- 1 –
Geraldo assentou o bináculo. Quando a focalizou, depois de alguns instantes, sentiu o coração acelerar. Era sempre assim quando a via. Absorto e tenso, passou a acompanhar seus movimentos...
Sempre a observava da janela do seu quarto, que ocupava o sétimo andar de um edifício práximo da pequena floricultura da qual era proprietária. Para vê-la melhor, mais de perto, juntara suas economias e adquirira aquele bináculo potente.
A mulher passava a maior parte do dia trabalhando no pátio onde ficavam as plantas. Sem desconfiar que era observada, agachava-se ou dobrava-se despreocupadamente deixando suas partes íntimas à mostra. Era alucinante olhar suas coxas alvas e parte dos seios opulentos. Chegou a ver sua calcinha em mais de uma ocasião!
O aposento dele e também o apartamento, estavam cheios de pequenos vasos de plantas que ele comprava sá para poder conversar com ela. Chamava-se Raquel. Era linda, sensual e, acima de tudo, elegante e gentil. Geraldo estava apaixonado. Sá um detalhe atrapalhava seus deleites: era casada. “Que pena!”, pensava toda vez que se lembrava disso.
Um dia, ao assentar o bináculo, notou que havia uma placa na entrada. Quando focalizou melhor leu, ou pensou ler, a frase "Precisa-se...". Seu coração disparou: “precisa-se de ajudante”? Não hesitou e correu lá.
Ela o recebeu com um sorriso largo, como sempre o fazia.
-- Oi, Geraldo... Como vai?
-- Bem. E você?
-- Bem também. Um pouco atrapalhada, estou sozinha cuidando de tudo.
-- Eu vi a placa. O que aconteceu?
-- O Jorge foi embora para outra cidade.
Ele a encarou um tanto ressabiado.
-- Gostaria de me candidatar ao emprego.
Raquel não segurou uma risada.
-- Querido, isso não é coisa para você.
-- Por que não?
-- Porque é preciso levantar cedo todos os dias... É preciso carregar vasos pesados...
-- Ora, sou mais alto e mais forte que o Jorge, não vejo problema nenhum.
Ela sorriu com meiguice.
-- E mais bonito também, com certeza. Seria átimo para a freguesia feminina. Mas, continuo achando que não é coisa para você.
-- Por que não? -- insistiu ele.
-- Porque você está estudando para o vestibular e iria atrapalhar...
-- Como sabe disso?
Sua pele branca ficou um tanto rosada.
-- Alguém me disse... Todos por aqui sabem... Acho que foi sua mãe quem falou.
Geraldo sorriu ao vê-la encabulada.
-- Minha mãe não devia ter comentado. Mas, olha, pode ter certeza que ela vai adorar me ver trabalhando de dia e estudando de noite.
-- Será?
-- Com certeza. E sabe o que mais?
-- Humm?
-- Você não vai encontrar ninguém que goste mais de plantas que eu.
Ela voltou a rir, dando-se por vencida.
-- Está bem. Pegue a placa lá fora, por favor...
Ele foi e a entregou em suas mãos.
-- Quando pode começar?
-- Agora!
-- Bem, vamos fazer assim. Vá até sua casa e avise que vai trabalhar aqui comigo. Depois volte e me conte com foi a conversa. Se correr tudo bem, vamos por mãos a obra que tem muito serviço parado.
- 2 –
Ele conseguiu facilmente na escola a transferência para o horário noturno e sua mãe, de fato, ficou satisfeita com seu interesse em trabalhar.
Duas semanas depois já estavam entrosados, trabalhando sem parar e sem atritos. Mais que isso, riam o tempo todo. Contavam piadas e histárias hilárias sobre clientes engraçados que atendiam. Raquel estava muito feliz com o trabalho dele e Geraldo ainda mais encantado com ela. Como não havia mais funcionários, eles se desdobravam entre atender, vender e entregar. Num primeiro momento Raquel não atinou para o fato de Geraldo ainda não ter habilitação de motorista e isso trouxe alguns inconvenientes. Porém, tinha se estabelecido desde o primeiro dia uma relação tão boa entre eles que decidira contornar o problema indo ela mesma levar as plantas aos clientes quando fosse necessário. Convencera-se que seria por pouco meses, até ele completar dezoito anos.
Raquel estava cada vez mais à vontade na sua presença, quando ficavam a sás não se importava em se expor. Dobrava-se ou sentava-se sem a menor preocupação ou constrangimento. Mas se estava atendendo algum cliente punha a mão espalmada no peito para segurar o vestido e agachava-se com as pernas juntas.
Geraldo já tinha visto seus seios, suas coxas e até sua calcinha... Por várias vezes, incrédulo, teve a impressão que ela fazia por querer tal era a displicência nos seus modos.
Seu marido, a parte ruim da histária, quase nunca aparecia e quando acontecia Geraldo mal o cumprimentava e se escondia, ia lá para o fundo, sá aparecendo quando o rival tivesse ido embora.
Numa dessas ocasiões, depois que a loja já estava fechada e os dois preparando-se para irem embora, ela comentou o fato.
-- Quando meu marido vem aqui você desaparece.
-- É verdade.
-- Por que faz isso?
-- Não sei. Acho que não quero ficar amigo dele.
Ela continuou, maliciosa.
-- Para não ficar com consciência pesada?
Geraldo franziu a testa.
-- Como assim?
-- Acertei?
-- Do que esta falando?
-- Ah, não se faça de desentendido, você fica me admirando o tempo todo. É disso que estou falando!
Foi a vez dele rir.
-- É tão ábvio assim?
-- É.
Ele coçou a cabeça de modo engraçado.
-- Pensei que estava sendo discreto, que você não percebia...
-- Pelo contrário, você não é nada discreto: olha mesmo!
-- Quer saber? É irresistível!
Raquel riu satisfeita.
-- E eu também facilito, não é?
Ele a olhou, também de forma maliciosa.
-- Você faz de propásito?
-- Não disse isso. Disse que facilito!
Ela não conseguiu manter o olhar, olhou para fora, ele insistiu.
-- Não notei facilidade nenhuma!
-- Ah, não? Sá o fato de eu vir de vestido... Não que eu venha por sua causa! -- tentou corrigir-se.
-- Humm, agora entendi...
-- Tá vendo? Eu poderia vir de calça comprida...
-- Posso te contar uma coisa?
-- O que?
-- Quando vi seus seios pela primeira vez quase cai das pernas.
-- Oh, que exagero!
Instintivamente Raquel olhou para eles.
-- São lindos! -- Geraldo falou baixinho e esticou o braço para puxar-lhe a blusa.
Assustada com o gesto inesperado, afastou-se num pulo.
-- Opa, não faça isso!
Ele estancou com a atitude dela. Raquel continuou calmamente, mas firme.
-- Vamos combinar uma coisa: não quero que toque em mim.
Geraldo ia desmanchar-se em desculpas quando ela continuou.
-- Pode olhar, mas com respeito. Sá olhar.
-- Nossa! Nunca te vi tão brava.
