Meu nome é Roberto, atualmente tenho 22 anos e faço faculdade de administração em Belo Horizonte.
Em 2006, quando começou meu curso eu estava muito contente porque finalmente voltara a estudar depois de algum tempo viajando pela Europa e portanto com os estudos parados. Decidi dar este tempo e viajar para colocar as coisas no lugar, minhas certezas balançavam sempre que eu via um garoto bonito o que para mim era particularmente difícil, porque passei a vida inteira entre garotos e homens lindos.
Como não sabia o que estava acontecendo decidi me afastar de minha família e meus amigos por um tempo para ter condições de pensar melhor e tentar avaliar o que estava acontecendo com minha vida e como tinha me saído bem nos últimos anos de ensino médio, minha mãe me presenteou com uma viagem ao velho continente que posteriormente decidi prorrogar por algum tempo.
Devo dizer que a viagem foi incrível porque me fez perceber que efetivamente havia um mundo exterior ao meu, onde as pessoas podiam ser e pensar diferente, descobri que naturalmente tudo o que fazemos um dia traria algum tipo de consequência, mas que não era uma opção deixar de fazer alguma coisa, ainda que não estivéssemos completamente seguros sobre o que gostaríamos de fazer, assim, depois de ver muita coisa e vivenciar diferentes e maravilhosas emoções decidi que talvez fosse tempo de retornar à Belo Horizonte e seguir em frente de onde tinha parado minha vida.
Estava decidido a não cometer novamente os mesmos erros e por isso, tomei cuidado de me cercar pelas pessoas que eu gostava e naturalmente sabia gostavam de mim e continuei a vida, sempre fazendo tudo o que achava que me deixaria feliz, o que efetivamente representou alguns embaraços e também equívocos mas tudo isso estava convicto fazia parte da construção de minha personalidade, por isso nunca dei maior importância a fatos aparentemente insignificantes.
O tempo foi se passando, e no meu retorno à s aulas, fui introduzido à minha nova " turma de escola", era uma turma podemos dizer, realmente heterogênea, onde posso dizer a única coisa em comum era que estávamos todos na mesma turma e nada mais.
Como sempre, pudemos notar que as pessoas se dividiam em grupos de acordo com sua prápria conveniência e eu como traço de minha personalidade ainda não tinha me decidido sobre com quem eu deveria me juntar, porque gosto muito de observar as pessoas e considero demais prematuro se reunir à s outras pessoas antes de perceber qual é sua personalidade efetivamente.
Com o tempo, notei que tinha um garoto particularmente atraente que talvez estivesse na mesma situação que eu, embora eu pudesse jurar que ele encontrava dificuldades em entrosar com as pessoas, coisa que eu já tinha feito à muito tempo.
O nome desse garoto era João Vitor, e naturalmente acabei me aproximando dele, não devo dizer exatamente com segundas intenções, entretanto nesse instante comecei a considerar a possibilidade de que algo efetivamente poderia vir a acontecer entre nás.
Dentre em breve, notei que João Vitor já havia vencido algumas barreiras naturais e já começava a se aproximar de Lucas (que até então não representava absolutamente nada para mim).
Com o passar do tempo, notei que João Vitor e Lucas estavam cada dia mais práximos e achei que a amizade dos dois talvez pudesse não se resumir a isso, e portanto, achei por bem me afastar de João Vitor, porque já sentia por ele algo muito forte e não queria sobre tudo faze-lo passar por problemas, porque sabia acima de tudo a confusão que se instalaria em sua mente, caso se estabelecesse um triangulo amoroso entre nos, mesmo porque também, já era bastante ruim para ele a sensação de descobrir tudo isso que estava começando a turbar suas belas expressões, já que uma vez me confessou que nunca teve realmente chance de enfrentar o mundo, porque sua mãe divorciada sempre o protegera do mundo, do padastro e do pai fracassado principalmente.
Bem o fato é que não me deixei enganar e em breve ouviria alguns borburinhos falando a respeito de sua vida intima ( sobre o fato de ele ser gay e ninguém nunca ter percebido, e sobre como era um desperdício um carinha tão bonito e etc), eu naturalmente me mantinha o mais discreto possível, porque acredito que apesar de ser muito bem resolvido não tenho nada a ganhar saindo por ai e alardeando minha vida intima, e sempre que alguém me contava alguma coisa, logo tratava de não dar conversa e até de informar que isso não era da minha conta e que me admirava que a pretensa elite intelectual do pais realmente se preocupasse com coisas tão desiteressantes quanto a vida alheia.
