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MARINA....

Muita gente, que não me conhece senão pelos meus textos, talvez faça uma imagem de mim não necessariamente práxima da realidade.



Não sou aquele indivíduo de atitudes imediatamente ousadas, um franco-atirador.



Pelo contrário: tenho um temperamento e uma maneira de ser e agir mais reservadas. Sou na verdade um cavalheiro discreto, que faz questão de cultivar um certo low profile.



Mas ser assim traz algumas vantagens. Pessoas como os da minha raça costumam ser bons ouvintes. E bons ouvintes sempre aprendem mais, conseguem detectar nos lugares e pessoas uma infinidade de detalhes que aqueles que estão mais preocupados com o discurso práprio jamais percebem.



Estava escrevendo esses parágrafos acima respondendo a um e-mail de uma amiga, quando sei lá exatamente porque relembro Marina.



Já que lembrei, vou contar...



A firma em que trabalhava então estava em plena crise. Um diretor novo resolveu administrar por conflito e os departamentos entraram em pé de guerra. Velhas desavenças foram trazidas para o campo profissional, o clima estava realmente pesado.



Nessas, meu departamento era constantemente questionado pelo pessoal do Controle de Orçamentos e Custos. Gente de lá queria terceirizar nosso trabalho para a entrada de comparsas no circuito. Já viram certamente esse filme...



Volta e meia eu tinha reuniões desgastantes, e quase sempre quem os representava era Marina. Tinha uns 29 anos então, alta, quase do meu tamanho, esguia, olhos cor de mel, cabelos arruivados. Numa cor que era a moda então. Apesar das outras meninas dizerem que era pintura – na velha desunião da classe... – seus cabelos eram na verdade de um belo ruivo natural.



Marina se transfigurava, tinha os nervos sempre exarcebados nas discussões que tínhamos. Mas algo eu notava. Ela era filha de uma família alemã, que seguia uma seita religiosa ultraconservadora. Dessas que consideram abominável qualquer forma de prazer, por menor que seja. Tudo para eles é um pecado.



Sá que Marina, nessa sua forma de ser não enganava um bom observador. Ela tinha uma sensualidade à flor da pele. E sua única forma de dissipar seu excesso de energia era com essas explosões no trabalho.



Belo dia bati meu carro. Um pára-choque ficou algo retorcido, fazendo um canto vivo para fora. Desleixado, deixei estar.



Nosso escritário ficava numa velha mansão. Estacionávamos num jardim, frente a um anexo construído para abrigar o tal departamento de Marina.



Vindo a mil por hora, com documentos – e pedras nas mãos... - para uma nova reunião, ela enroscou a saia naquele meu pára-choque desajeitado. A saia – comprida como o Pastor exigia – teve um rasgão.



Entrou na minha sala possessa, com a ponta da saia na mão para mostrar-me o prejuízo. Como estava ao telefone não lhe dei atenção, o que obviamente sá a enfureceu mais ainda.



Em seu estado de irritação, sem perceber o que fazia ela ergueu ainda mais o tecido rasgado para mostrar e fazer sua cobrança.



Preocupada com os danos não se dava conta da surpresa que me apresentava: primeiro a visão de uma bela coxa bem torneada, segundo, a de uma sugestiva calcinha.



Não era nenhuma fio dental, claro. Mas era bem menor – e mais transparente – do que se poderia supor em uma moça tão recatada.



Crio que sá minha reação – estupefato... - a fez perceber o que fazia – e mostrava. Enrubesceu num tom semelhante aos cabelos. Calou-se. A reunião foi rapidíssima. Sem conflitos...



Claro que depois mandei o departamento reembolsar a saia rasgada. Mas por semanas Marina me evitou. Enviava uma estagiária para falar comigo. Cada vez que a encontrava, Marina não conseguia evitar que aquele rubor retornasse a seu rosto.