Mostrou-se constrangido, sinceramente arrependido. Raquel sentiu o mesmo com relação a sua atitude drástica e quis amenizar.
-- Não estou brava. Sá não quero que toque em mim. Continue do jeito que estava fazendo. Não vou me importar se quiser olhar.
O rapaz levou uns segundos para atinar.
-- Olhar? Poderei olhar?
-- E já é muito. Nem sei como permito isso.
-- Eu sei.
Ela o encarou, tentando conter um sorriso.
-- Ah, é? Por que?
-- Porque sabe que o que sinto por você é uma admiração ingênua, verdadeira.
Raquel balançou a cabeça, estava mais calma agora.
-- Pode ser.
-- E que sou inofensivo também, não e?
-- Será?
-- Prometo que sá vou continuar olhando.
Ficaram um instante em silêncio.
-- É verdade que me acha bonita, não é?
-- Você é linda!
Raquel franziu os olhos, curiosa.
-- O que mais te agrada em mim?
Aquela pergunta deixou Geraldo confuso, não podia tocá-la, mas podia olhar e falar o que desejasse. Que fosse assim, então.
-- Tudo... Sua boca, suas pernas, suas coxas, seus seios...
-- Já viu os meus seios mesmo?
-- Várias vezes.
-- Safado!
Alteou a voz ao mesmo tempo em que dava um tapa no ombro dele.
-- Até parece que é verdade!
-- Mas é.
-- Não é, não. Quase sempre estou usando sutiã. Como poderia ter visto?
Geraldo cocou a cabeça daquele jeito engraçado.
-- Algumas vezes você veio sem, acho que umas cinco ou seis vezes.
Ela colocou a mão na boca para conter o riso.
-- Você contou!
-- Acho que contei até as pintas que tem neles.
-- Não acredito!
-- Acredite.
Raquel abaixou a cabeça, não conseguindo evitar o acanhamento, mas, ao mesmo tempo, não controlando a curiosidade e a excitação.
-- Eles são bonitos mesmo, não são?
-- São belíssimos! Sou encantado por eles.
Sem se controlar, mordeu os lábios e aspirou entre os dentes, demonstrando o tesão que estava sentindo.
-- Que bom que liberou.
-- Mas tome cuidado, ouviu? Não dê bandeira quando tiver alguém aqui nem comente nada por aí, certo?
-- Certo.
-- Seria desagradável que seus amigos viessem aqui para querer ver alguma coisa também.
Ele a encarou com o cenho franzido. Que idéia era aquela?
-- Nem pensar. Sou ciumento.
-- É isso aí. Quem cuida tem!
Ela tentou ser engraçada, mas estava tensa demais para isso. Resolveu encerrar a conversa.
-- E o que mais não pode fazer?
-- Pôr a mão em você...
-- Exatamente. Agora, vamos embora que já está tarde demais.
- 3 -
As semanas seguintes foram ainda mais instigantes. Conhecedores dos pensamentos de cada um, sentiam-se tranquilos, ela para mostrar-se, ele para apreciá-la. às vezes era notária a excitação que tomava conta dela ao perceber os olhos dele devassando suas intimidades.
Começou a ir mais vezes sem sutiã. Nestas ocasiões Geraldo ficava mais assanhado porque sabia que ela, sabedora do encanto que seus seios provocavam nele, permitia que ele os visse a vontade. Permanecia ao lado dela o maior tempo possível. Era preciso repetir uma ordem duas, três vezes, para que fosse executá-la. Raquel balançava a cabeça e ria quando se afastava.
Raquel experimentou ir sem calcinha num certo dia. Manteve-se excitada o tempo todo, mas ele não deu a entender que tinha percebido. Com certeza, teria feito uma festa danada! Repetiu o gesto de vez em quando e, sem declarar, ficava na expectativa de que ele percebesse e comentasse. Caso estivesse um pouco mais ligado teria percebido a novidade, pois nessas ocasiões Raquel ficava com o rosto afogueado e ria o tempo todo, denotando que não conseguia controlar sua emoção.
Nesse tempo, continuou não havendo nenhum contato físico entre eles, tão somente troca de olhares cúmplices e sorrisos marotos...
- 4-
Numa tarde, quando estavam fechando e ela ainda guardava os últimos papéis nas gavetas da mesa do escritário, ele sentou-se na cadeira do outro lado e falou, tentando parecer descontraído, sobre algo que o excitava:
-- Ontem comprei uma revista de mulheres nuas...
Raquel parou o que estava fazendo.
-- Não acredito! Pra que? Para compará-las comigo?
-- Claro que não. Comprei por curiosidade, sá isso.
-- Ah, é? E daí, tinha alguma coisa interessante?
-- Fiquei impressionado com uma delas.
Raquel sorriu.
-- Por que?
-- Ela tinha o sexo mais lindo que já vi. O conjunto, sabe? Os pelos, a vulva, eram bonitos demais!
-- É mesmo?
-- Fiquei imaginando com seria o seu...
-- O meu?
-- Sim.
-- O meu o que?
-- O seu sexo.
-- O meu sexo?
-- É tão gostoso pensar que você tem uma "gruta do amor" entre as pernas...
Raquel não conseguiu conter o riso ao ouvir a expressão usada por ele.
-- "Gruta do amor"?
-- Aposto que é deliciosa...
-- Não está sendo um pouco abusado?
-- Sá estou curioso...
Ela mordeu os lábios tentando disfarçar que estava interessada no rumo daquela conversa. Resolveu dar-lhe corda, não sem antes olhar para os lados para confirmar que estavam sozinhos.
-- Por que está interessado nela?
-- Sempre estive.
-- É verdade... Você já deu a entender isso...
-- Pois é...
Raquel pigarreou, um tanto tensa.
-- Se tivesse acesso à minha "grutinha", o que faria com ela?
Perguntou, fingindo que ajeitava uns papéis sobre a mesa, sem conseguir encará-lo diretamente.
-- Imaginando que estivesse de pernas abertas, bem oferecida...
-- Que é isso? Que exagero!
-- Me deixa continuar.
-- Como pode me imaginar de pernas abertas?
-- Faço isso o tempo todo.
-- Meu Deus!
-- Posso continuar?
Ela concordou com a cabeça, remexendo-se na cadeira.
-- Então, imaginando que estivesse de pernas abertas, bem oferecida, acho que os primeiros minutos seriam de contemplação, porque imagino que ela é deslumbrante. Depois iria cheirá-la, beijá-la e por fim, chupá-la!
Raquel apenas arregalou os olhos.
-- Nossa, que abusado!
-- Que tal? -- perguntou, excitado. -- Posso ter esperança?
Ela voltou à realidade com a pergunta.
-- Não acredito que estamos conversando sobre esse assunto! Você é danado, hem?
-- Foi você quem começou.
-- Eu? Quem falou da revista de mulheres nuas?
-- Fui eu! Mas que perguntou sobre a "grutinha"?
Raquel riu do jeito que ele pronunciou a palavra grutinha.
