II.
[Continua]
O primeiro contato foi um envelope que chegou à minha casa, endereçado a mim. Vinha pelo correio. Não tinha remetente. Quando cheguei em casa, feliz da vida – do jeito feliz e nas nuvens como eu andava naqueles últimos tempos -, a empregada me disse que havia chegado uma carta. Não liguei muito, achei que fosse propaganda, alguma besteira. Mas poderia ser uma brincadeira do Thales, não poderia? Poderia. Então, corri para o quarto, joguei os livros sobre a cama e peguei o envelope de papel pardo que havia sido deixado sobre a minha mesa de estudos. Realmente, poderia ser o Thales. Sem remetente. Abri o envelope com o coração aos pulos e, eis que para a minha surpresa, fotos pulam de dentro. Fotos?! Ao vê-las, quase perdi o fôlego. Pois éramos justamente eu e o Thales, na cama do quarto dele, nos nossos amassos secretos.
Por um breve e estúpido momento, achei que se tratasse de uma brincadeira do práprio Thales. Eu tremia muito e quase peguei o telefone para perguntar a ele do que se tratava. Depois, me dei conta de que não poderia ter sido tirada pelo práprio Thales, pois era a vista de fora para dentro. A menos que ele houvesse instalado uma câmera digital com zoom de longa distância do outro lado da rua, o fotágrafo era um voyeur. Gelei. Não havia mais nada dentro do envelope. Nada, nada, nada. Eu precisava ver o Thales, falar com o Thales, saber o que ele achava de tudo aquilo. E, quando a oportunidade surgiu, não tive coragem. Naquela noite, nos encontramos pelo MSN e ele estava muito feliz, falando da documentação que havia enviado aos Estados Unidos. Já estava consultando sites de imobiliárias, para achar uma casa ou um apartamento para nás dois e ficou me mandando imagens da Universidade e da cidadezinha que existia ao seu redor. Eu não podia deixá-lo nervoso assim, Ã distância. Não queria que ele se preocupasse. Talvez não fosse nada. Talvez fosse uma coisa boba, uma brincadeira.
Sá que a brincadeira não parou de chegar lá em casa. Nos quatro dias seguintes, chegaram mais envelopes, um por dia. Cada qual com fotos, todas nossas e muito íntimas. Mas também com mensagens impressas no computador. “BONITINHA, MAS ORDINÃRIA”, era a primeira. “NÃO FALE NADA A NINGUÉM”. A segunda não veio menos ofensiva: “PUTINHA TREPANDO!”. E o aviso: “BOCA CALADA NÃO ENTRA MOSCA”. A terceira, porém, me deu medo: “PROFESSOR DE ESCOLA ENRABA ALUNA! SERà QUE PAPAI E MAMÃE Jà SABEM?! SERà QUE PAPAI E MAMÃE APROVAM?! SERà QUE A ESCOLA VAI GOSTAR DE SABER DISSO?!”. Quase desmaiei. Alguém sabia. Mas como?! Quem?! Cada vez que eu via o Thales, meu coração quase pulava pela boca, de desespero, mas eu não tinha coragem de lhe dizer nada. Ele tão feliz, tão meigo comigo! Achou que o meu nervoso fosse por causa do Vestibular. “Não se preocupe, Neném. Você vai passar, eu tenho certeza”.
O último envelope chegou do mesmo jeito de sempre. Fotos comprometedoras minhas, do Thales e, para o meu total desespero, uma foto da fachada da minha escola. Caí sentada na cama, quase desfalecendo. “SE VOCÊ QUISER EVITAR QUE O PIOR ACONTEÇA, VENHA AO MEU ENCONTRO... CLARISSE...”. Deixava um endereço que, ao contrário do que eu imaginava, não era na rua de Thales. "VENHA SOZINHA, AMANHÃ, DEPOIS DAS AULAS. E NÃO FALTE. SENÃO, O SEU NAMORADO VAI PAGAR CARO PELO TESÃO". Gelei. Faria o quê, então? Pensei em falar com Thales, mas tive medo de assustá-lo. E se ele resolvesse desistir de mim? Jamais imaginei que Thales olharia para uma garota como eu, que dirá se apaixonar e casar! Uma coisa dessas poderia fazer com que se desse conta de seu engano. Chorei muito. Não queria perder meu noivo. Não queria que ele desistisse de mim. Tampouco poderia ir à polícia. Meus pais? Nem pensar. Teria muito a explicar. Meu pai certamente perderia a cabeça. Não sei como eu explicaria que, apesar das fotos, eu ainda era virgem. Isso faria diferença? Acreditava que não. E Thales perderia o seu emprego de qualquer jeito, mesmo que os meus pais entendessem tudo. Então, depois de muito pensar, e de uma noite praticamente em claro, tomei a única decisão que achava poder tomar naquele momento. Fui ao encontro do sádico.
