o que não fazia há anos, o que não passou despercebido a ela, e confirmou a veracidade do que me dissera.
A partir de então, passei, inclusive, a pedir que usasse trajes ainda mais ousados, embora não vulgares, pois aquelas revelações, pelas quais não esperava, recrudesceram em mim a vontade de passar por situações ainda mais perigosas, o que aumentava muito meu tesão sá em pensar em tais possibilidades. Claro que ela apreciou isso, e desde logo aderiu à idéia, pondo-a em prática, a tal ponto que nos locais que passamos a frequentar, em geral, e quando podia fazê-lo sem provocar estranhezas e desconfianças, permanecia nas proximidades de onde ela ficava, mas sem acompanhá-la, justamente para liberar mais a sua libido e a dos seus cortejadores, o que me excitava extraordinariamente, e, invariavelmente quando chegávamos em casa, depois dessas ocasiões, praticávamos sexo muito proveitoso e gratificante.
Isso, entretanto, causou-me certa inquietação, porque temia que, com o passar do tempo, essas novas ousadias a que nos submetíamos voluntária, consciente e prazerosamente talvez não mais nos satisfizessem, dada a rotina que poderia vir a se instalar quanto a isso, o que exigiria maior arrojo, e, nesse caso, não tinha noção das consequências que daí poderiam advir.
Com a sinceridade com que sempre discutíamos nossos problemas, falei também deste a minha mulher, que me confidenciou ter sido já assaltada por essa dúvida, mas que, de qualquer modo, não poderíamos voltar atrás, pois isso já se constituíra em modo de vida do casal, e, na verdade, tanto ela quanto eu gostávamos muito disso, que era extremamente gratificante para nás, e tornava nossa vida feliz e totalmente preenchida.
Perguntei-lhe se tinha vontade de fazer sexo com outro homem, adiantando que entenderia perfeitamente a sua resposta positiva, o que, aliás, ocorreu, salientando que gostaria de tal experiência, simplesmente dando vazão a seu instinto de fêmea, diante de algum macho atraente que não fosse seu marido, até porque isso seria uma experiência inteiramente nova para ela, Ã qual não se atiraria senão com meu consentimento, pois jamais me trairia, confessando que muitas vezes em seu imaginário já se surpreendera acalentando e desenvolvendo essa idéia, o que lhe dava satisfação, franqueza essa que me levou a admitir perante ela que tal possibilidade também me excitava.
A partir daí, não tínhamos dúvidas de que seria inevitável a sua futura entrega sexual a outro homem, mas estávamos de acordo em que deveríamos estar seguros de que efetivamente queríamos isso e quais as consequências que daí poderiam advir para o nosso casamento, e, então, combinamos que provocaríamos situação capaz de conduzir à quele resultado, na verdade esperado por nás, mas que, em razão das restrições impostas, poderia ser revertida antes de sua consumação, se assim quiséssemos, pois ainda estávamos inseguros quanto à realização de tal objetivo, que, até então, não passava de fantasia.
Sugeri, então, que, em determinada noite, previamente ajusta entre nás, vestisse ela roupa apropriada para a ocasião, provocante e sensual, e, sozinha, se dirigisse ao bar de um hotel luxuoso de nossa Cidade como se estivesse a procurar companhia, onde certamente seria assediada por algum homem ali presente, e, acontecendo isso, que passasse a lhe dar atenção pelo tempo que entendesse devido porque eu estaria naquele recinto, observando cautelosamente o desenrolar dos acontecimentos, e se algum de nás, no momento oportuno, achasse que não gostaria de levar adiante a experiência, poderia ela ser interrompida, porque, então, caso necessário, eu interviria, e ela me apresentaria a seu cortejador como seu marido, e, em seguida, iríamos jantar a sás naquele mesmo hotel, o que abortaria qualquer desfecho porventura indesejado.