Dois meses depois daquele evento voltamos a nos reunir. Nunca mais o clima foi o daquela agressividade de antes. De início ela parecia muito intimidada, depois passou ficar mais relaxada. As reuniões começaram a se tornar produtivas. Para minha surpresa, começou a contar detalhes e segredos do que acontecia em seu departamento, como se buscasse estabelecer alguma cumplicidade.



Fim de ano. Outra daquelas abomináveis festas da empresa. Um restaurante alugado pela firma, as velhas “igrejinhas” se reunindo em mesas separadas. Marina sentou-se conosco. Bebeu e brindou, surpreendendo os que a tinham por “fanática religiosa”.



No fim da festa disse que estava sem carro, pediu uma carona.



Uma luz verde acendeu no painel...



Ia levar outras pessoas, e o percurso mais lágico seria deixar Marina em casa logo de início. Mas deixei-a para o fim.



Quando finalmente chegamos, já sás, antes que eu falasse qualquer coisa, ela me convida a subir para um café. Seguindo o ritual de praxe, testo-a, perguntando se não iríamos acordar a colega que eu sabia morar com ela.



- Não. A Solange já viajou, estaremos à vontade...



A luz verde ficou mais forte...



Elevador com outras pessoas, nenhuma conversa menos formal possível. Ela abre a porta, me faz entrar e corre sumindo num corredor escuro. Volta depois, vestindo sá uma camiseta:



- Desculpe... Não estava mais aguentando aquele vestido de festa...



Em seguida ergue a camiseta e exibe uma calcinha preta, algo transparente.



- É aquela daquele dia. Lembra?...



Estava eu obviamente imaginando como iniciar aquele jogo de sedutorseduzido que estava sendo proposto. O que falar, como dizer... mas ela deixou claro que tudo isso era desnecessário.



Agarrei seu corpo e a trouxe para mim. Beijei-a, no que fui completamente correspondido, sendo recebido por uma boca escancarada e uma língua ávida.



Ainda no beijo dei sequência: apanhei com as mãos as alças da calcinha e num movimento rápido e resoluto a arranquei, jogando-a no chão.



Não houve protestos. Sentia que toda sua pele se arrepiou e ela separou as coxas, buscando roçar seu sexo contra minhas pernas. Senti a umidade...



Ela me faz uma confissão:



- Vocês me chamam de “filha do pastor” lá, não é? Eu sei...



Realmente era verdade, mas antes que eu dissesse qualquer coisa ela prossegue:



- Pois saiba que eu saí de casa justamente para fugir daquele mundo tão restrito. Eu sou uma mulher livre que gosta muito de sexo.



E me encara bem nos olhos:



- Surpreso?

- Não, Marina... Talvez me surpreendesse tempos atrás. Mas agora, a palavra que me define melhor é “encantado”...



Mas enquanto eu ainda tentava agir como um cavalheiro ela continua, me olhando abaixo da cintura:



- Encantado não! Tesudo!...



E aperta na mão meu membro que se avolumara sob a calça.



Bem, meus caros: não é necessário ser muito descritivo a cerca dos momentos que se seguiram.



Arranquei sua camiseta, beijei-a, tomei seus seios e suguei sofregamente, enquanto ela se encarregava de me livrar das roupas.



Já nus, grudados um a outro num beijo fixo, caminhamos batendo pelas paredes do corredor até o quarto.



Aterrisamos sobre a cama num sessenta e nove voraz. Ela engolindo todo meu pau, enquanto sua buceta pingava seu mel quente na minha boca.



Não era mentira. Gostava realmente de sexo. Buscava avidamente como tirar o melhor proveito dele...

Gozou na minha boca. Sem parar, seguiu me chupando até arrancar meu gozo. Creio que não exagero ao presumir que sentir meu líquido todo à sua disposição a excitou ainda mais.



Continuou sugando-me até a última gota. Mas não parou por aí e seguiu adiante. Quem imaginaria que a “filha do pastor” era capaz de manter a ereção de um homem?