-- "Grutinha"!
-- Prefere "bucetinha"?
-- Prefiro parar de falar sobre isso. Senão, daqui a pouco você vai perder o respeito por mim.
-- Seria muito desrespeito se te disser que estou excitado?
-- Excitado? Como assim?
-- Ora, nunca viu um homem excitado?
Ela olhou para o sexo dele e assustou-se com volume sob a calca.
-- Nossa! O que é isso?
-- Um pênis duro!
Raquel riu, sem conseguir afastar os olhos.
-- Isso eu sei, meu bem! Mas pode dar um jeito nele que precisamos ir embora.
-- De que jeito?
-- Sei lá! Pare de falar essas besteiras que ele se acalma.
-- Você não pode fazer nada?
-- Eu não! Ficou louco?!
Geraldo percebeu que ela estava ficando preocupada com o jeito dele. Resolveu voltar a tática de sempre.
-- Nesse caso, vou ao banheiro me aliviar sozinho.
-- Isso, boa idéia. Vai, vai logo para podermos ir embora.
Ele começou a obedecer.
-- Vem comigo.
-- Oh, de jeito nenhum! Vai logo que precisamos ir embora!
Ele foi. Ela respirou aliviada. Havia uma profusão de pensamentos em sua cabeça. Ao mesmo tempo em que achava que tinha ido longe demais, também se excitara com a conversa picante que tiveram. Mas ainda não tinha certeza das atitudes de Geraldo. Não sabia ate onde ele iria, ate onde aguentaria. O fato é que ele tinha se comportado bem. Riu lembrando-se do jeito dele. Ponto para ele!
Quando Geraldo voltou, reclamou.
-- Você podia ter ido comigo.
Ela retrucou, mais calma, sorrindo maliciosamente.
-- Não reclame, te ajudei muito...
Quando estava práximo da porta, Geraldo se aproximou do ouvido dela e sussurrou:
-- Gozei pensando na sua "grutinha"...
Raquel sentiu o corpo todo arrepiar.
-- Pode parar! -- Falava sem firmeza enquanto pensava: -- Espero que tenha sido bom...
- 5 –
A presença de Geraldo tornara Raquel mais fogosa. As situações, os diálogos, as brincadeiras, as piadas, tudo relacionado a ele, fazia com que a libido dela se expandisse. Naquela noite Raquel estava pegando fogo. O pensamento de que ele tinha se masturbado pensando no sexo dela não a abandonava. Chegou em casa, jantou, tomou um banho e se preparou para o marido. Estava disposta a transar com ele. Na verdade, estava necessitada. Precisava ter um orgasmo. Vestiu um pijaminha que ele gostava e sentou-se no sofá a sua espera.
Ele estava demorando a chegar. Geraldo ia e vinha na sua mente. O imaginava se masturbando. Sua mão se movimentando no pênis que pressentia que era grande. Quase que sem perceber levou a mão à vulva e começou a acariciá-la. Gemeu de prazer. Que gostoso!, grunhiu. Quando a sentiu úmida, não resistiu e introduziu-lhe dedo médio. A partir daí, não conseguiu parar. Então, se masturbou como há muito não fazia.
Nos picos da excitação, imaginava o pênis dele exposto e pensava:
-- Amanhã vou cair de boca nele! Chupa-lo ate cansar. E se ele quiser gozar na minha boca, vou deixar. Menino danado, que fica me provocando! Vou pedir para chupar a minha bucetinha. Pedir não, mandar! Não fica me provocando? Vai ter que me chupar! E eu vou gozar na boca dele também!
E teve um orgasmo tão intenso que precisou de vários minutos para se recuperar.
Quando seu marido chegou, dormia. Com certeza ele notou que vestia o pijama que tanto apreciava, mas não entendeu o sorriso de satisfação que trazia nos lábios.
- 6 –
No outro dia foi para o trabalho mais alegre. Manteve o semblante sorridente, como se tivesse tido um noite de amor perfeita. Quando cumprimentou Geraldo abriu um sorriso enorme.
-- Bom dia, querido!
-- Bom dia... O que foi? Viu um passarinho verde?
-- Por que?
-- Está feliz com nunca. Ah, já sei, não foi um passarinho verde que viu, mas um "pintinho" verde.
Ela riu com a comparação dele.
-- Não vi, nem senti, se quer saber.
-- Se não viu nem sentiu o "pintinho" verde... Já sei!
-- O que, seu pervertido?
-- Imaginou!
Arregalou os olhos, surpresa com a inusitada perspicácia dele. Como a conhecia!
-- Como assim?
-- Você fez o que eu fiz! Não foi?
-- Que idéia é essa?
-- Confesse.
-- Confessar o que?
-- Que se masturbou.
-- Mas, que imaginação é essa?
-- É claro que sim.
-- É claro que não! E vamos trabalhar!
O resto do dia trocaram olhares maliciosos, sorrisos cúmplices. Ele estava convencido, ela percebeu isso, mas não confirmou.
- 7 –
Na semana em que ele faria aniversário ela tentou sondá-lo para ter uma dica do presente que lhe daria. Mas os dias se passaram e ela esqueceu completamente de comprar alguma coisa. Mais ainda, não se lembrou que seria naquela quinta-feira. Quando ele chegou já estava no escritário pondo em ordem as obrigações do dia.
-- Bom dia, querido. Tudo bem?
-- Bom dia. Hoje acordei especialmente feliz.
-- É mesmo?
Imediatamente se lembrou do aniversário dele.
-- Meu Deus, me esqueci do seu presente!
-- Você comprou um presente para mim?
-- Pior que isso: esqueci de comprar!
-- Ah, mas não se preocupe.
-- Claro que me preocupo, imagine! Você tem sido tão legal comigo, tem me ajudado tanto! Ai, como fui esquecer, me perdoe!
-- Já te falei: não se preocupe.
Ela estava realmente desconcertada e sem graça.
-- Vou comprar na hora do almoço, está bem? O que gostaria de ganhar?
-- Se me der um abraço bem apertado já estará bom para mim.
-- Ora, isso você vai ganhar de qualquer jeito.
Para confirmar suas palavras, rodeou a mesa de braços abertos, indo na sua direção. Abraçaram-se sorrindo, ela o apertou com forca.
-- Feliz aniversário, meu querido... Dezoito anos!
Agora já pode se considerar um homem responsável.
-- Obrigado.
Era a primeira vez que se tocavam daquela forma.
-- É o abraço mais gostoso que já ganhei na minha vida.
Raquel tornou a apertá-lo ao ouvir aquela confissão. O encaixe era perfeito e ambos apreciaram com o mesmo prazer.
-- Pode me apertar também... – Sussurrou-lhe ao pé do ouvido.
Geraldo o fez, envolvendo-a mais fortemente. O perfume suave que emanava dela o inebriava. Fechou os olhos sem saber que ela fizera o mesmo, tão satisfeita quanto ele.
Ficaram assim um longo minuto.
-- Precisamos abrir a loja...
-- Que pena.
-- Você já se aproveitou demais...