Ela adorou a idéia, e na noite programada, dirigi-me sozinho ao bar do hotel previamente por nás programado, e discretamente tomei assento a um canto dele, onde, por volta das 21.00 h. adentrou ela, deslumbrante e sedutora como nunca, dentro de um lindo e sensual micro vestido, que certamente mandou fazer para a ocasião, com a barra cerca de quinze centímetros acima da altura dos joelhos, levemente cintilante, com sapatos abertos, de salto altíssimo, que mais ressaltavam o seu sex-appeal, complementado com maquiagem igualmente provocante, sem vulgaridade, lentes de contato da cor azul-turquesa, e peruca ruiva, conjunto que a tornava irresistível e inidentificável por amigos ou parentes que porventura se encontrassem nas proximidades.
Sua entrada no recinto foi evidentemente acompanhada de discreto rebuliço, provocado pela indisfarçável atenção que despertou nos homens que ali estavam, e inquietações surdas das mulheres que os acompanhavam, temerosas daquela poderosa concorrente.
Dirigiu-se ela, lenta e sensualmente, até uma mesa vazia, e pediu ao garçom um drink; antes que fosse servida, abordou-a um homem de meia-idade, elegantemente trajado, que, com cortesia a ela se dirigiu, e, como soube depois, perguntou-lhe se podia lhe fazer companhia, e pagar-lhe a bebida pedida, obtendo seu consentimento, e, sentando-se a seu lado na poltrona acolchoada com recosto que envolvia a mesa onde se encontravam, passaram a conversar, inicialmente com inibições recíprocas, que, em pouco tempo, se atenuaram até desaparecerem, dando lugar a diálogos soltos e descontraídos.
De meu local de observação, a tudo assistia louco de tesão, e esperava pelo porvir, quando percebi que o referido cavalheiro ousadamente pousou sua mão sobre parte da coxa direita da minha mulher, que se encontrava quase que totalmente exposta, devido ao comprimento do vestido, e porque ela, para provocar mais sensualidade, tinha cruzado as pernas pouco antes. Diante disso, manifestou ela discretíssimo ar de surpresa e dúvida, lançando-me um olhar de questionamento, como se perguntasse se deveria permitir o prosseguimento daquele assédio demonstrador de propásitos ábvios. Como estava sentido tremenda excitação, que, na verdade, turvava um pouco meu discernimento, tornando-me imprudente, resolvi aguardar mais um pouco o desenvolvimento daquela situação, para somente apás, quando achasse que o intento daquele homem se tornaria irreversível, intervir, como combinara com minha mulher, para promover aquela encenação, que – confesso – me deixava louco de excitação.
Então, em resposta à consulta que ela me fez, discretamente elevei o polegar de minha mão, para dar aprovação a que prosseguissem mais um pouco naquela situação, para que eu aparecesse e abortasse a consumação do que parecia ser inevitável.
Para minha surpresa, logo em seguida, quando me preparei para chamar o garçom e avisá-lo de que passaria ao restaurante com minha mulher, como combinado, percebi que ele já se aproximara da mesa onde ela estava com seu cortejador, e recolheu a boleta relativa ao consumo dos dois, apás a assinatura dele, e quando se encaminhou para mim, o casal já se tinha ausentado do local em direção ao saguão principal do hotel; rapidamente paguei a minha despesa e fui ao encalço deles, mas ao chegar ao limiar daquele saguão, acabavam de entrar em um dos elevadores, cuja porta se fechou em seguida, antes que pudesse alcançá-los.
Entrei em pânico, sem saber o que fazer, tendo ímpetos de pegar outro elevador para segui-los, mas não sabia o pavimento onde deveriam saltar, e, muito menos o apartamento onde o companheiro de minha mulher evidentemente estava hospedado, lembrando-me em seguida que poderia indagar isso na recepção, mas o pouco de racionalidade que ainda me restava, completamente transtornado que estava em razão do episádio, lembrou-me de que não sabia quem era aquele háspede, e nem mesmo seu nome, tornando impossível aquela informação.