E assim, se sucedeu muito tempo até que notei que algo realmente não andava bem com João Vitor, porque ele apesar de sempre muito discreto, estava sempre de bom humor e ultimamente, ele demonstrava um certo amargor no jeito de levar a vida, e em conversa com ele descobri que estava trabalhando demais e que isso não deixava mais tempo para nada inclusive para namorar ( não entrou em detalhes, todavia, não era nenhuma criança e sabia perfeitamente com quem namorava), ao que arrematou dizendo que talvez o mais sensato fosse romper com a empresa onde estava e continuar sua vidinha, indaguei-lhe se de fato, achava que era a decisão mais acertada, e expliquei para ele que as escolhas que fazemos na vida refletem diretamente em nossa vida particular e que se ele achava legal trabalhar na empresa onde estava e se achava que tinha algum futuro por la, não deveria desistir assim tão facilmente, porque certas renuncias fazem parte da vida.
Achei mesmo que o que ele precisava era de um colo amigo, com quem desabafar, e disse para ele que sentia por ele uma certa simpatia, como se fossemos amigos de longa data ( e olha que nem amigos éramos de fato, mas o sentimento era verdadeiro), e que poderia contar comigo para o que necessitasse apesar de nunca termos sido assim tão íntimos, então num momento de devaneio, começou a me contar que seu namoro também o sufocava, e que não sabia exatamente se queria continuar com a pessoa e tudo, nesse ponto parou de falar como se tivesse se arrependido de começar e deu um longo suspiro.
Disse para ele que sabia como se sentia, seu rosto foi imediatamente tomado por uma expressão triste e disse, que não imaginava como eu poderia saber e que provavelmente eu nem sequer entederia pelo que estava passando, ao que imediatamente retruquei que se ele não se importasse poderia tentar explicar que o máximo que aconteceria era ele se livrar de um peso na alma.
Ele me olhou por poucos instantes, como se avaliando se valia a pena e como se concluísse que realmente não tinha nada a perder, começou a contar como começou seu caso com Lucas.
Disse que desde cedo descobrira sua atração por garotos e que passava horas a fio na internet vendo sites de revistas gays, vendo fotos, lendo contos eráticos e outras praticas incomuns à um garoto de sua idade, segundo ele, não tinha um comportamento afeminado, não gostava de brincar de bonecas por exemplo, sempre jogava futebol com os colegas, mas sentia que não era de todo igual à eles.
Nesse ponto voltou a me olhar como se esperando que algo denunciasse que eu estivesse prestes a lhe insultar ou a sair correndo para contar para todos o que acabara de me revelar. Como continuei impassível, ele parou por um instante como para tomar fôlego e continuou a contar sua historia, entrementes, como sabia como era difícil para alguém fazer este tipo de revelação e falar a respeito de coisas tão intrissecas, apenas dei-lhe um tapinha nos ombros como, consolando-o e avisando que não precisava continuar se não quizesse, ao que ele parece ter entendido e disse em resposta que estava tudo bem, que achava que aquilo lhe faria bem.
Continuou dizendo que nunca se sentira a vontade par dizer aquilo tudo à ninguém e que se alguém de sua família simplesmente disconfiasse ele estaria liquidado, e que nunca conseguiu se sentir normal, que se sentia bem quando estava com seu namorado, mas que se sentia terrivelmente culpado quando se separavam e que isso não era certo, disse, que precisava ser feliz, mas que não conseguiria enquanto sentisse que sua felicidade era algo imoral, talvez até pecaminoso, e que por isso achava que precisava dar um basta em tudo isso, que estava avaliando a possibilidade de terminar com seu namorado, para começar a namorar uma garota e ver se era tudo invensão de sua cabeça, pois afinal de contas nunca tinha se relacionado com mulher.