Para fazer como me era exigido, inventei que precisava ir estudar na biblioteca. Era o Vestibular, ninguém desconfiou de nada. E, com o coração aos pulos, tomei o ônibus para aquele encontro marcado. Tratava-se de um prédio antigo, embora bem conservado. Não havia porteiro, sá um eletrônico. Apertei o botão e a porta de vidro da portaria abriu-se para mim. Minha cabeça parecia a ponto de explodir. Acho que, sinceramente, torcia para que tudo não passasse de uma brincadeira – um joguinho, quem sabe, do práprio Thales, para me fazer uma surpresa. Mas o meu Thales não era um idiota de mau gosto. Eu logo descobriria que nada daquilo poderia ter nascido da cabeça do homem com quem eu queria casar.
Sexto andar, apartamento 601. Um por andar. Meu estômago revirou de medo, mas toquei a campainha. Foi quando a porta abriu-se com um clique. Uma pequena fresta. Não sabia o que fazer e, francamente, tinha medo de tomar qualquer iniciativa, pois não imaginava o que poderia haver atrás daquela porta. Mas logo ouvi a voz masculina me ordenar: "Entre, Clarisse". Pensei que iria desmaiar, mas acho que a adrenalina era tamanha que segui em frente. Afastei a porta semi-aberta do caminho e entrei. O apartamento estava com as cortinas fechadas e à meia luz. "Feche a porta, Clarisse". Hesitei. Ainda havia tempo para fugir. Se fechasse a porta, e aí? Como seria? "Feche a porta, Clarisse!". Com medo, fiz como me era ordenado. Fechei a porta, ouvindo o clique da maçaneta travando com a tranca. "Muito bem, mocinha. Venha até a mim". "Onde...?" – perguntei, com um ná na garganta. "Venha, Clarisse... venha...!". à medida em que eu avançava pela sala, meus olhos iam se acostumando à meia luz. Não era um apartamento de morar, era mais como... não sei... uma academia de ginástica, eu acho. Muito estranho. E, de repente, me deparei com um homem que me olhava como uma águia espreita a presa.
"Bem vinda, Clarisse. Vejo que você é uma moça obediente". – ele disse, de um modo muito cínico, enquanto bebia o que me parecia ser um Martini. "Quem é você?" – perguntei, sem reconhecê-lo. Era alto e forte, musculoso mesmo, como quem faz musculação. Tinha barba e uma cicatriz no rosto. Estava vestido com roupas de Exército – do tipo que a gente vê militar usando para ir fazer treinamento na floresta. Camuflado, eu acho. Usava botas e tinha um cinto, desses que servem para carregar coisas. "Minha cara, você não está em condições de me perguntar nada". "Mas eu preciso saber quem é você e como foi que você fez aquelas fotos!" – exigi tolamente, cheia de uma coragem que eu nem sabia de onde vinha. Acho que era raiva. "Você não tem o direito de tirar fotos do apartamento dos outros!". "Não...? Não mesmo?". Ele riu. Um riso cínico, sardônico, cruel. Foi quando o medo tomou conta de mim novamente. Minhas pernas tremiam e fiquei simplesmente sem reação quando ele se levantou e veio até a mim, devagar, saboreando o cheiro de medo que eu devia estar exalando.
"Clarisse, Clarisse, Clarisse..." – e, com um muxoxo: - "Acho que você ainda não entendeu a sua situação aqui. Você está em minhas mãos. E tanto é verdade, que você trouxe o seu rabinho até o exato lugar onde eu mandei você trazer o seu rabinho. O seu lindo rabinho. Aliás... meus cumprimentos. Você é uma cadela linda, toda gostosinha. Sabe...? Eu fico horas e horas me masturbando com as suas fotos. Quando você fica naquela esfregação com o seu macho, nossa!, eu vou nas nuvens!" – ele riu, achando graça de mim e da minha cara de espanto, raiva, indignação e, claro, de impotência: - "Eu bato uma punheta daquelas, guria. Daquelas! Jorra porra pra tudo quanto é lado! Adoro garota de peitinho. Você tem um peitinhos pequenos, de franguinha, com um biquinhos cor de rosa que são um tesão! E esse seu rabo, caramba!, que maravilha! Que rabo lindo! Todo certinho! Não me amarro em mulher de bunda grande. A sua... não sei... parece um coraçãozinho... é linda, linda, linda! Cara, se eu fosse aquele teu macho, já teria montado esse rabo há muito tempo, viu?".