Pois foi o que me fez. Logo soltou meu membro da boca gulosa. Para como uma valquíria do sexo cavalgá-lo.



Rebolou deliciosamente, enquanto eu entrava cada vez mais. Como já tivéramos um primeiro gozo antes, esta relação agora durou bastante.



Um orgasmo eletrizante, que nos deixou totalmente extenuados.



Logo eu teria de sair. Ela me entrega uma toalha para que tomasse um banho rápido.



Rápido? Vã ilusão...



Mal entro no chuveiro, ela reaparece.



Posta-se de costas, entrega-me o sabonete e pede que a ensaboe. O que obviamente não me nego a fazer, percorrendo em espuma e dedos sequiosos todo seu corpo.



Marina empina mais sua bunda, roça-se toda em mim.



- Você fica com tesão fácil, não é seu puto?...



Sentiu que uma nova ereção dizia “presente”...



Segurou-se nos registros do chuveiro e disse num grito surdo:



- Me faz tua puta, vai. Me sodomiza...



Tirou o sabonete de minhas mãos e usou-o saturando de espuma sua entrada mais proibida.



Não é o melhor lubrificante para o caso. A penetração foi difícil de início, mas logo, todo tomado de tesão, lá estava eu todo dentro dela. Que gemia muito, remexia-se toda.



Pediu que tomasse sua buceta com a mão direita. Gozou...



Sentiu quando finalmente gozei dentro dela. Teve um frisson que a fez tremer inteira.



Saiu rapidamente do chuveiro sem terminar o banho.



- Quero sentir você dentro de mim a noite toda!



Uma daquelas chatíssimas festas de fim de ano teve um desfecho inesperadamente saboroso...





Esse evento deu início a uma série de encontros. Casado, não era muito fácil, mas toda semana lá estava eu pelo menos uma vez baixando naquele apartamento. Como viajava muito pela empresa, era comum “adiantar” minha partida e passar a noite toda com Marina. Não foi nem uma, nem duas vezes que quase perdi meu vôo pela manhã...



Uma coisa que sempre intrigava é que a tal Solange, a amiga que dividia o apartamento com ela nunca estava por lá. Sempre via suas coisas largadas por ali, como se tivesse saído às pressas.



Marina foi se tornando cada vez mais ousada e vibrante na cama. Se bem que nem sempre a cama era o palco. Usávamos o apartamento todo.



Certa vez, fizemos uma citação de “Último Tango em Paris” na cozinha. Depois de uma noite daquelas, pela manhã cedo fomos ao café. Marina foi buscar um açucareiro sobre a geladeira e ao fazê-lo, a camiseta que vestia ergueu-se – era tudo o que usava – exibindo sua deliciosa bunda.



- Você gosta, não é, seu puto?... – disse enquanto se mantinha naquela posição, descaradamente me provocando.



Bastou para mim. Dois dedos na manteigueira primeiro, depois, untando sua entrada anal.



Sodomizei Marina ali, de pé, pendurada na geladeira. Ela gostou, gemeu muito.



Definitivamente adorava ousar, sair da rotina e fazer tudo de maneira inesperada.



Por falar em inesperado, numa dessas noites em que pernoitava lá, duas da madrugada a porta do quarto se abre. Uma loirinha de uns 26 anos, tipo mignon, seios fartos evidenciados sob uma camiseta sem mais nada entra.



- O que você está fazendo aqui? – Marina grita irada.

- Ah!...Não aguentei ficar lá fora ouvindo vocês...



Solange, a amiga sempre ausente, entra no palco em grande estilo.



Boquiabertos, os dois ficamos meio sem palavras. Solange tirou a camiseta e disse:



- Você não vai mesmo casar com ele... – e nua, juntou-se a nás na cama.



Solange me agarrou e me beijou oferecendo seus seios. No início, mesmo tomado pelo enorme tesão que esta situação criava, não queria reagir, achando que tudo desandaria numa briga.