Nesse ponto, senti que seria interessante fazer algum tipo de intervenção e disse quase que automaticamente que isso realmente não era necessário, quero dizer, abrir mão de algo que realmente o fazia bem, porque sentia que não estava certo, que se ele realmente queria fazer um teste, havia outras maneiras e que não precisavam ser assim tão radicais e potencialmente traumáticas.
Disse que bastava que conversasse com seu namorado e explicasse para ele o que vinha sentindo e com certeza ele concordaria e até ajudaria, porque com certeza estava mais preocupado com seu bem, para sentir ciúmes de uma garota.
Ele disse que não tinha coragem que não sabia se o namorado concordaria.
Nesse momento por um certo tipo de imprudência que sempre me acomete, disse para ele que não precisava se preocupar porque Lucas era um cara bacana e que eu dava uma mão como ele concordaria sem reclamar.
João Vitor ao ouvir a menção do nome de Lucas ficou completamente pálido, porque não o havia mencionado até então e estava mortificado com a perspectiva de expor o companheiro por sua indiscrição.
Expliquei –lhe que como dissera antes, não tinha o que recear, e nesse instante contei a ele que também era gay e que passei por algo muito semelhante antes de minha incursão pela Europa, mas que sofri tudo sozinho porque simplesmente não tinha para quem contar, e lamentavelmente nunca fui forte o bastante para procurar alguém com quem desabafar e que ao contrario eu preferi fugir para um lugar onde ninguém me conhecesse para que eu pudesse descobrir meu práprio caminho, longe de todos que poderiam ter me ajudado se eu tivesse ousado, contar à alguém.
Nesse instante ele finalmente percebeu que realmente estava seguro porque eu jamais contaria nada do que estávamos conversando à ninguém, mesmo porque agora ele já sabia sobre mim também e ninguém mais na faculdade sabia.
Mas naturalmente ele quis saber como eu sabia sobre Lucas e eu disse displicentemente que eu tinha certo talento para perceber as coisas no ar e que eu prestava especial atenção aos dois porque certo tempo eu mesmo cheguei a me sentir atraído por ele ( João Vitor).
Ele ficou muito rubro, mas logo recuperou as cores costumeiras e continuamos nosso papo, o que certamente o ajudou muito, pois nas semanas seguintes, não se via nem de longe os traços de cansado que havia ostentado ultimamente, e de certa forma, acho que nunca comentou nem com Lucas nossa conversa, porque nunca consegui surpreender uma expressão em Lucas que denunciasse isso e modestia a parte, sou realmente muito bom em ler expressões nas pessoas.
Apás algum tempo, João Vitor e Lucas romperam, aparentemente sem maiores traumas, continuamos todos amigos, Lucas logo apareceu namorando uma garota de um período anterior ao nosso, e João Vitor encarou tudo com a maior naturalidade, mais tarde me confessou que não sentia mais atração por Lucas e que ele estava passando por problemas similares aos seus, porque embora fosse extremamente discreto um dia seu pai reclamou que nunca aparecera em casa com uma garota e que ultimamente João Vitor costumava visitar sua casa mais que o normal para um amigo.
João Vitor também me disse, que apesar de Lucas nunca ter comentado nada com ninguém seu pai era particularmente astuto e inquisidor e que adorava deixar claro em casa quem ditava as regras e certa vez insinuou que seria capaz de matar um de seus dois filhos caso descobrisse que algum deles era gay ou que por algum motivo já tinham se relacionado com gay, tanto que os detestava.
Intimamente, senti que Lucas, talvez precisasse mais de minha ajuda que João Vitor ( porque este pelo menos não tinha que se preocupar com esse tipo de coisa em casa, ou pelo menos nunca disse que tinha), naturalmente não teci maiores comentários porque nunca considerei muito ético falar a respeito de alguém que não estivesse presente, menos ainda sendo o assunto assim tão intimo.
Bem o fato é que o tempo foi passando, e o namoro de Lucas com a garota ia cada dia melhor os dois nunca paravam de se agarrar pelos corredores e frequentavam juntos, todas as baladas de Belo Horizonte, inclusive as festinhas que promovíamos so para nossa turma.