Num ato impensado de raiva, dei as costas à quele homem que eu nem sabia direito quem era, e que me parecia tão aterrador. Iria sair correndo dali e, sei lá, contar tudo para alguém. Mas não cheguei a dar um passo, porque o sádico foi mais rápido e me agarrou pelos meus cabelos, me fazendo gritar de dor. "Calada, vagabunda! Calada! Se gritar, apanha!" – ele me ameaçou, puxando a minha cabeça pelos cabelos, o que me fez gemer e lutar. "Te juro, te corto em pedaços e te jogo no esgoto, putinha miserável! Fecha o bico! Fecha o bico!". Ele me olhava nos olhos com um brilho que não era ádio. Era algo mais. Era maldade, eu acho. Pura maldade. Fiquei aterrorizada e parei até de gemer, embora ainda sentisse dor por causa da maneira como ele me segurava pelos cabelos. Acho que faltou até força pra gritar. "Me escuta direito, Clarisse... com muita atenção... você está nas minhas mãos. A sua alma me pertence e o seu corpo também. Você é minha. Enquanto eu quiser brincar com você, você é minha. Minha cadela, minha escrava". "Pelo amor de Deus, não..." – eu implorei, gemendo baixinho. "Ssh, ssh, ssh..." – ele fez sinal com o dedo para eu ficar em silêncio: - "Como escrava e cadela, você nunca pode falar sem a minha permissão. Eu por acaso disse que você poderia falar?". "Não..." – gemi. "Não escutei. O que foi que você disse?". "Não..." – engoli seco, sem conseguir falar mais alto. Obviamente, não era o que ele queria ouvir, porque me sacudiu pelos cabelos. "Não, MEU MESTRE! Cadela burra! Ninguém nunca te treinou, cadela?". "Não..." – eu chorava baixinho, aterrorizada. O sádico enroscou a mão nos meus cabelos, como faria com uma corda, e me puxou mais para perto. "Como é que é, putinha? Repete!". "Não... meu mestre...".
Satisfeito com a resposta, ele riu e esperou uns bons dez e longos segundos até me soltar. Minha cabeça doía, meu coração parecia a ponto de saltar pela boca. "Boa cadela. Boa cadela. Venha comigo. Vamos brincar um pouquinho". Eu não sabia o que ele queria dizer com aquilo, mas tive a sensação de que seria estuprada. Havia terror no meu rosto e isso o divertia imensamente. "Quando eu chamar, você vem, Clarisse. Se não vier, será castigada". Sim, eu seria mesmo. Minha cabeça doía por causa de um castigo. Por isso, fiz como me era mandado. Fui com ele pela sala que era tão esquisita, cheia de aparelhos e coisas estranhas. Levou-me por um corredor até bem o finzinho. Era um quarto. Havia outros quartos, mas as portas estavam fechadas. Quando entramos no quarto, ele acendeu as luzes. Quis morrer ali mesmo. O quarto era imenso, uma suíte, com banheiro. Havia uma cama de casal muito grande, com dossel e uma cabeceira de madeira e barras de ferro. Era até bonita, mas eu não queria nada daquilo. Um estupro me aguardava, eu já estava mais do que certa. Meu corpo tremia. Feliz com o espetáculo, o sádico foi sentar-se a um sofá vermelho, certamente excitado e divertindo-se horrores.
"Deixe-me olhar esse corpinho de ninfeta de perto, Clarisse. Tire a roupa". "Não, por favor, eu imploro...!" – chorei. "Cadela burra! Vou te dar um corretivo, pra você aprender! Deixa sá a gente acabar aqui!". No desespero, fiz a tolice de cair de joelhos diante daquele estranho. "Por favor, eu imploro...! Não faça isso comigo! O que o senhor deseja? Me diga qualquer coisa... mas não isso...!". Eu chorava, com as mãos em prece, honestamente esperando sensibilizá-lo. Mas levei com um tapa no rosto tão forte que tombei para o lado. A coisa toda foi tão chocante que fiquei sem ação. Toquei meu rosto, que ardia, e olhei para o homem, perdida e confusa. "Tire a roupa, Clarisse. E não me faça repetir a ordem. Ou você vai se arrepender. E muito".