-- Está tão bom...
-- Mas precisamos abrir a loja.
Ele se afastou devagar, sem vontade. Ela percebeu com satisfação, adorava saber que era desejada por ele.
-- Prometo que à tarde, antes de ir embora, te dou outro abraço. Tá bom assim?
-- Vou ganhar dois presentes de aniversário?
-- Não, não, isso não é o presente. O presente, comprarei na hora do almoço. Aliás, você não me disse o que gostaria de ganhar.
Ela voltou a sentar-se, ainda sorrindo.
-- Não precisa...
-- Precisa sim. Pense em alguma coisa e depois me diga.
-- Está bem.
-- Agora vá abrir a porta.
Geraldo interrompeu os passos e voltou-se para ela com o olhar cheio de ternura.
-- Você é a mulher mais linda do mundo...
Ela devolveu-lhe o sentimento no olhar.
-- Obrigada... Que coisa mais fofa!
Geraldo saiu da sala mais feliz que nunca. E assim, entre sorrisos e afagos rápidos, passaram a manhã. Depois ele foi almoçar e quando voltou, a encontrou no escritário.
-- Vou almoçar e volto logo. Aliás, logo não, vou comprar o seu presente. Já pensou nele?
-- Estive pensando...
-- E, então?
-- Pensei num presentinho, pequeninho, que iria me dar um grande de prazer.
Ela o olhou ressabiada. A expressão safada que via lhe mostrava que estava com más intenções. Desconfiada e divertida, o instigou.
-- O que?
-- Iria me dar prazer por uma semana, duas, sei lá quanto tempo mais.
-- O que que é? Fala logo.
-- Vou falar. Mas, antes quero lhe dizer que seria a coisa mais maravilhosa que poderia me dar.
-- Nossa, se é assim, vou pensar com carinho. O que é?
-- A calcinha que está usando.
Ela engasgou.
-- Está louco?
-- Não, claro que não. Não é loucura, é puro tesão!
-- O que iria fazer com ela?
-- Ora, me masturbar.
-- Meu Deus, a que ponto chegou sua sandice!
-- Não é sandice. E você nem precisaria sair para comprar nada. É sá chegar no fim do dia, tirá-la e me entregar. Já imaginou com seria fácil?
-- Não acredito que está me pedindo isso.
-- Por favor, realize esse meu desejo!
Ela balançou a cabeça.
-- Não sei o que dizer, o que pensar...
-- Vá almoçar e pense com carinho como prometeu...
Raquel respirou fundo e saiu sem nem mesmo se despedir tamanha era a confusão na sua cabeça. Geraldo riu satisfeito. Tinha a certeza de que ela iria topar.
A retorno rápido dela reforçou sua confiança. Pelo menos não tinha ido comprar nada. Apenas pusera um vestido mais sensual, fervilhando a imaginação dele com pensamentos libidinosos. Como estava atendendo uma cliente, apenas se olharam e sá mais tarde se falaram.
-- E, então?
-- Sabia que está ficando cada vez mais safado?
-- A culpa é sua, sabia? Por que pôs esse vestido? Está pensando em me dar mais alguma coisa?
Ela riu gostosamente com a imaginação dele.
-- Não pense mais bobagens ainda. Pus o vestido porque ia comprar o seu presente.
-- Então...
Mas, não puderam conversar mais, tinha entrado um cliente. E, para desespero de Geraldo, foi um atrás do outro. Mal conseguiu disfarçar sua ansiedade. De certa forma, foi melhor assim, pois nem viu o tempo passar e quando viu Raquel pondo os vasos para dentro para fechar a loja, sentiu o coração disparar: era chegado o momento.
Ajudou-a para agilizar e finalmente foram para o escritário. Ela sentou-se no seu lugar e ele na cadeira em frente.
-- E, então?
-- Quer mesmo a minha calcinha de presente?
-- Quero muito!
-- Ai, meu Deus!
Ela tinha desviado o olhar e balançava a cabeça. No fundo tinha decidido agradá-lo, apenas não externara sua vontade. O desejo dele a excitava sobremaneira, pois tinha certeza que era verdadeiro, puro. E ele tinha se mostrado ao longo desses meses que era confiável, seu comportamento fora exemplar. Respirou fundo para arejar o cérebro.
-- Está bem.
Geraldo deu um pulo na cadeira.
-- Que bom! Que felicidade!
Corada, com um sorriso tímido que não conseguia controlar, Raquel se levantou, pegou uma sacola plástica com a marca de uma loja onde costumava fazer compras pessoais e foi ao banheiro. Pouco depois saía. Contornou a mesa, estendeu-a para Geraldo, sentou-se e respirou fundo.
-- Faça bom proveito...
Ele pegou a sacola trêmulo. Abriu-a e olhou para certificar-se que a peça estava mesmo lá. Seu coração acelerou quando a viu.
-- Se eu não vier amanhã é porque morri!
-- Ai, que brincadeira boba! Veja lá o que vai fazer, não quero me arrepender depois.
-- Não se preocupe, não vou comprometê-la nunca. Gostaria que soubesse... -- parou e riu, cativante -- Prepare-se, vou fazer uma declaração de desejo!
-- Ai, meu Deus...
-- Gostaria que soubesse, se bem que sei que já sabe, que sinto uma admiração muito grande por você. Acho que é a mulher mais linda do mundo, a mais gostosa de todas! Essas brincadeiras que acontecem entre nás me deixam em estado de graça. Me considero o cara mais feliz do planeta sá por estar ao seu lado e poder ver uns pedacinhos da sua intimidade.
Levantou a sacola que segurava.
-- E aqui, tenho o seu cheiro mais íntimo. Vou dormir com ela no travesseiro, ao lado do meu nariz, para poder sonhar e, quem sabe, transar com você...
-- Quanta imaginação!
-- É a mais pura verdade.
-- Tome cuidado, por favor.
-- Tomarei.
-- Vamos embora?
-- E meu abraço?
-- Não se esqueceu, heim?
-- Você prometeu.
Sorrindo, Raquel se levantou e foi em sua direção, entregando-se nos braços dele. Outra vez se envolveram fortemente. Abusado e decidido, Geraldo deu-lhe um beijo na parte lateral da nuca provocando-lhe um arrepio e um gemido de satisfação. Recebeu outro em troca. Mas quando deu um segundo, ela se afastou.
-- Chega.
Apesar da meiguice no olhar, foi autoritária. Ele entendeu e não reclamou, apenas sorriu, concordando.
-- Me desculpe se exagerei.
-- Exagerou, sim. Mas está desculpado, afinal hoje é o seu dia!
- 8 –
Na manhã seguinte, Raquel estava ansiosa para saber o que ele tinha feito. Geraldo chegou sorridente como nunca, ela tentou brincar, apesar da ansiedade.
-- Viu um passarinho verde?
-- Não, mas bati o recorde de orgasmos!
-- Ai, meu Deus, para que fui perguntar.
-- Estou flutuando hoje!
-- Tomara que não tenha ficado fraco demais para trabalhar.