Tanto assim, que com o tempo as mesmas pessoas que antes vinham dizer que suspeitavam de Lucas e João Vitor serem gays, logo começaram a vir dizer que tinham estado muito enganadas e que não sabiam de onde tinham tirado uma idéia tão estapafúrdia, eu secretamente me divertia com este tipo de confissão e logo dizia, muito bem, eu bem que avisei, não sei como as pessoas podem inventar coisas tão mirabolantes e sempre acabava me divertindo muito com o constrangimento das mesmas pessoas, que não suspeitavam que agora estavam tão longe da verdade como jamais estiveram, porque eu sabia intimamente que apesar de tudo que fazia parecer, o que Lucas fazia não era nada, se não tentar maquiar a verdade para seu pai.
A vida corria sem maiores acontecimentos, mas em algum momento entre o final do quinto período e inicio do sexto, João Vitor decidiu que faria um intercambio e em função disso deixaria a faculdade por um ano ( provavelmente quando voltassse já teríamos nos formado), por isso senti um pouco quando se foi, mas naturalmente a vida continuaria, para quem se foi e para quem ficaria, por isso logo todos acabamos nos conformando com a partida de João Vitor, mas este fim não foi mais que um novo começo.
De repente acordei de madrugada, ligeiramente perturbado tentando me lembra o que acontecera durante o sono, que me fizera acordar, então com algum esforço me lembrei de um sonho erático que tive durante a noite cujo personagem principal era Lucas.
Confesso que mesmo sendo um rapaz muito atraente de aproximadamente 21 anos, 1,80 de altura uma maravilhosa cor de caramelo e um corpo todo definido de academia como é bastante típico em seu tipo ( como chamávamos, playboyzinho), nunca cheguei a me sentir particularmente atraído por ele, pelo menos não mais que por qualquer carinha gatinho e que também satisfizesse a certos requisitos que impunha. Talvez por isso nunca tenha tentado uma aproximação dele.
Mas o fato é que apás o sonho que sempre me voltava a cabeça comecei a prestar mais atenção à ele, e percebi que invariavelmente sempre que passava por perto cuidava para esbarrar "acidentalmente" em mim, na verdade não sei exatamente quando isso começou o fato é que eu tão não sou de jogar fora, sou moreno claro, 1,78 de altura, cabelos castanhos encaracolados ( como de um anjinho), olhos verdes e também aquele visualsinho sexy de academia.
O caso é que não estou certo se era porque nunca tinha reparado ( por realmente não nutrir nenhum interesse por Lucas), ou realmente depois do sonho é que ele começou a encostar em mim com essa inocencia forçada.
Para falar a verdade, nem sabia se ele já tinha sacado que eu acabei entendendo o que estava por trás de todos estes "acidentes", o fato é que um dia, fui pegar minha prova depois da aula com um professor e seu nome foi chamado a seguir para ir buscar a prova, ele com todo o espaço disponível, fez questão de vir por trás de mim, para pegar sua prova e não a pegou e foi embora, até pelo contrario, ficou ali alguns instantes roçando em mim. Confesso que a sensação era maravilhosa, mas como preso muito pela minha " reputação", não podia me dar ao luxo de alguém perceber, me virei para sair e colidi com ele que não estava esperando, nesse instante, fiquei visivelmente abalado porque com a colisão maquinalmente acabei trombando em seu peito forte e durinho ( nunca antes havíamos estado tão perto um do outro), e ainda como uma dessas conspirações do destino acabei me desequilibrando e caindo em seus braços, foi quando senti o delicioso aroma de seu perfume.
Todos vieram solícitos acudir e eu meio atorduado, informei displicentemente que não houve nada apenas me desequilibrei, devo ter embolado meus pés em algo mas que estava bem.
Naturalmente não convenci muito, porque aparentemente não fazia nenhum sentido aquele desequilíbrio, chegaram inclusive a sugerir que comparecesse à enfermaria, ao que Lucas solicitamente se ofereceu para me acompanhar caso eu estive de fato me sentido mal e voltasse a me desequilibra por algum motivo.
Disse à todos que não via necessidade para tanto e que seria bacana que parassem de se preocupar, porque não tinha acontecido nada demais, ou do contrario eu iria começar a me preocupar realmente.
Apás muitos protestos concordaram em me deixar em paz, mas não antes de recomendarem que não voltasse dirigindo para casa, eu realmente não levei a serio e finalmente tudo voltou ao normal.