Vi que não tinha outra alternativa. Ou tirava a roupa ou, sei lá. Apanharia? Seria estuprada com força? Seria currada? Seria assassinada? Era difícil dizer. Por isso, resignei-me. Meus dedos trêmulos começaram a desabotoar a blusa. Eu chorava baixinho, com lágrimas grossas e roliças pulando de meu rosto, sem controle. "Ah, Clarisse... que coisa feia! Não viu, não gostou?". Ele divertia-se com o meu terror. Tirei minha blusa tremendo de medo. Estava de sutiã. "Tire o sutiã" – ele me ordenou, como se adivinhasse meus pensamentos. Eu respirei fundo e desabotoei o sutiã por trás. Desabotoado, o sutiã cedeu e meus seios ficaram à mostra, para o deleite do sádico. Ele chegou a passar a língua pelos lábios, como se estivesse diante de um prato suculento. "Ah, Clarisse! Que peitinhos você tem! Olha sá! Cabem na palma da mão!". Fechei os olhos para não ver, como se isso me livrasse de sentir o toque dos dedos dele. "E os biquinhos arrebitados, tão rosadinhos!". Senti quando tocou meu mamilo esquerdo, que ficou todo durinho e enrugado. Eu queria que um buraco se abrisse, pra que eu pudesse me jogar bem no fundo. "Você gosta de ser bolinada, né, sua putinha? Aquele seu professor te lambe toda... chupa esses peitinhos com tanto gosto...!". Que nojo! Eu queria cuspir na cara daquele imbecil, mas não tinha coragem, claro. Por isso, tive que deixá-lo brincar com meu seio esquerdo, e com o mamilo, que espremeu de levinho. "Tire o resto, Clarisse. Quero ver essa sua boceta".
Levantei-me do chão como um zumbi. Seria estuprada, não havia jeito. Tirei minhas calças jeans, pensando em minha vida tranquila de estudante. Nos meus pais, na minha casa. No meu noivo, que eu amava loucamente. Que eu queria proteger a todo custo. E quem eu tinha medo de perder. Pois iria perder Thales de qualquer modo. Era o que eu sentia. Seria estuprada por um sádico. Como poderia ter Thales de novo? Enquanto pensava essas coisas, baixei as calças. "Tire tudo. As meias também". Fiz como me era ordenado. Tirei as meias e, por último, a calcinha. Em pouco tempo, estava nua na frente do sádico. "Ah, que tesão! Que tesão, garota! Você é perfeita! Olha sá que boceta! Caralho!, nunca vi uma boceta tão bonita como a sua! Vem cá!". Obedeci, dando um passo relutante à frente. "Abra as pernas". Para meu desgosto, abri as pernas e o homem tocou em minha boceta. Para meu desgosto maior ainda, minha boceta estava úmida e ficou encharcada. Ele riu e eu senti um nojo de mim mesma. Como poderia estar encharcada daquele jeito?! "Cadela vagabunda! Toda excitada, olha sá!". O dedo roçava em minha vulva e eu via a hora em que ele me penetraria, rompendo o hímen que eu havia sonhado em perder, na cama, romanticamente, nos braços do meu noivo. Por longos segundos, ele ficou ali, brincando comigo, melando seu dedo e me masturbando, enquanto chegava bem perto do hímen. "Você é virgem, Clarisse? Porque eu vi que você e o seu macho não engatam. É sá aquele roçado, o tempo todo".
