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UMA COMIDA ESPECIAL

Doido eu ficava quando Rafael, meu vizinho passava por mim. Mais um moleque do meu bairro suburbano. No glamour dos seus 19 anos, ele exibia um corpo sem muitos músculos, várias cicatrizes e um olhar de fera. O andar típico dos marginais o deixava ainda mais excitante.

O Brasil jogava contra a Coréia do Norte, e a copa era assistida num barzinho em frente à minh a casa. Rafael estava ali, gritando, falando, bebendo. Comecei a estudá-lo. Uma coisa era nítida: a sua necessidade de se fazer presente. Ele era o centro. Um belo espécime a ser domado: agressivo, macho dominante que ainda mija pra demarcar seu territário.

Fumei exatamente 5 cigarros, comprados um a um, em momentos estratégicos. No primeiro cigarro eu lhe dei um oi distraído. Ele respondeu secamente: oi.

No segundo cigarro eu não ousei falar, mas olhei, ah, como olhei. No terceiro cigarro, todo o bar já me notara: "fumante compulsivo?" ou "Ele está de olho em alguém aqui...".

O quarto cigarro foi a gota d´água, Rafael me perguntou: porque você não compra vários cigarros de uma vez? Respondi: porque quero vir comprar um a um. O bar inteiro riu. Gol do Brasil, e eu saí à francesa.

Voltei pra comprar o quinto cigarro e fui surpreendido por uma voz rouca atrás de mim:

- Tem comida em sua casa?

- Tem sim.

- Eu posso bater o rango lá, depois do jogo?

- Pode sim.

- Pare de fumar, velho, dá câncer.

- Vou parar amanhã.

- Vai mesmo?

- Claro, agora que sei que cigarro dá câncer, vou parar amanhã mesmo, você me ajudou muito.

- De boa, meu.

- De boa...

Fui pra casa armar o cenário:

Esconder facas e objetos pontiagudos, trocar os Cds por capas vazias, retirar dos olhos qualquer obejto que possa ser colocado num bolso. Ritual do mundo gay.

A comida era o básico: arroz, feijão e frango.

O interminável jogo do Brasil durou umas 5 horas na minha ânsia por aquele corpo viril, sem rebusques, sem enfeites.

Jônas gritou:

- Cadê o rango?

Abri o portão, deixei ele entrar, procurei visualmente algum volume suspeito, tranquei o cadeado. Dentro de casa ele se mostrou inquieto, como se minha casa o deixasse desconfortável. Fui direto ao assunto:

- Rapaz, você tá a fim de comer feijão com frango?

- Beleza.

- E eu ganho o quê em troca?

- Minha amizade.

- Beleza.

Comecei a colocar a comida no prato. Ele falou:

- Você pode me chupar enquanto eu como.

Pensei: vou fazer um prato enorme.

Jonas pegou a pequena montanha de comida, sentou no sofá e disse:

- Pode começar.

Do exato momento em que abri o zíper da bermuda até seu pênis ficar relativamente duro, o que se chama "flapê", gastei uns dois minutos. O que se seguiu foi uma chupada gostosa, porém curta, meio termo, porque o Rafael devorou a comida e sem nenhuma cerimônia, pediu licença e disse:

- Já vou, tava legal.

- Já vai? Assim?

- Foi o combinado, acabou a comida, acabou a chupada. Se eu passar mais tarde e tiver algo gostoso, você continua.

E saiu.

Abri o portão meio atordoado.

Ele saiu olhando pros lados, meio que escondido, com receio de ser visto saindo de minha casa.

Fui pra cozinha.

- Preciso fazer algo de sabor forte, pra ele demorar mais ao comer.

Camarão, creme de leite, cheiro verde, caldinho de peixe e o estrogonofe pronto. O arroz super temperado e com manteiga derretida.

- Se ele não enjoar, vai demorar uns 19 minutos...

O Rafael chegou por volta da meia noite. Ainda sem camisa e meio bêbado, olhou a comida no prato e disse:

- Porra, eu não como camarão, não. Na boa.

- Na boa...

- Amanhã eu passo aqui. Faça uma lazanha.

Eu virei cozinheira, pensei.

Na manhã seguinte eu coloquei meu cérebro pra trabalhar, pensando numa forma de sentir todo o prazer que poderia tirar daquele pênis grande, grosso, carnudo, que havia ocupado por tão pouco tempo a minha boca ansiosa por mais.

Rafael chegou. Abri o portão. Falei:

- Tire a roupa.

- Ele tirou.

Ele não estranhava mais minha casa.

Servi vinho tinto doce.

- Esse vinho é bom.

- É um bordô.

- Que é isso?

- Esquece. É um vinho.

- Gostoso.

- É sim.

- Fez a lazanha?

- Não. E hoje vai ser rapidinho pois sá fiz pouca comida.

- O que é?

- Beba mais uma taça de vinho.

- Tá cheirando bem...

- Já estou terminando.

- É frango de novo?

- Não... É um macarrão ao molho de provolone e lascas de presunto cru.

- Presunto cru?

Servi o pequeno prato da minha obra prima.

Ele começou a devorar vorazmanete. Comecei a chupá-lo, ainda mole.

Ele parou de comer.

- Porra, é muito gostoso.

- Pena que fiz pouco.

Ao mesmo tempo que ele diminuiu drasticamente a velocidade das garfadas, seu pênis foi preenchendo a minha boca, duro, inteiro e absolutamente delicioso. Rafael comia lentamente, bebia mais vinho e dizia:

- Pena que tem pouco!

- Coma bem devagar, meu nego. Coma bem devagar.