-- Não, pelo contrario, estou forte com nunca.
-- Que bom!
-- E você mais bela que ontem.
-- Ai, que gentil... Obrigada pelo elogio.
Olharam-se com carinho.
-- Vamos trabalhar, querido?
Ele respirou fundo e sorriu encantadoramente.
-- Vamos, minha rainha! Mande, que eu obedeço!
- 9 –
No domingo seguinte, Ã tarde, quando a saudade começava a incomodar, ele observou do seu quarto que tinha alguém na loja. Assentou o bináculo, procurou atentamente, mas não viu ninguém. Preocupado, resolveu ir ate lá.
Chegou devagar, pois pensou que podia ser algum gatuno. A porta estava encostada. Entrou pé ante pé. Não via ninguém. Começou a ficar tenso.
-- Gê, estou aqui.
Reconheceu, aliviado, a voz de Raquel. Foi em sua direção. Encontrou-a sentada num banco de madeira exposto para venda, chorosa, segurando uma toalha de rosto. Sentou-se imediatamente a seu lado.
-- O que foi?
-- Estou arrasada.
-- O que aconteceu?
-- Descobri que meu marido tem uma amante.
Geraldo bateu a mão espalmada na testa.
-- Que idiota!
Raquel riu e acariciou o rosto dele.
-- Por favor, tranque a porta... Nem vi que a tinha deixado aberta...
Ele obedeceu e voltou rapidamente. Teve vontade de tomá-la em seus braços, mas ficou hesitante, pensativo. Mas, ela o encarou tão carente...
-- Posso abraçá-la?
-- Pode... Estou mesmo precisando de um colo.
Geraldo a abraçou com carinho. Raquel gostou e aconchegou-se em seu peito. Ficaram assim por algum tempo. Ela tinha parado de chorar. Olhou para ele com meiguice e alisou seu rosto.
-- Pensei em te ligar... Achei que ficaria um pouco comigo.
-- Pensou, mas não ligou. Ainda bem que tenho o hábito de olhar toda hora para cá.
-- Não queria te incomodar.
-- Que incomodar, o que! Já te disse: a coisa que mais gosto e ficar perto de você.
Ela sorriu.
-- Que bom que está aqui...
Mexeu-se e pediu para que ele sentasse mais na ponta para que pudesse deitar-se e apoiar a cabeça na sua coxa. Nestes movimentos Geraldo notou que Raquel não estava usando sutiã. Seus olhos ficaram presos neles.
-- Você não esta usando sutiã.
-- Não...
Como se houvesse necessidade de provar levantou o tecido para que Geraldo pudesse ver seus seios livres.
-- Posso acariciá-los?
Ela demorou alguns segundos para concordar.
-- Pode... Você sempre quis fazer isso...
Geraldo sentiu o coração bater na garganta, sem acreditar que ela tivesse concordado. Levando a mão lentamente, como se fosse pegar em algo frágil, que se desmanchasse ao toque, alcançou um deles e o bolinou suavemente. Tão macio, tão liso, tão delicado...
Raquel fechou os olhos ao sentir a carícia. Geraldo manipulava com cuidado, com carinho, ora movimentando a mão em circulo, ora apertando com a ponta dos dedos o bico intumescido. Ficaram assim por longos minutos...
De repente, Raquel sentou e ajeitou-se sobre as pernas dele como se fosse beijá-lo.
-- Gê...
Seu hálito quente invadiu as narinas dele.
-- Você quer transar comigo?
Ele arregalou os olhos. Ela ameaçou um sorriso.
-- Ficou espantado?
-- Sempre quis isso.
-- Eu sei.
-- Não vai se arrepender depois?
-- Não, não vou.
Inesperadamente uniu sua boca a dele, que correspondeu. Mais uma vez gostou do contato e prolongou o beijo. Quando se afastou, sussurrou:
-- Quantas vezes já se masturbou pensando em mim?
-- Muitas vezes. Sá penso em você nessas horas.
Raquel excitara-se.
-- Então já pensou em me penetrar...
-- Sim.
-- Em varias posições, aposto...
-- Sim, pensei.
-- Penetrar e gozar, não é?
-- Claro.
Deu-lhe um beijo de leve.
-- Pensou em gozar na minha boca?
-- Nossa! Muitas vezes.
Outro beijo.
-- E o que mais gostaria de fazer comigo?
-- Chupar você.
-- Chupar a minha “grutinha”?
-- Ela mesma.
-- O que mais?
-- Sua bunda...
-- Sabia que ia falar dela!
-- Algum problema?
-- Você não tem camisinha, tem?
-- Não.
-- Então. Eu não me sentiria bem.
-- Quer dizer que se eu tivesse uma camisinha me deixaria comer a sua bunda?
-- Talvez.
Aproveitou os lábios entreabertos pela surpresa e deu-lhe mais um beijo estalado.
-- Hoje você não vai sá olhar...
-- Jura?
-- Vai poder fazer o que quiser comigo!
-- Jura?
-- Quero dar o troco naquele cretino!
-- Sá por isso?
Ela hesitou.
-- Não sei...
Voltaram a se beijar, agora de maneira sôfrega.
-- Você beija bem!
Falou enquanto se levantava. Ficou de pé e o puxou para que levantasse também. Tornou a procurar sua boca enquanto ia tirando suas calças. Quando pôde, Raquel segurou o pau dele. Estava curiosa para conhecê-lo, saber o ia ter dentro de si. Arregalou os olhos: era enorme! Olhou para confirmar: grande e bonito! Muito mais que o do seu marido, muito mais másculo! “Um verdadeiro cacete!”, pensou.
Levantou o vestido e despiu a calcinha. Empurrou Geraldo delicadamente indicando que deveria sentar-se outra vez, então passou as pernas sobre as pernas dele e de joelhos sobre o banco, ajeitou o membro na entrada de sua vagina e foi baixando o corpo para fazê-lo entrar. Olhava Geraldo nos olhos, queria captar todo o sentimento dele. Levantou e baixou o corpo para que a penetração acontecesse melhor. Assim, ele entrou por inteiro dentro dela, que parou e tomando seu rosto entre as mãos, murmurou, dando-lhe beijos na boca:
-- Era isso que queria fazer, não era? Você está inteirinho dentro de mim!
-- Estou...
-- Ele é enorme.
-- É mesmo?
-- É. Nunca tive um tão grande dentro de mim...
-- Jura?
-- Juro. Pensei que não fosse aguentar...
Ele sorriu, satisfeito.
-- Está te machucando?
-- Não, de jeito nenhum. Está delicioso...
-- Que bom...
-- Está gostando?
-- Muito...
-- Ela é gostosa?
-- É...
-- Eu sou gostosa?
-- Demais... Como imaginava.
-- Era assim que sonhava fazer comigo?
-- Era...
Ela levantou o vestido e o retirou pela cabeça. Geraldo ficou sem fôlego ao ver os seios nus, tão práximos, balançando juntamente com os movimentos dela. Agarrou-os com forca e os apertou num ímpeto de prazer. Raquel não reclamou, ao contrário gemeu, incentivando-o.