Eu sentia as lágrimas descerem pelo meu rosto, mas e daí? O dedo melado com os meus práprios sucos passou a brincar com o meu grelinho. "Goza, cadelinha, goza... vai, eu deixo... goza no meu dedo, vadia... goza, vai... goza... seu peitinho já tá todo durinho... a bocetinha toda meladinha... goza, putinha... goza, goza... goza no meu dedo... dá uma gemidinha, que nem uma gatinha... goza, lindinha, goza...". A voz dele me revoltava, mas ia me embalando. E eu , mesmo relutante, gozei. Ali, em pé, olhando para frente, como se aquilo não estivesse acontecendo comigo. Gozei. E me senti um puta de verdade. "Que delícia! Vem cá, Clarisse, que eu quero te ver. Quero ver essa boceta encharcada de gozo!". Ele me pegou pela mão e me levou para a cama. Eu queria morrer ali mesmo, mas deixei que me conduzisse. "Deita, cadelinha". Deitei na cama. "Mais para trás, cadelinha. Mais para trás. Isso... agora, abra essas perninhas pra eu ver como você é bonita". Abri as pernas. "Que lindo, Clarisse! Vai, me conta... esse professor por acaso é viado?! Porque, cara!, olha sá que rachinha você tem! Um tesão! Olha sá esse grelo! Parece uma cereja, guria! Que vontade de meter a boca nesse teu grelo! E a boceta!? Toda melada! Que tesão! Putz! Que rabo! Olha que cu maravilhoso, Clarisse! Todo fechadinho! Um cu desse pede pra ser arrombado, guria!". Ele ria e me tocava. Afastou os meus lábios, removendo as carnes com seus práprios dedos. "E o cabaço...! Caramba, Clarisse, tu é mesmo virgem, menina! Que viado, esse teu amante!". E que raiva, a minha!
Mas fiquei ali, enquanto ele me olhava, tentando não me mexer. Esperava pela hora que ele fosse baixar as calças, ou me enfiar o dedo. "Gostei, garota. E olha que eu vejo boceta toda hora! Mas essa sua é um tesão. Sá falta ficar lisinha". "O quê?!" – perguntei, num impulso, e ele sá não me puniu, acho, porque eu estava realmente com medo. Medo o deixava muito excitado. "Lisinha, minha cadela. Sem pelo. Mulher com pelo é muito nojento. Nojento e feio. Não gosto de foder meu pau numa boceta peluda". "Mas... eu não... eu não tenho tanto pelo assim..." – tentei argumentar. "Calada, cadela. Esqueceu de quem manda aqui?". "E você vai fazer o quê?!". Eu queria saber o que ele iria fazer comigo e com os meus poucos pelos, mas o sádico entendeu que eu o estava desafiando. Ou, sei lá, não queria mesmo que eu o ficasse questionando. Então, levei outro tapa, dessa vez na virilha, que estava exposta. Doeu. Doeu tanto, tanto, que fiquei sem fôlego, com a boca aberta, tremendo. Ele era forte e bateu com a mão espalmada. "Se abrir a boca de novo, cadela, eu te dou um castigo tão violento que você não vai conseguir andar depois" – ele me ameaçou – "Não se mexa!". "Sim senhor...".
Parte de todo ritual sádico que ele me empunha era esperar pelo tormento. Fazia o que quer que tivesse idéia de fazer sem me dar explicações. E me deixava à espera, enquanto ia preparar suas torturas. Eu vi quando ele entrou no banheiro da suíte, assoviando uma melodia, muito feliz da vida. Ouvia ruídos. Ele abrindo gaveta, ele mexendo em coisas dentro das gavetas. "Pô! Cadê essa faca...?" – eu escutei, impotente, com medo do que viria a seguir. Faca...?! O que ele queria?! Passar a faca em mim?! E lá fiquei, ouvindo ele assobiar aquela música horrível, como quem executa tarefas bem corriqueiras. Depois de uma eternidade, o monstro emergiu do banheiro muito satisfeito, trazendo um o que parecia ser um baldinho na mão. Ele ainda assobiava. Deixou o balde sobre uma mesinha e veio até a mim. "Vai doer, mas eu puxo rápido". "O quê?!" – gemi, assustada, ainda sem entender o que estava acontecendo. "Se você se mexer, Clarisse cadela, eu prometo que eu enfio o meu dedo na sua boceta. Enfio o maior, depois mais outro, mais outro, mais outro e mais outro, te fodo com cinco e empurro minha mão boceta acima, te metendo até o punho". Gelei. Engoli seco. E ele sorriu: "Não se preocupe, lindinha, eu vou te foder com o punho de qualquer jeito. Você vai gozar e pedir mais, eu tenho certeza Mas a idéia era ir aos poucos. Me desobedeça e faço isso hoje e agora, no seco, se você ficar mexendo".