Ousar e surpreender: esse sempre foi o leitmotiv comportamental da minha Marina... Em vez brigar, veio beijar-me também.



Desceu pelo meu corpo com seus lábios junto com Solange, indo chupar em parceria com ela meu pau absurdamente duro pelo tesão inesperado. E muito bem-vindo...



Estava já quase gozando quando elas pararam e vieram as duas para cima de mim. Botaram-me deitado e revezaram-se sentando-se na minha boca.

Então, com aquele tom peculiar de provocação que sempre tinha, Marina me sussurra ao ouvido:



- Vai! Fode ela... ela tá precisando...



E ajudou Solange a sentar-se sobre meu membro, para iniciar a cavalgada. Solange gozou muito. E não foi sá esta vez...



Bem: acho que não se surpreenderão ao saber que desta vez efetivamente perdi meu vôo. Tinha Ponte Aérea às 8 da manhã. Sá embarquei no vôo das 11h30min. Cansado. Muito cansado...



Nunca mais revi Solange que, segundo soube, se mudou pouco depois daquela noite. Se essa mudança teve algo a ver com o fato, jamais descobri, embora fosse claro que Marina não quereria dividir sempre seu palco...



Marina havia vindo a São Paulo, fugindo das pressões da família ultraconservadora. A formação rígida que tivera estava presente nas suas atitudes no cotidiano. Mas em franco conflito com a sensualidade vulcânica, algo nato que tinha.



Tinha tido um caso com um namorado na faculdade ainda no Sul. Fora seu primeiro homem, mas a família o rejeitara. O rapaz, depois de formado foi fazer pás-graduação na Europa, enquanto ela veio para São Paulo.



Apesar da enorme sensualidade, era bastante inexperiente quando a fui conhecer intimamente. Era muito afoita, afobada, tinha que contê-la às vezes, antes que me machucasse. Seus dentes me raspavam...



Pouco a pouco, as arestas foram se aplainando. Marina era um diamante em bruto, que lapidado, revelou todo seu brilho.



Meses depois surgiu uma oportunidade para que ela fosse para uma grande empresa, sediada em Porto Alegre. Marina titubeou um pouco, mas eu a incentivei. Era realmente uma átima oportunidade, com reais possibilidades de crescimento – bem mais que na empresa em que estávamos – e ela voltaria para perto de seus velhos amigos e da família, com quem a relação melhorou muito depois que veio para São Paulo.



Acabou aceitando. Despediu-se de mim no aeroporto. Estava sorrindo com lágrimas nos olhos. Eu também, devo confessar. Uma fase de uma deliciosa e inesquecível cumplicidade estava terminando.



Um ano depois, recebemos na firma convites para seu casamento lá no Sul. Parece que se casava com aquele antigo namorado, que retornara ao Brasil.



Muito longe, sem tempo, não poderíamos ir. Nos cotizamos, compramos e enviamos um átimo presente.



Dias depois, recebemos todos pelo correio caixas iguais, com cartão agradecendo o presente, junto com uma garrafa de vinho. A festa deve ter sido boa, pois o vinho era excelente.



Os pacotes eram todos idênticos, mas no meu havia dentro um envelope lacrado. Dentro um cartão com a impressão em batom rubro daqueles lábios que tanto beijei. O texto era sá uma frase:



“ Obrigada, meu inesquecível Professor!”



Segundo as secretárias e minhas estagiárias, passei o resto da tarde com o olhar perdido no infinito e um sorriso enigmático nos lábios. Tentaram de toda forma descobrir a razão, mas mantive-me calado. Um cavalheiro jamais faz essas revelações...



Naquela mesma tarde, estava já de saída quando meu telefone direto toca:



“- Oiiii! Aqui é a Solange... Lembra de mim?”



Solange, a amiga que dividia o apartamento? Mas claro que lembro.



Mas esta, já é uma outra histária...





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