-- São tão lindos!
Ela impertigou-se, aproximando os bicos eriçados da boca dele. Geraldo chupou-os e lambeu-os fascinado com tanta beleza.
Enquanto isso, Raquel rebolava sobre o pau espetado nela. E gemia muito! Estava tendo um prazer inesperado sendo possuída daquela forma.
Quando ele diminuiu a intensidade de seus beijos, ela o inquiriu.
-- E a minha "grutinha"?
Afastou um pouco para que ele pudesse olhar e ver seu pau enterrado até a metade.
-- Uma maravilha!
Raquel estava olhando o pênis dele completamente deslumbrada.
-- Se encaixam direitinho, não é?
-- Faz ele entrar e sair...
Ela obedeceu. Ficaram observando-o entrar, quase sair totalmente para depois sumir de novo.
-- Vou fazer você gozar...
Aumentou a frequência dos movimentos a fim de levar a cabo seu intento. Geraldo não resistiu muito tempo e gozou como nunca tinha pensado que gozaria. Raquel sentiu o orgasmo dele e acompanhou seus gemidos. Então, debruçou-se sobre seus ombros e ficou quieta, deixando que ele apreciasse...
- 19 –
Continuou sobre ele, mantendo o membro esgotado dentro de si.
-- Você é tão bonito!
Geraldo a encarou curioso.
-- Desde quando me acha bonito?
-- Desde que te vi pela primeira vez.
-- Nunca me disse nada. Por que?
-- Não queria confundi-lo. Poderia pensar que eu estava interessada em você.
-- E quando desconfiou que eu estava interessado em você?
-- Desde que olhou para mim.
-- Dei tanta bandeira assim?
-- O tempo todo.
-- Se bem que deve estar acostumada a despertar o interesse dos homens, não é mesmo?
-- Nem tanto. Não me acho tão bonita assim.
-- Mas, é sim. Mais que bonita, é linda, e meiga, e gentil, e educada, e elegante...
-- Nossa, Gê! Que bom saber que pensa tudo isso de mim.
-- Penso, pode ter certeza!
-- Espero que agora que conseguiu o que queria não mude de opinião.
-- Nunca vou deixar de achá-la maravilhosa, linda, encantadora...
Raquel teve um lapso de tristeza, debruçou-se sobre os ombros dele.
-- Meu marido não deve achar.
-- É um idiota! Como pôde fazer isso com você?
-- Deve ter se cansado de mim.
-- Imbecil!
-- Ou ela é mais bonita.
-- Impossível!
Ela tentou sorrir.
-- Não fique tão irritado, bobo. Aliás, você devia agradecê-lo, afinal foi por causa do que ele fez que criei coragem para...
Parou de falar e virou o rosto, tentando esconder o riso incontrolado.
-- Para dar pra mim? -- completou Geraldo, maliciosamente.
-- Não ia dizer isso!
Como que por encanto o pênis que ainda estava dentro dela começou a reagir. Ela percebeu e começou rebolar para atiçá-lo ainda mais. Sentia que sua vagina estava ensopada com o esperma dele.
-- Acho que ia, sim. Que bom saber que também estava interessada em mim.
-- Você fica falando e está perdendo tempo. Devia se aproveitar da situação.
-- É verdade.
-- Nossa, ele está duro outra vez!
Raquel, completamente despreocupada, excitava-se continuamente ao senti-lo empurrar suas entranhas. Não se lembrava de alguém ter chegado tão longe.
-- Não pensei que fosse gostar tanto de ter você dentro de mim. Eu sá queria dar o troco no meu marido, mas está tão gostoso!
-- Está maravilhoso!
Continuava a se mexer sobre ele.
-- Nunca imaginou chegaria a tanto, não é mesmo?
-- Não pensei que chegaria a tocar você, quanto mais...
-- Transar comigo!
-- Exatamente.
-- Sabe que até ontem eu também não tinha pensado nisso?
-- É?
-- É... E agora, já estou querendo que goze em mim outra vez! -- Fez uma pausa, olhou-o nos olhos com o semblante denotando raiva e malicia ao mesmo tempo, aí sorriu enigmática. -- Sabe por que?
Ele ficou meio perdido, curioso, com o jeito dela.
-- Por que?
-- Estou com segundas intenções...
-- O que?
-- Hoje à noite, lá pelas nove horas, o safado vai estar lá em casa para definirmos tudo.
-- E daí?
-- Quero que nessa hora, quando estiver frente a frente com ele, eu esteja com a minha vagina cheia do seu gozo, do seu esperma.
Geraldo arregalou os olhos com aquele desejo tão estranho.
-- Quero olhar para ele sabendo que também transei com alguém, que fiz algo que ele nunca imaginou que pudesse acontecer. Sim, porque ele se acha o máximo!
-- Nossa, vou adorar fazer parte dessa trama!
-- Quantas vezes acha que consegue gozar?
-- Não sei... Umas vinte vezes.
Ela riu.
-- Eu te ajudo!
-- Estou quase gozando agora...
-- Isso!
Começou a rebolar e a movimentar o corpo para cima e para baixo. Geraldo fechou os olhos para apreciar melhor o contato com a pele macia dela. Raquel sorriu satisfeita quando ele agarrou suas nádegas para adentrar ainda mais e ejacular lá no fundo. Abraçou-o fortemente quando percebeu seus estertores.
-- Assim, querido, goze bastante. Aproveite para matar sua vontade, saciar seu desejo por mim!
- 19 –
No dia seguinte, quando Geraldo chegou, ela o chamou para o escritário.
-- Como foi? -- Ele perguntou curioso, sem maiores delongas.
-- Não foi!
-- Por que não?
-- Você acredita que o desgraçado não apareceu? Ligou marcando para hoje na hora do almoço!
-- Não valeu de nada, então?
Raquel estacou os gestos, pensou uns milésimos de segundos e depois sorriu carinhosamente.
-- Claro que valeu. Não valeu para você?
-- Para mim foi maravilhoso!
-- Então? Eu gostei também, aliás adorei! Nem tomei banho ontem à noite para ficar com você dentro de mim.
-- Então, passei a noite com você?
-- Dentro de mim.
-- Que bom ouvir isso.
-- Quer saber mais? O que fizemos me ajudou a encarar a situação com outro pensamento. Não estou tão chateada mais, ter dado o troco nele me acalmou.
-- Isso é átimo.
Riram, finalmente. Geraldo pigarreou antes de perguntar.
-- Quer saber o que fiz ontem?
-- O que?
-- Lá pelas nove horas, fiquei imaginando que você estava na frente dele e, como me disse, com a vagina cheia... Do meu esperma... Não resisti e me masturbei!
Ela deu um grito abafado e se aproximando o agarrou pela camisa com as mãos.
-- Não faça mais isso! Guarde para mim, quero toda a sua produção!
Usou uma expressão que, de vez em quando, dizia aos fornecedores de plantas. Geraldo ficou atônito.