Fazer aos poucos?! Como assim?! Isso não teria fim?! Eu não tive coragem de perguntar nada e sá olhei para ele aterrorizada. Era o que o monstro queria. Ele foi buscar as coisas e voltou com o que parecia ser um pedaço de pau e o baldinho. Minha cabeça girava. Ele sentou diante de mim, usando um banquinho. Era tudo muito humilhante. "Abra bem as pernas, Clarice cadela". Abri mais ainda, já cansada da posição. Ele assobiava. "Vamos deixar você bem lisinha". Fechei os olhos, sem coragem de olhar. Eu sentia um cheiro esquisito no ar. Cheiro de açúcar. Então, me dei conta do que estava para acontecer, embora tarde demais, porque a quentura da cera me fez ver estrelas. Gritei de dor e me mexi, claro. "Ah, cadelinha....! Não me faça perder a paciência!". Eu tremia e muito. A cera estava quente, muito quente. Aos poucos, não tinha mais força para sequer gemer. Onde a cera batia, eu sentia a quentura, e ele ia espalhando, espalhando, espalhando... saboreando cada momento. "Arregaça, vadia!".
Não sei como consegui arregaçar mais ainda. Aquilo me doía demais. A cera estava muito quente e ele foi passando por toda parte. Minhas pernas tremiam muito, tanto da dor quanto do esforço de me manter aberta para ele ir pincelando cada cantinho. "Você tem pouquinho pelo mesmo, mas vai ficar uma obra de arte. Depois, quero sá ver o que você vai dizer ao seu professor". – lágrimas vieram aos meus olhos quando pensei em Thales. O que eu diria a ele?! – "Fale assim... meu professor amado... meu macho que não me come... eu fiz uma depilação bem lisinha, pra você me lamber toda, que nem uma cadela no cio... meu mestre querido disse que eu fico mais bonitinha assim...". E ria. Foi uma tortura sem fim – a dor nas pernas arregaçadas, a quentura da cera (que quase me fazia perder os sentidos), o medo e, ainda por cima, a tristeza por causa do Thales. Ele ia pincelando a cera, sem pressa. Até que, enfim, deu-se por satisfeito. "Agora, vem a melhor parte!" – anunciou. Eu nunca havia sido depilada com cera quente, então não sabia. Sou bem branquinha, de cabelo castanho quase louro, tenho poucos pelos nas pernas, que são mais como uma penugenzinha. Nunca imaginei que o puxão doeria tanto. Não sabia mesmo. Mas o cretino fez como prometido. Foi rápido e aquilo me roubou o ar dos pulmões. Fiquei sem fôlego. Queria gritar e nada saía da minha boca aberta. Lágrimas brotaram dos meus olhos e eu passei a tremer mais ainda. "Gostoso, né? Tô adorando!". E outro puxão. E mais outro, e mais outro, e mais outro. Ele havia passado a cera por tudo quanto era canto. Meio anestesiada, não sei quantos puxões o cruel deu. Fui ficando zonza. "Não ficou perfeito. Fique aí assim que eu ainda vou dar retoque". Queria chorar, mas não tinha fôlego. Ele voltou a passar a cera e a pele, claro, estava mais sensível do que antes. A quentura doeu mais do que os puxões. Não sei quanto tempo durou esse ritual, mas ele parecia satisfeito. "Pronto! Que tesão, Clarisse! E você ficou toda molhadinha!". Que ádio! Eu havia mesmo ficado toda molhadinha! Ele pegou o dedo e começou a me bolinar de novo. "Ah, cadelinha! Você goza assim! Que bonitinha...!" – o dedo dele brincava com a minha vulva e passou a acariciar o grelinho. Eu devia estar fora de mim, porque fechei os olhos e fiquei ouvindo aquela voz que me falava como se estivesse cantando uma cantiga de ninar. "Goza, cadelinha, goza... vai... assim, bem putinha... ah, que lindo... que gozo! Olha sá o grelinho dessa cadela... todo inchado... que tesão! Goza, lindinha, goza... goza, vai... goza pra mim... goza pra eu ver... geme...". Depois de toda aquela dor, meu corpo passou a tremer de gozo mesmo, o que me deu muita raiva. Mas a raiva – de mim e dele – sá fez o orgasmo vir mais forte, numa explosão. Gemi e gozei, do jeito que o sádico queria. "Lindo, Clarisse, lindo! Você é uma putinha mesmo...!"
(continua)