Mas o caso é que de fato minha queda foi um acidente, mas Lucas estar ali para me aparar não era, e se por algum motivo eu ainda duvidasse que ele estava atraído por mim, nesse momento minha duvida acabaria.
O que eu precisava agora era bolar um plano para ficar com Lucas sem ninguém perceber, porque não queria cometer nenhum erro e acabar com nossos disfarces, então pensei um plano mirabolante que é bem a minha cara, passados alguns dias decidi ir para a faculdade de ônibus, planejando pedir uma carona casualmente para o Lucas, quando ele fosse embora, de certa forma não teria problemas com sua namorada, porque ela sempre ia embora de van, mas havia um empecilho pratico bastante serio, é que Lucas morava de um lado da cidade e eu em outro e não tinha como forjar que estivesse em seu caminho, porque naturalmente não estava, alem do mais, havia pessoas perto de mim e que poderiam me deixar na porta de casa sem sequer desviar do caminho, por isso, inventei que meu carro tinha quebrado e que eu ia me encontrar com um amigo que morava no caminho da casa de Lucas para sairmos para uma balada.
Ele naturalmente concordou em me dar a carona, mas não demonstrou nenhuma ousadia, depois que saímos do meio da turma da faculdade, acho que a perspectiva de estarmos a sos o intimidou um pouco não sei se por medo de descobrir que eu não estava afim, e de denuncia-lo para o resto da galera, ou não sei mais porque, o fato é que certamente ele não tomaria nenhuma iniciativa e eu não estava disposto a perder a ocasião, mesmo porque isso seria muito fora de mão para mim, dado o destino que tomamos e o pior é que eu não tinha muito tempo para ataca-lo porque a distancia não era assim tão longa, então fui logo ao assunto.
Pedi que colocasse uma musica a seguir disse à ele que gostava muito de seu perfume e perguntei à ele qual era, mas ele não respondeu, disse que eu precisava descobrir sozinho, naturalmente ele percebeu onde eu queria chegar, mas eu não queria fazer uma pequena sacanagem com ele, por isso disse que não era justo porque so tinha sentido realmente uma vez quando cai em seus braços, então ele me olhou com uma cara confusa e eu disse não seja hipácrita, você acha que eu não percebi que você sempre se encosta em mim de propásito?
E que aquele dia, não percebi que você chegou se encostou em mim e ficou roçando?
Acho que nesse momento ele ficou um pouco chocado, então eu disse para ele que tentei fugir porque não queria que as pessoas percebessem e que fiquei nervoso e acabei me desiquilibrando, mas que depois daquilo estive pensando em uma forma de ficar à sos com ele para podermos, bem... nos divertir um pouco.
Nesse momento ele deixou a timidez de lado, pegou o primeiro retorno e rumou para um motel, não antes de me perguntar para onde eu realmente estava indo ao que respondi sugerindo que me fizesse uma surpresa.
Mas vinte minutos e estávamos estacionando em um motel da cidade, subimos para o quarto rapidamente e ao fechar a porta atrás de se já começou a se despir, a me beijar e a me jogar na cama.
Pedi que tivesse calma nesse instante, mas ele me disse que calma era algo que ele tinha tido nos últimos três anos e que não queria mais ter, sem argumento, nos amamos a noite inteira, confesso que foi uma das melhores noites de minha vida, pois para minha sorte nunca cheguei ao destino que informei quando pedi a carona.
No outro dia, nos despedimos no centro da cidade pela manhã, tomei um táxi e fui embora para casa leve, como há muito não me sentia.
Ao nos encontrarmos à noite ele ficou um pouco desconfortável, pois estava com sua pseudo-namorada, eu naturalmente me diverti muito com a cena ao passar sorrindo e cumprimenta-los, parando logo à frente para apreciar o efeito de minha chegada. Não pude deixar de notar seu olhar quarenta e três enquanto a beijava.
O sinal tocou e Lucas logo cuidou para que sua namorada fosse para sua sala e veio para a classe anormalmente antes da chegada do professor, que por sua vez pediu que fizéssemos duplas para fazermos os exercícios que ele daria, preparativos para a prova na práxima semana, eu com muita naturalidade me retirei da sala enquanto todos se organizavam, e ao retornar encontrei as duplas já montadas e notei que Lucas ainda estava sá, cuidou para que ninguém o convidasse para uma dupla, engendrando uma conversa meio forçada com o professor enquanto todos se movimentavam, ao voltar era o único sem par então convidei-o tealtramente para se juntar à mim em um ponto afastado no fundo da sala.