Estava estarrecido e imável, sem rumo, sem saber o que fazer, e experimentando uma sensação opressora indescritível, decorrente de minha consciência de que evidentemente a minha mulher subira com aquele homem para se entregar a ele, e nada podia fazer para isso evitar, e, assim, em muitíssimo breve tempo seria o mais novo corno no Mundo, e tudo por minha culpa, que a lancei a tal aventura desnecessariamente. Uma confusão de idéias passou por minha cabeça, nesse momento prestes a ser decorada com um belo par de chifres, consciente de que daí em diante essa situação seria irreversível.
Surpreendi-me saltando de um taxi, e entrando na nossa casa, onde passei a experimentar todos os pensamentos mais desencontrados, e imaginava o que o casal fazia naquele momento, se ela voltaria para casa, o que seria de minha vida daí em diante, e outros questionamentos inquietantes que insistiam em me atormentar, inclusive uma ingênua esperança de que talvez ela tivesse se arrependido, e devia estar voltando para casa.
Encontrava-me nesse desespero quando percebi que já eram cerca de 4.30 hs. da manhã, o que evidentemente estava a apagar aquela minha pálida esperança de me livrar da condição de corno, e assim estava quando chegou um taxi, de onde ela saltou, entrando em casa maravilhosamente bela, exalando felicidade, com um sorriso franco em seus lábios, a maquiagem retocada, e com suave perfume de banho recém-tomado, que tornava evidente o que já sabia, ou seja, que se tornara adúltera, e eu um corno por autoprovocação.
Assim que entrou, dirigi-me a ela com indignação e rispidamente, dizendo que se comportara com uma mulher leviana e irresponsável, entregando-se de modo impudico a outro homem que sequer conhecia antes, em frente a seu práprio marido, que eu não esperava aquela iniciativa dela, e me preparava para outros impropérios quando ela, lenta e carinhosamente, e com o mesmo sorriso, levou o seu indicador direito a meus lábios, pressionando-os para os fechar, e, em surdina, falou que eu não estava sendo sincero, porque, além de ter ela apenas atuado conforme combinado e com minha autorização, não era a única que estava realizada ao se entregar a outro macho, tudo com o meu consentimento, mas que eu estava ainda mais feliz do que ela ao ter certeza de que finalmente sua querida esposa fora possuída por outro homem, sentimento que ela já percebera que se manifestaria, e que o ocorrido deveria ser comemorado como a libertação do casal de todos os laços convencionais que inibiam o comportamento sexual de um e de outro, agradecendo-me por lhe ter propiciado a experiência pela qual acabara de passar, e que nossa vida a partir de então seria muito mais feliz e gratificante, e, por fim, destacou, como prova da minha felicidade, a excitação que sentia, apesar da encenação que fizera, pois era evidente o meu tesão denunciado pela ansiedade e pelo volume que exibia entre as minhas pernas, dentro das calças.
Calei-me, nada falei, mas admiti silenciosamente que ela tinha razão, e como a confirmar isso, passei, então a lhe perguntar como fora a noite que passara com o amante, se ele era mais viril do que eu, o tamanho de seu pênis, quantas fezes fizeram sexo, em que posições, se chegaram ao anal, e outras tantas questões que sá aumentavam minha excitação diante das respostas recebidas, que confirmavam que era, por fim, um corno feliz, de tal modo que, antes mesmo de obter todas as respostas, passamos à s preliminares de práticas sexuais extremamente gratificantes, e depois dormimos ali mesmo na sala.
A partir daí, assumi minha condição de corno, e sempre em combinação com minha mulher, que jamais me trai, autorizo suas “escapadas” com seus amantes, condicionando tais concordâncias a que ela me conte todas as minúcias de suas aventuras extraconjugais, o que sempre me excita, e nos leva normalmente a fazer sexo, inclusive o anal, embora este não amiúde.
Meu desejo recôndito, agora, como todo corno assumido, é presenciar as práticas sexuais “clandestinas” de minha mulher, o que, entretanto, detalharei em outra oportunidade.