-- Jura?
-- Juro.
Quis testá-la imediatamente.
-- E se te disser que estou com uma produção pronta?
-- Agora?!
-- Sim.
-- Ai, meu Deus...
Sentiu uma descarga elétrica pelo corpo e sua vagina se contrair.
-- Então, vá trancar a porta. Vou me preparar para receber essa sua produção!
Não precisou repetir a ordem.
-- Pronto!
Raquel se aproximou levantando o vestido até a cintura. Seu semblante denotava a excitação que tomara conta dela.
-- Você pode entregar nos fundos?
Ele arregalou os olhos, surpreso.
-- Tem certeza?
-- Você se importa?
-- Vou adorar...
-- Então...
Com calma, ela foi baixando a calcinha e ficando de costas para ele. Expôs sua bunda branca e lisa. Com a calcinha nos joelhos, dobrou-se sobre a mesa. Geraldo hesitou.
-- Sem camisinha?
-- É, sem camisinha, querido. Quero que seu esperma fique em mim. Mas não se preocupe, acredite, estou limpa e lubrificada, pronta para te receber...
Ele se aproximou e separou-lhe as nádegas.
-- Meu Deus, até seu cuzinho é lindo!
Ela riu.
-- Nunca imaginei que iria ouvir isso...
Imediatamente posicionou a cabeça do pênis na entrada do pequeno orifício e começou a empurrar. Sentiu uma pequena resistência. Ouviu um gemido de Raquel, mas continuou...
Logo estava inteiro dentro dela que agora, gemia sem parar. Mas não era sá de dor, isso Geraldo percebia, era de prazer também.
-- Não consigo acreditar que estou fazendo isso!
Ela tentou sorrir entre os gemidos.
-- Para dizer a verdade, Gê, eu também não estou acreditando que estou te deixando fazer isso. Você está todinho dentro de mim!
-- Está doendo?
-- Um pouco. Mas está delicioso!
-- Para mim também.
-- Pode gozar quando quiser...
Geraldo não quis esperar mais, começou a se movimentar lentamente para fazê-lo entrar e sair daquele espaço apertado. Logo depois aumentou o ritmo até gozar abundantemente.
Raquel respirou fundo ao sentir que ele tinha ejaculado. Ficou parada e esperou um pouco para que ele curtisse o orgasmo, então, aprumou-se, obrigando-o a sair dela. Sem perder tempo levantou a calcinha para amparar o líquido deixado lá dentro. Virou-se para ele.
-- Gostou de fazer isso?
-- Adorei!
Ela tinha pegado o pênis amolecido e o manipulava carinhosamente.
-- Você tem uma ferramenta maravilhosa. Não poderia ter escolhido melhor.
-- Gostou mesmo dele?
-- Pode ter certeza... Vá lavá-lo...
Quando ele voltou do banheiro, ela se aproximou com um sorriso nos lábios.
-- Tirei o sutiã, sá para te atiçar...
Na sequência, curvou-se e abaixou o decote para mostrar-lhe os seios.
-- Como são lindos!
Sem pestanejar, Geraldo rodeou-a e posicionou-se atrás dela para agarrar-lhe os seios por sob os ombros. Eram firmes e macios. Aproveitou para apertá-la contra si e esfregar-lhe o sexo em suas nádegas. Raquel gemeu, ainda disposta. Mas, a campainha tocou, ela levou um susto e voltou-se para a entrada. Tinham demorado em abrir a loja e algum cliente queria entrar. Ajeitaram suas roupas rapidamente e ele foi abrir a porta.
- 19 –
O trabalho os trouxe de volta à realidade do dia. Tinha combinado, e ele seguia à risca, que as carícias sá seriam trocadas no escritário porque lá ficavam longe das vistas de todos.
Assim, a manhã foi acontecendo como de costume. O que a tornava diferente era a cumplicidade dos olhares trocados e os comentários que faziam quando ficavam a sás.
-- Como está a produção? -- perguntava Raquel.
-- A pleno vapor!
-- Quer uma ajuda?
-- Quero.
Então iam para o escritário e ele lhe pedia que levantasse a saia ou expusesse os seios...
Práximo do meio-dia o telefone tocou, era o marido querendo confirmar o encontro. Raquel sentiu o peito arfar quase que sem controle denotando sua raiva incontida. Pediu um minuto.
-- Gê, vá lá e feche a porta. Depois venha aqui.
Quando ele voltou disse-lhe resoluta.
-- Meu marido está ao telefone. Quero fazer uma coisa que estive pensando a manhã toda: goze na minha bunda enquanto falo com ele!
Ele começou a rir.
-- Você faz isso?
-- Claro!
Raquel levantou o vestido e baixou a calcinha até os joelhos. Inclinou o corpo e apoiou os cotovelos na mesa de forma a facilitar para o amante.
-- Desculpe a demora, -- falou ao telefone -- estava confirmando algumas coisas.
Nesse momento a cabeça do pênis de Geraldo começava a adentrar-lhe. Teve que apertar os lábios para não gemer. Seu marido estava se desculpando.
-- Sobre o que quer conversar? -- perguntou ela.
Sentia que Geraldo não estava preocupado com a situação, enfiava-lhe sem pestanejar. As lágrimas vieram-lhe aos olhos e sua voz saiu distorcida. O marido notou e perguntou o que estava acontecendo. Ela disse rapidamente:
-- Estou quase chorando...
Ouviu o que ele respondeu.
-- Não vou chorar, mas saiba que está doendo muito.
Geraldo parou ao ouvi-la. Ela pediu um minuto ao marido e tapando o fone, virou-se para o amante:
-- Não pare, não pare. Quero que goze enquanto estou falando com ele.
Sorriu-lhe para reforçar o pedido e voltou ao aparelho.
-- Você está arrependido?
Ao ouvir a resposta, insistiu:
-- Está mesmo? Você me fez pensar que não sou tão boa como mulher. O que ela fez de diferente?
Dessa vez ele falou seguidamente, tentando explicar-lhe porque tinha feito o que fez. Enquanto isso, Geraldo movimentava-se cada vez mais rápido.
-- Por favor, espere um minuto que estou acabando de receber uma produção de...
Tapou o fone para gemer. Sentia o pênis socando suas entranhas e derretendo-se lá dentro.
Esperou que, exaurido, saísse dela, então pôs o aparelho sobre a mesa e aprumou-se enquanto vestia a calcinha. Virou-se para Geraldo e dando-lhe um beijo nos lábios, agradeceu:
-- Obrigada!
Em seguida sentou-se e apanhou o fone para continuar a conversa. Geraldo continuava em pé ao seu lado manipulando o pênis meio amolecido. Raquel acompanhava seus movimentos com um sorriso de satisfação no rosto. Voltou a falar ao telefone.
-- Desculpe a demora, onde paramos?
Enquanto ouvia, viu Geraldo se afastar em direção ao banheiro. Sorriu satisfeita. Estava adorando o desenrolar dos acontecimentos. Nunca imaginou que faria aquilo que estava fazendo. O ânus dolorido a excitava ainda mais. Remexeu-se na cadeira para acalmá-lo.