Enquanto todos se impertigavam com os complicados exercícios, conversávamos a respeito do acontecido na noite anterior, ele me disse que estava confuso e me contou tudo o que já sabia através de João Vitor, eu o acalmei dizendo que já sabia de tudo e que ele não precisava se preocupar, pois eu não iria forçar a barra e que se para ele não tivesse sido bom, não precisaríamos nos encontrar novamente.
Apás fazer breve pausa, ele conclui que era a meu respeito que João Vitor tinha falado, me disse que João Vitor, disse a ele que tínhamos conversado à algum tempo atrás mas que não concordou em revelar meu nome, disse que eu o tinha ajudado e por isso não achava justo me expor, mesmo que confiasse plenamente em Lucas, era algo que ele sentia que não era justo.
Lucas disse, que sofreu muito ao se separar de João Vitor e que sua namorada ele arrumou na verdade com duplo intuito, despistar o pai e fechar o vazio deixado pelo ex-namorado, e que na verdade, sempre tinha se sentido atraído por mim, desde o dia em que nos conhecemos mas que nunca imaginou que eu fosse gay e que tinha passado a me assediar ultimamente mas sem esperança de um dia eu retribuir, porque me via sempre rodeado por lindas garotas e que sempre que eu passava pelos corredores as meninas estavam sempre olhando e que até certa vez, viu duas bichinhas ( entenda-se pintosas), dizendo uma para a outra que dariam tudo para eu beija-las um dia.
Me diverti muito com tudo o que me contou aquele dia, e disse à ele que à muito eu estava bem resolvido a respeito de minha condição sexual, que nunca quis ser uma fraude e por isso não ficava com garotas ( já que era sabido que não era por falta de oportunidade), apesar de muita gente achar que sim, mas que também não via sentido em me tornar uma bichinha na faculdade, pois devia toda a minha popularidade à minha abordagem pragmática da questão.
Disse à ele que não estava namorando, do contrario nunca teria ficado com ele ( não que ele não fosse atraente o bastante, expliquei, mas porque eu sou muito honesto), ele disse que estava muito confuso e não sabia o que dizer.
Falei que não precisava dizer nada, porque as vezes precisamos de silencio para nos encontrar, e que não o estava pedindo nada, apenas que pensasse sobre o que queria, porque não queria me prejudicar, e se ele achasse que não valia a pena, não tinha porque nos encontrarmos novamente, porque eu não queria perder a minha reputação.
Logo chegara o intervalo e a pretexto de irmos ao barzinho práximo à faculdade, acabamos saindo na hora do intervalo e fomos beber realmente mas em um bar muito distante para ficarmos mais a vontade, fomos dessa vez cada qual em seu carro, no caminho ele ligou para a namorada e informou que iria embora pois não estava se sentindo bem.
Naquela noite conversamos até de madrugada no mesmo bar, ao nos despedirmos concordamos em pensar um pouco no final de semana que se avizinhava e voltarmos a conversar na outra semana.
Fui para casa naquele dia, pensando o que aconteceria a seguir, pela primeira vez na vida acho que estava realmente apaixonado, não conseguia deixar de pensar em Lucas e ao chegar a práxima semana, nos encontramos ele correu a me avisar que achara melhor dispensar a namorada, e que gostaria de tentar algo comigo.
Disse que estava disposto, mas que precisávamos ser completamente discretos, o que incluía não sermos vistos com muita frequência na faculdade, porque nunca fomos assim tão amigos, por isso não justificava não nos desgrudarmos mais de uma hora para outra.
Desde então começamos nosso romance clandestino, com algumas viagens furtivas aos finais de semana e nas férias, aparentemente desconexas é claro.
Estamos planejando seguir para a Nova Zelândia ao nos formar, e pretendemos sair da obscuridade, talvez um dia quando voltarmos.
Todos os nomes foram trocados, para garantir a privacidade dos verdadeiros personagens (a minha inclusive).