- 19 –
Quando voltou do encontro, no meio da tarde, Geraldo quis logo saber o tinha acontecido. Estava ansioso e preocupado com a demora. Ela lhe pediu que esperasse até o fim do dia para conversarem melhor. Contrariado, ele não teve outra alternativa a não ser esperar. Mas estava apenas curioso, não mais preocupado. Até porque Raquel lançava-lhe olhares carinhosos, alegres, cheios de promessas. Trancou o portão as seis em ponto e veio falar com ela no escritário.
-- Está tudo fechado!
-- Legal. Sente-se, vamos conversar...
Ele obedeceu, intrigado. Ela olhou para fora antes de começar a falar.
-- Estive pensando até agora e não sei se cheguei a uma decisão...
-- Sobre seu ex-marido?
Raquel riu com a expressão dele.
-- Ex-marido? Ele já é meu ex-marido?
-- Pensei que estava tão brava, tão chateada, que não teria volta!
-- É mesmo?
-- Aonde vocês foram?
-- Você não vai acreditar, mas fomos a um motel!
Geraldo deu um pulo na cadeira.
-- Motel?!
Raquel escondeu o rosto entre as mãos e riu, estava meio envergonhada com ele.
-- Ele me levou meio que a força... Não pude fazer nada!
-- Não pode ou não quis?
-- Aí é que está, querido, eu estava decidida até me encontrar com ele, mas quando vi o rostinho dele tão triste, tão arrependido...
-- Triste, arrependido... -- Geraldo balançava a cabeça olhando para o chão.
-- Isso mesmo!
Ele a encarou e acabou rindo.
-- Imagino o que deve ter acontecido!
Ela riu também.
-- Aconteceu mesmo!
Caíram na gargalhada. Depois de um instante em silencio, Geraldo falou com cenho franzido.
-- E aquela idéia?
-- Qual?
-- De estar com o traseiro cheio ao falar com ele.
-- Ai, você nem imagina como me excitou!
-- É mesmo?
-- Acho que foi isso que minou a minha resistência, sabe?
-- Que era muita, pelo que entendi. -- brincou.
-- Poder ser, querido... Mas, imaginar que você tinha gozado duas vezes na minha bunda e que ele estava todo amoroso sem perceber nada, me fez sentir realizada, vingada, dona da situação!
-- É mesmo?
-- E excitada ao extremo! Você nem imagina! Quando vi que ia acontecer, fui ao banheiro e limpei a minha bunda; tirei o excesso para ele não desconfiar, sabe? Mas tenho certeza que os espermas de vocês estão se misturando entre as minhas pernas. É tao excitante!
Geraldo deu outro pulo na cadeira e ficou de pé. Instintivamente agarrou seu membro endurecido.
-- Não acredito!
Raquel levantou o vestido expondo suas coxas, enfiou a mão sob a calcinha e melecou a mão entre a vagina e o ânus, tão úmidos. Mostrou-a a Geraldo e riu.
-- Olhe, ainda estou molhada!
Ele caminhou em sua direção, abaixando a calça e tirando o pênis completamente endurecido.
-- Vem... -- incentivou Raquel, voltando a mexer na vagina, como se masturbando.
Geraldo parou a seu lado e começou a esfregar o pênis no rosto dela. Usando a mão passou a batê-lo na boca dela. Que arregalou os olhos, meio assustada.
-- O que quer? Gozar na minha boca?
-- Castigar você um pouco. -- respondeu sem parar o que estava fazendo.
-- Está bravo comigo?
-- Estou me sentindo traído...
-- Não pense isso... Pense que a sua metade não foi tocada... Não é bom saber disso?
Ele parou um instante.
-- Sua bunda?
-- É, ela... Não foi tocada! -- olhou-o com tesão
-- Continue me batendo... Nunca apanhei assim...
Geraldo aumentou a força das batidas o máximo que pode, os gemidos dela subiram também. Falava entre os gemidos, até que um som gutural, vindo de sua garganta anunciou que estava gozando.
-- Que delícia, Gê... Complete o serviço, goze no meu rosto! -- pediu, de olhos fechados e a cabeça recostada no espaldar, bem lânguida.
Ele estava gemendo também.
-- Queria gozar na sua boca...
-- Agora não, por favor, goze no meu rosto...
Enquanto ele manipulava o pau, começou a prometer.
-- Outra hora você goza minha boca... Na minha garganta... No meu estômago! Vou adorar beijar esse seu pau tão bonito, tão grande, tão gostoso... Amei quando o colocou no meu cuzinho... Aliás, daqui para frente sá você põe nele... Ele será todo seu... Sá seu...
O primeiro jato atingiu-lhe um olho, os demais se espalharam pelo rosto encantador, que sorria feliz ao sentir o esperma quentinho escorrendo por sua face.
Quando as explosões diminuíram, pegou o membro esgotado e o levou a boca. Sugou o restante devagar. Depois começou a passar a mão pelo rosto e trazer o podia para a boca, alternando entre chupar os dedos e o pênis amolecido.
-- Nunca pensei que ia levar tanta vantagem em ser traída... -- falou de forma quase inaudível.
- 19 –
Nos dias seguintes Raquel mostrou-se cada vez mais feliz e satisfeita com a decisão tomada. Retomou o casamento ao mesmo que manteve o amante. Nunca mais seria fiel ao marido, mas o seria a Geraldo; não cobraria dele a mesma fidelidade e, principalmente, não esperaria do marido que não a traísse.
Quando esclareceu isso para o amante ouviu dele uma única exigência.
-- Qual? -- perguntou um tantinho aflita.
-- Quero ter exclusividade em apenas uma coisa.
-- Qual? -- repetiu a pergunta.
-- Sua bundinha linda e maravilhosa!
Raquel não conteve o riso.
-- Já tinha te prometido isso, não se lembra?
-- E está cumprindo?
-- Claro! Pode ficar tranquilo! Minha bundinha será sá sua... Sá você vai me pegar por trás! E sabe por que?
-- Por que ?
-- Primeiro porque ele merece um castigo, nunca mais vou lhe dar esse prazer, e eu sei o tanto que ele gostava de fazer isso. Segundo porque adoro do jeito que você faz. Nunca tive prazer em dar a bunda, sempre fiz para agradar meu marido, mas com você e tão gostoso que quase gozo. Aliás, quero insistir para atingir o orgasmo também.
Parou de falar e sorriu-lhe.
-- Satisfeito?
-- Muito. Sou o cara mais feliz do mundo!
-- E está me fazendo feliz também. Sabia?
-- Que bom!
-- Que bom!
-- Até quando?
-- Até quando estivermos tendo prazer. Que tal?
-- É isso aí...
Selaram o acordo com um abraço e um beijo demorados. Nesse dia e nos dias seguintes e por muito tempo transaram para valer. E festejaram muito quando, pela primeira vez, Raquel chegou ao orgasmo sendo enrabada.